Sabemos que, por muitas vezes, alguns fatores psicológicos e emocionais podem causar doenças físicas. Quem nunca ouviu falar da gastrite nervosa, que é causada pelo estresse?! Mas e o vitiligo? Será que existem causas emocionais que somatizam e agravam essa doença? Vamos tirar todas as suas dúvidas agora!
O que é vitiligo?
Primeiramente, você precisa saber que o vitiligo é uma doença autoimune caracterizada pela despigmentação da pele, na qual manchas brancas surgem sem causa aparente, causadas pelo ataque do sistema de defesa de um indivíduo contra os melanócitos, que são as células que produzem a melanina – substância responsável pela pigmentação da pele. É comum que os pelos presentes nas regiões afetadas também fiquem brancos e, além disso, podem existir algumas pintinhas com pigmentação no centro de cada lesão.
As manchas comumente surgem em áreas de atrito, como as mãos e o rosto, mas podem aparecer em qualquer lugar do corpo. Muitos pensam que a sensibilidade das áreas afetadas é alterada, mas isso é um mito! A única sensação diferente que uma pessoa pode sentir no início da doença é um pouco de coceira. Mas, caso o vitiligo ataque os melanócitos dos olhos e dos ouvidos, o paciente pode ter os olhos inflamados e sentir uma diminuição na sua audição. Atenção: isso é extremamente raro!
Obs: aproximadamente 1% da população mundial tem a doença, e geralmente ela surge ainda na infância ou no começo da vida adulta.
Existe relação entre o vitiligo e o emocional?
Há boatos de que Maria Antonieta, a última rainha da França, ficou extremamente desesperada no fim de sua vida e, no dia em que seria morta na guilhotina em meio a uma praça pública, ela teria acordado com manchas brancas por todo o seu corpo. Você sabe o que era? Vitiligo!
O fato é que as causas exatas dessa doença ainda são desconhecidas, mas sabe-se que o emocional influencia bastante no início e até no agravamento da doença. Segundo o dermatologista Roberto Doglia Azambuja, boa parte dos pacientes com vitiligo sofre com estresse, ansiedade e alguns já passaram por traumas em suas vidas. O médico ainda ressalta que o mais impressionante da doença é que ela pode surgir do dia pra noite. É importante enfatizar que um “baque” emocional pode ter ligação com o vitiligo, mas não é estritamente a sua causa. O estresse apenas estimula o problema em pessoas que já tenham predisposição genética.
Comumente, quando uma pessoa possui muitos “agentes estressores”, um dos primeiros órgãos que sinalizam que algo está errado com o organismo é a pele. Isso ocorre porque o sistema nervoso e a pele se originam na ectoderme, ou seja, eles possuem o mesmo desenvolvimento embrionário. E por esse fato eles se influenciam mutuamente, o que explica o surgimento de problemas que podem ser agravados a partir de algumas causas psicossomáticas como o próprio vitiligo, psoríase, herpes etc.
Impacto social do vitiligo
As lesões causadas pelo vitiligo podem influenciar de forma negativa na autoestima de uma pessoa e, por conseguinte, impactar na sua qualidade de vida. Um dos principais medos de um paciente com a doença é que as manchas se espalhem pelo corpo, afinal, muitas pessoas pensam que por ser algo na pele e totalmente visível, pode ser contagioso e, a partir disso, um certo preconceito acaba sendo criado. Mas saiba que o vitiligo não é uma doença contagiosa, e sim autoimune!
Como já dito anteriormente, quando há predisposição genética, o vitiligo pode ser desencadeado por questões emocionais como o estresse ou ansiedade, assim como esses fatores também podem agravar a doença. Por isso, é de extrema importância buscar ajuda médica assim que as manchas começarem a aparecer. Por mais que não seja possível garantir um resultado específico, é importante tratar e, se possível, ter o acompanhamento de um psicólogo para evitar que as questões psicológicas agravem ainda mais as lesões.
Há como prevenir o vitiligo?
Como o vitiligo é uma doença autoimune que surge a partir de predisposição genética, não existem meios específicos para evitá-lo. Cuidar do emocional é algo que todos deveriam fazer, independentemente de desencadear doenças ou não, pois, como já sabemos, o psicológico pode influenciar muito no nosso corpo físico. O estresse influencia, sim, no avanço da doença, e manter o emocional em dia é importante para prevenir o surgimento de novas manchas e também para garantir efeitos positivos durante o tratamento, mas entenda que não existe cura e nem prevenção para o vitiligo.
Tratamento do vitiligo
Os tratamentos mais convencionais costumam ser longos e comumente envolvem o uso de pomadas que contém corticoides em suas composições, fototerapia e loções. São raros os casos em que as lesões são curadas definitivamente, pois existem algumas áreas nas quais é mais difícil recuperar a pigmentação. Se o vitiligo atingir mais de 50% do corpo de um paciente, a despigmentação total da pele é uma das principais opções de tratamento.
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Se você notou o surgimento de manchas brancas na sua pele, procure imediatamente um dermatologista e também um psicólogo. Lembre que os fatores emocionais podem agravar as lesões e propiciar a evolução do quadro.
Curiosidade: no dia 1 de agosto é comemorado o Dia Nacional dos Portadores de Vitiligo. A data busca conscientizar as pessoas e diminuir o preconceito dessa doença que não é contagiosa!