De acordo com Roberta Struzani, terapeuta especializada em sexualidade e em saúde ginecológica, o útero de uma mulher não é um órgão com funcionamento estritamente biológico. Por ser um dos símbolos do feminino, o útero apresenta um sentido simbólico e emocional para as mulheres que o têm.
Dessa forma, um útero doente é caracterizado por uma série de problemas emocionais e traumas que esse órgão pode revelar sobre uma mulher. Para a terapeuta, o útero é o órgão responsável por concentrar memórias, experiências e desejos. Se uma mulher vivencia eventos negativos, o útero dela irá armazenar as energias poluídas dessas situações, podendo até mesmo transmitir esses sentimentos para seus filhos.
Essa tese é defendida também pela terapia conhecida como constelação familiar. Desenvolvida por Bert Hellinger, um filósofo alemão, a constelação familiar tem como objetivo investigar os comportamentos e os sentimentos que são comuns às pessoas de uma mesma família. O padrão familiar seria passado de geração em geração e bastaria identificá-lo para lidar melhor com os sentimentos negativos que são perpetuados.
Para exemplificar melhor essa questão, imagine que uma família sofre com sentimentos de ciúme e de possessividade há gerações. A constelação familiar dessas pessoas identificaria esse problema em comum e seria possível trabalhá-lo para que ele deixasse de existir nas gerações atuais, rompendo o ciclo.
Assim, um útero doente pode se formar tanto por experiências negativas que a própria mulher viveu quanto pelas experiências negativas que foram transmitidas pela mãe dela. A consequência de um útero doente, segundo Struzani, é que as mulheres apresentam dificuldade para viver a vida de forma verdadeira e intensa, comprometendo a demonstração da própria essência.
Tipos de útero doente
Struzani define que há sete tipos de úteros doentes. Cada um deles é formado a partir de diferentes tipos de experiências negativas e podem resultar em problemas de saúde específicos. Aprenda sobre cada um deles e descubra como se prevenir!
1) Útero fortão
O útero doente caracterizado por Struzani como útero fortão é comum nas mulheres que não conseguem lidar com tudo aquilo que sentem, que recusam a própria intuição ou que se recusam a se entregar aos sentimentos mais sinceros. A consequência disso no aspecto biológico é a ocorrência de candidíase, que também é causada quando a mulher está com baixa imunidade, no período menstrual ou se ela usa roupas apertadas com frequência.
2) Útero da expectativa
A terapeuta define que o útero doente da expectativa é uma consequência das mulheres que crescem em famílias rigorosas, que estabelecem padrões de comportamento que beiram a perfeição. O esforço para alcançar as expectativas pode causar insegurança e medo. No aspecto físico, o útero da expectativa se manifesta na forma de ovários policísticos, cujas causas ainda são estudadas pela medicina.
3) Útero implacável
Segundo Struzani, o útero implacável é característico de mulheres que exigem muito de si mesmas e das outras pessoas. A dificuldade para se adaptar a diferentes situações pode apresentar consequências negativas para o organismo, como o desenvolvimento de transtornos alimentares. Essas doenças também podem ser causadas por pressões sociais e familiares.
4) Útero reprimido
O útero reprimido é apontado pela terapeuta como um útero doente devido às imposições que uma mulher sofreu ao longo da vida. Por religião, por heteronormatividade ou por questões de raça, uma mulher se sente reprimida e pode desenvolver sintomas físicos, como infecção de urina. Baixa imunidade, má higiene depois de relações sexuais e gravidez são fatores de risco que também podem causar uma infecção urinária.
5) Útero vulnerável
As mulheres que se sentem inseguras e sofrem de baixa autoestima, segundo Struzani, podem estar com o útero vulnerável. Elas sentem dificuldade para se envolver com outras pessoas e para desenvolver atividades no trabalho. Transtornos mentais podem se desenvolver a partir disso e de outros fatores, então é fundamental o diagnóstico médico.
6) Útero abalado
Struzani aponta que o útero abalado é um resultado de experiências traumáticas e de violência de gênero. Uma mulher terá o útero doente se tiver vivido um desses acontecimentos. A consequência biológica, além de transtornos mentais, pode ser a ocorrência de incontinência urinária. Esse problema não é decorrente de uma doença, mas pode se desenvolver com a idade ou em momentos de embriaguez.
7) Útero carente
A terapeuta aponta que o útero carente é a última forma de útero doente. Nele, a mulher sente medo de ficar sozinha e de não receber carinho. Pode ser que ela tenha nascido em uma família pouco amorosa, por exemplo. Esse receio pode gerar consequências biológicas, como a presença de nódulos nas mamas, também associada a alterações hormonais no corpo feminino.
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Se você sofre com questões ou traumas que ainda não foram trabalhados e amenizados, o mais recomendado é que você procure auxílio médico. Isso também vale para a ocorrência de problemas biológicos que foram apontados anteriormente. Lembre-se de que o autodiagnóstico não é preciso nem confiável. Cuide-se com responsabilidade!