A partir de hoje e por quatro semanas, nossa colunista Juliana De’ Carli nos conta sua vivência no Japão e, após nova formação, traz um novo símbolo do Reiki para ser partilhado agora também em Portugal.
Olá, queridos leitores, quero dividir com vocês um pouco do que foi esta maravilhosa viagem que fiz para o Japão em novembro de 2018, acompanhada de meu pai, o mestre de Reiki Johnny De’ Carli. Essa viagem foi organizada por ele, e contou com a participação de mais 40 mestres de Reiki vindos do Brasil, tendo como principal objetivo o aprofundamento na técnica Reiki, combinado com a possibilidade de nos aproximar de toda a história do Reki, em sua fonte original, bem como conhecer a cultura japonesa.
Esta linda jornada começou com o grupo, praticamente completo, partindo do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, Brasil, no dia 25 de novembro. Após aproximadamente 11 horas de voo, fizeram uma escala no Aeroporto Internacional Charles De Gaulle, de Paris, na França, onde então me juntei ao grupo. O pessoal estava cansado e teríamos ainda mais 12h30 de voo pela frente até chegarmos em Tóquio, já no dia seguinte.
Chegando ao Japão, já prevendo o cansaço de todos, havia sido estipulado que o primeiro dia seria considerado livre, dedicado principalmente para descanso e adaptação ao fuso horário, mas quem disse que quando você está no Japão iria conseguir ficar no hotel “sem fazer nada”? Foi então que o desejo de explorar aquela parte do outro lado do mundo, logo no primeiro dia, aflorou e muitos demonstraram inquietação. Percebendo tal movimento, nossas tradutoras perguntaram então se alguém estaria disposto a fazer um passeio, já naquele dia, sugerindo para tal uma visita ao Templo de Hase-dera, dedicado a Kannon (Kuan Yin, em japonês. A Deusa da Misericórdia) na província de Kanagawa. O que elas não imaginaram é que 40 pessoas do grupo aceitaram e toparam a ideia de se juntar a elas para o passeio sugerido. E então assim foi, o dia pareceu uma verdadeira aventura para todos, sendo tudo muito divertido e engraçado durante todo o caminho até chegarmos ao templo. Nesse percurso foi necessário pegar dois comboios e, imaginem, 40 reikianos muito felizes dentro de um comboio que já estava praticamente lotado com japoneses absolutamente silenciosos, com muitos de olhos fechados e outro tanto concentrado em seus telemóveis, tablets e afins. De fato tudo isso rendeu muitas risadas, não apenas de nosso lado mas também, na medida do possível, de alguns discretos olhos puxados, já quase arredondados de espanto com o tamanho de nossa alegria. Surpreendentemente, em nenhum momento, vimos japoneses conversando entre eles no comboio, mesmo quando estavam em casais. Nos comboios todos os mapas e placas de indicação e orientação são escritos somente em japonês, o que fez com que o suporte das tradutoras fosse essencial.
Chegando ao templo, tivemos nossa primeira experiência com o ritual de Chozuya. Na frente de todos os templos sagrados do Japão, encontramos um pequeno pavilhão reservado para a realização deste ritual, e a indicação é que sempre seja feito antes de entrar nos respectivos templos. Sendo assim, por termos visitado inúmeros templos por onde passamos, esse ritual esteve sempre muito presente nessa viagem.
Para perceberem melhor sobre esse ritual, descrevo abaixo de maneira resumida os seis passos que o distinguem:
1. Com sua mão direita, mergulhe a concha na água e lave sua mão esquerda;
2. Repita o passo 1, invertendo as mãos;
3. Pegue a concha com sua mão direita e despeje um pouco de água na palma da mão esquerda e lave a sua boca;
4. Lave novamente a mão esquerda conforme o item 1;
5. Levante o copo da concha para cima de modo que fique perpendicular ao chão e deixe a água restante cair e lavar toda a concha.
6. Retorne a concha ao local inicial, virada para baixo.
Após realizar o Ritual de Chozuya e entrar no Templo de Hase-dera, encontrei um Osenko, que é destinado para que as pessoas possam acender incensos e se defumar com o fumo, pedindo limpeza e cura. Aproveitando a oportunidade, assim o fiz.
Já ao lado do Osenko havia um altar para que as pessoas acendessem velas, deixando-as lado a lado, tudo muito bem organizado. As velas ficavam à disposição para que os interessados as pegassem e as pagassem de forma autônoma, colocando o dinheiro em uma caixa que havia disponível no local. Da mesma forma aproveitei a ocasião e acendi algumas velas. São todas oportunidades ritualísticas, únicas, não são obrigatórias de se fazer ao estar lá, mas acabamos por participar de muitas.
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Os ambientes que circundavam todos os espaços eram de uma beleza ímpar, havendo sempre algo por distinguir e chamar a atenção. Haviam muitas pequenas estátuas, idênticas e repetidas, postas lado a lado em grandíssimo número, representando e honrando os ancestrais; também eram muitos e lindíssimos os jardins japoneses com carpas enormes e coloridas; em um outro ponto era um jardim de bambus, emitindo por si uma energia maravilhosa, que, para esse passeio, foi o que mais me remeteu ao Reiki – O bambu é o símbolo do Reiki.
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