Como mamíferos sociais, os seres humanos, desde o início da vida precisam de afeto para um desenvolvimento correto, é por isso que desde a primeira infância o procuramos instintivamente, mas quando uma criança não o tem, ela também o procura desesperadamente, porque não é um capricho, é uma necessidade tão importante ou até mais do que a própria alimentação.
Aqui estão duas questões importantes: por que o desenvolvimento e em que consiste essa afetividade de que estamos falando?
Em muitos casos, associamos o termo desenvolvimento ao crescimento físico. Nesse caso, estamos nos referindo ao desenvolvimento emocional e psicológico, que afeta diretamente o desenvolvimento cognitivo da criança. A afetividade é fundamental para a formação de uma personalidade, caráter e capacidade de pensar livremente.
Desse modo, a criança consegue ter um caráter seguro, baseado na autoconfiança, na observação e na análise.
O que conseguimos com isso?
Crianças com capacidade de tomar decisões diante de todos os desafios que surgem.
Por que falamos de afetividade?
Embora a assimilemos como algo normal, embora acreditemos que somos afetivos com as crianças, esse nem sempre é o caso. Primeiro, porque não entendemos o que esse conceito abrange. Depois o confundimos com uma carícia, com um minuto de atenção dispersa ou com um abraço matinal. São demonstrações de afeto, espontâneo ou forçado no momento.
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A afetividade não é composta de momentos isolados, é um hábito na maneira de se comportar e de agir dos pais, que inclui carinho e amor, sim. Mas também atenção, reforço positivo, proximidade, interesse e aceitação.
Afetividade é vínculo. Isso nos leva a criar a esfera em que para a criança e seus pais é normal comunicar e validar as emoções da criança; onde existe lugar para expressar preocupações, atenda às suas necessidades básicas afetivas e emocionais.
Mas quais são as consequências da falta de vínculo emocional?
A criança cresce com a necessidade de ser validada nas ações que realiza, seja na escolha de um jogo, decidindo quais cores usar em seus desenhos, aumentando sua importância à medida que cresce. Ela precisa conformar suas decisões, por menores que sejam. Isso nos leva à necessidade de agradar a um ou a ambos os pais. Porque ela precisa se sentir importante, destacar-se, chamar a atenção.
Porque os pais são sua figura de referência e, ao mesmo tempo, as pessoas de quem ela espera e precisa desse vínculo afetivo.
Isso tem um impacto negativo em seu caráter, personalidade e também no modo como ela se comporta, uma vez que a validação e a necessidade de cumprir uma expectativa (em muitos casos, imposta por ela mesma), a torna insegura e isso leva à limitação.
Que tipo de limitação?
A ansiedade e o estresse emocional gerados pela falta de vínculo emocional limitam sua visão do mundo e a maneira de se relacionar com ele; desenvolvendo um sentimento de incapacidade que transporta a todas as áreas de seu crescimento e desenvolvimento, bloqueando sua criatividade, capacidade de questionar, interesse em coisas novas ou a criação de seus sonhos. Porque tudo isso implica que o medo se tornou um de seus melhores amigos.
Como adultos, como pais, é nossa responsabilidade conhecer essa afetividade e cultivá-la diariamente. Compreender a relevância de corrigir hábitos de estresse social e falta de tempo; substituindo-os por um tempo de qualidade com as crianças. Porque desta vez essa conexão é necessária para que no presente o melhor amigo de seu filho seja a educação afetiva e, no futuro, a autoconfiança.
Yolanda Castillo
Escuela Integral para el desarrollo humano.