Que a meditação é benéfica à saúde muitos de nós já sabemos ou imaginamos. Mas, você sabe do que ela é realmente capaz? Você sabia que, muitas vezes, o descanso da mente proporcionado pela meditação é maior e mais benéfico do que o sono profundo? A meditação, por si só, faz a limpeza da mente e a calmaria da alma.
Em seu livro, Cristina Cairo afirma os benefícios da meditação e nos faz entender que a prática da mesma pode nos fazer alcançar um estado de espírito desejado por todos nós humanos; a paz.
Meditação segundo Cristina Cairo
A Bíblia diz: “Fique em silêncio, sinta a Minha presença e saiba que eu sou Deus.” Somente através da meditação é que conseguiremos alcançar esse estado de espírito.
Fisicamente somos uma ínfima partícula do Universo, porém possuímos em nosso ser a totalidade e a unidade com a força da natureza, cuja realidade ultrapassa nossas próprias crenças.
Nossa cultura nos impôs limites roubando-nos, teoricamente, o direito de conhecermos mais sobre nós mesmos, levando-nos a acreditar que viemos do pó e ao pó voltaremos.
Tudo o que aprendemos sobre a vida, até hoje, não nos permitiu compreender e solucionar determinados problemas que nos trazem tanta infelicidade.
O homem, na eterna busca da verdade, criou, ao longo do tempo, um número incalculável de religiões, seitas e filosofias apoiadas, basicamente, nos mesmos conhecimentos, porém, adaptadas ao sabor e interesses peculiares das novas gerações. Até guitarras e outros instrumentos musicais fazem parte dos cultos religiosos.
E há os que confundem a Sutra do Lótus com a sutra desenvolvida por algum monge ou mestre. Outros glorificam os deuses da natureza, evocando seus poderes.
Mas o quanto isso tudo ajuda alguém em sua iluminação depende exclusivamente da dedicação do discípulo e não da orientação dos dogmas criados por aqueles que acreditam ser os verdadeiros donos da Verdade Divina.
Durante meus estudos e pesquisas sobre seitas, religiões, filosofias e psicologia, pude observar o pouco interesse que há sobre o autoconhecimento, assunto raramente abordado.
As pessoas, céticas quanto aos resultados do autoconhecimento, se limitam a responder com evasivas quando questionadas: “talvez”, “é possível”, “é coisa do destino”, “é missão”, “é carma”, “é conflito entre o id e o superego”, etc.
Com essas respostas convencionais o indivíduo simplesmente está revelando o seu total desconhecimento de que o pensamento gera emoção, que gera o comportamento, que gera a felicidade ou o infortúnio.
Daí, a pergunta: por que as técnicas do autoconhecimento não são ensinadas com profundidade?
Porque, como já citei, a nossa própria cultura nos leva a ter uma compreensão estreita da meditação, com explicações vagas e às vezes demasiadamente complexas.
Quando alguém se propõe a tornar clara essa questão, imediatamente um exército de opositores aparece com o propósito de derrubar as teses apresentadas.
E o mais constrangedor disso é a certeza de que esses mesmos opositores agem dessa forma baseados apenas em leituras e meditações superficiais, sem jamais terem obtido, uma única vez, os resultados benéficos que a meditação proporciona, não só no plano físico como no mental.
Enquanto o homem ocidental é imediatista, e muitas vezes até comodista, julgando Deus pelo bem e pelo mal que há na terra, o oriental, pacientemente, analisa as causas e os efeitos físicos e espirituais.
Sabe que Deus não é o responsável pelos fenômenos e sim o homem, que julga a tudo e a todos a seu modo.
Na Bíblia está escrito: “Ao Filho confiou todo o julgamento”. Encontramos também, de Jesus, o seguinte: “Não julgueis porque com o juízo com que julgardes, sereis julgado”.
O bem e o mal são, na verdade, gerados pelos nossos pensamentos, palavras e ações.
Por mais que preguem em nossos ouvidos, estamos sempre em busca de respostas e vivendo insatisfeitos com nossos conhecimentos.
É claro que existem pessoas satisfeitas com suas religiões, mas com certeza é porque são dedicadas em seus credos e, por isso, geram para si um destino feliz.
Entretanto, tudo aquilo que não sabem explicar sobre o mundo ou sobre as doenças, logo atribuem aos desígnios de Deus e acreditam que os problemas surgem apenas para a elevação da alma.
Sem dúvida, toda dificuldade que atravessamos nos faz crescer espiritualmente e compreender melhor a vida, sem que isso signifique que tais sofrimentos sejam enviados por Deus.
Daí a importância de as pessoas, independentemente de suas crenças, se dedicarem aos estudos do autoconhecimento.
Descobririam que Deus apenas realiza o que o homem semeia com seus pensamentos e palavras, sendo as ações a consequência de um espírito indisciplinado ou não.
Quando se tem realmente fé e se comporta conforme os princípios de seu dogma ou religião, sua vida tende a melhorar, mas mesmo assim continua na ignorância por não perceber que foi diretamente responsável pelas graças recebidas.
O homem que não exercita a meditação não encontra as respostas que tanto procura, o que o leva a atribuir culpas e responsabilidades a terceiros, simplesmente por desconhecer seu próprio poder interior, isto é, o poder de um verdadeiro filho de Deus… ou da lei cósmica.
Ao praticar a meditação, todo o conhecimento obtido até então torna-se pequeno e a verdadeira sabedoria do Universo começa a fluir gerando sensações que somente serão conhecidas por quem a pratica.
Os grandes avatares meditavam buscando seus conhecimentos também através do Cosmo. Sabiam que a humanidade necessitava ouvir o que eles sabiam, mas o homem que não meditava não compreendia o que eles diziam.
Enquanto o ser humano não se dedicar à meditação, não conseguirá praticar a sabedoria dos mestres. Qualquer ensinamento acaba se tornando incompreensível, utópico, com teorias impraticáveis para o seu cotidiano e por captar informações superficiais através da razão.
Meditar é mergulhar em seu espírito, rejeitando, por alguns instantes, a sua própria razão. É tranquilizar os pensamentos e o coração até desapegar-se da terra e de seu próprio corpo.
O cérebro passa a trabalhar em várias frequências, sendo a primeira etapa conhecida como alfa – a primeira letra grega -, que representa, também, o Princípio: Deus é o alfa e o ômega de todas as coisas.
Significa, especialmente, mente serena, livre de apegos, quando determinadas glândulas passam a atuar como catalisadoras de energias sutis.
Uma dessas glândulas, ativadas durante a meditação ou oração, é a glândula pineal (corpúsculo oval, do tamanho de uma ervilha, situado no mesencéfalo), que tem funções secretórias e sensoriais.
A pineal é responsável, também, pelas percepções e sensações mais elevadas e intuitivas do ser humano.
A pineal é controlada pelo pensamento. Ao participar do I Congresso Brasileiro de Medicina Complementar e do IV Congresso Brasileiro de Medicina Biomolecular, realizados nos dias 23, 24 e 25 de novembro de 2000, no Hilton Hotel, em São Paulo, quando tive a honra de proferir uma palestra sobre a linguagem do corpo, pude constatar, com alegria, a posição que os médicos – da medicina convencional – vêm adotando no sentido de resgatar o conhecimento holístico, aplicando-o em suas áreas de trabalho, tanto no que diz respeito à saúde física, quanto à mental.
É importante ressaltar o que afirma o professor doutor Sérgio Felipe de Oliveira, catedrático com cadeira em Neurologia, sobre a glândula pineal: “As funções da glândula pineal não são meramente um mito, mas responsáveis pela percepção de outras dimensões”, explica.
Ensina o doutor Sérgio Felipe de Oliveira que o sistema nervoso controla a pineal, mas é através do ectoplasma (forças sutis) que é realizado um link entre mitocôndrias e pineal, dando energia ao corpo.
Explica, também, que é através dessa glândula que se produzem os transes de possessão, as alucinações, as percepções extra-sensoriais e a elevação da alma durante uma meditação.
Acrescenta a redescoberta de que “há comunicação entre a pineal e mundos sutis, e aos estados alterados psicológicos (transe) e a fenômenos não-materiais”.
Por tudo isso, podemos constatar que estamos no limiar da Verdade Única, quando a ciência e a religião provarão, juntas, a existência de nossa força mental e que o pensamento é uma energia vibratória que, por isso, devemos aprender a direcioná-lo corretamente, através de conhecimentos das leis universais, abolidas, há muito, de nossa educação.
Quanto mais nos aprofundarmos em nós mesmos, seja através do silêncio, da oração ou da meditação, mais romperemos a parede da consciência materialista que nos impede de entender as razões de nossa existência neste planeta.
Para meditar não há necessidade de fazer parte de uma seita ou religião, pois o ato de sublimar os pensamentos nunca foi propriedade de nenhuma doutrina específica. É uma atitude natural e intuitiva, de busca interna para a evolução e compreensão de si mesmo.
Portanto, caro leitor, se você pretende conhecer mais profundamente e aplicar os diversos métodos de meditação em sua casa, vai encontrar, ao final deste volume, indicações de várias escolas de Yoga, relaxamento, etc.
Se você já é praticante, parabéns! Continue se dedicando cada vez mais para o aperfeiçoamento de sua própria técnica até atingir a verdadeira iluminação. Acredite!
Sakiamuni não era budista. Ele sintetizou todo o seu conhecimento e encontrou o equilíbrio com o próprio esforço, até tornar-se Buda.
Meditar não significa fugir do mundo e de todos os problemas que nos atingem. Não é desfazer-se de seus bens materiais vivendo como um asceta.
Meditar significa abrir as portas da sabedoria e aplicá-la em sua vida, promovendo mudanças em seu ambiente, em seu corpo e em sua saúde, entendendo que todos os problemas são projeções de uma mente desinformada quanto à lei natural de causa e efeito.
Quando alguém abandona seus bens materiais e passa a viver uma vida contemplativa, ou dedicar-se, exclusivamente, a trabalhos filantrópicos, das duas uma: ou desistiu de lutar neste mundo competitivo, fugindo inconscientemente das frustrações, ou realmente alcançou um grau de evolução em alto nível a ponto de transformar seus valores.
A paz de espírito e a tranquilidade dos pensamentos elevados modelam o nosso corpo e nos tornam saudáveis e jovens.
Eis porque a meditação deveria fazer parte dos nossos hábitos diários e não apenas uma opção de atividade desportiva.
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