Vivemos num mundo que absorve. Um mundo que nos exige cada vez mais e em menos tempo. A concorrência aumenta e a luta pela sobrevivência (principalmente na vida profissional) exige que sejamos constantemente os melhores, os mais rápidos, os mais aptos, os mais atentos, os mais capazes numa globalidade. Este fator pode tornar-nos pessoas centralizadoras, que apenas confiam nas próprias capacidades para a realização das tarefas lidando constantemente com o sentimento de que ninguém nunca fará tão bem quanto nós o faríamos.
Que se formos nós a fazer seremos mais dedicados e perfeccionistas, como se cada tarefa fosse a criação de uma obra de arte perfeita e de extrema importância. Essa situação pode ser quase uma obsessão, que nos mutila pois nos impede de ser livres! Chega a uma altura que temos que aprender a saber delegar, fazer um exercício de libertação por etapas, reconhecer em outro alguém a capacidade de fazer e agir, a capacidade de criar e de conseguir ser um alicerce na nossa vida. Passar de uma vida centralizadora extenuante para uma vida de tarefas e funções distribuídas pode ser complicado no princípio mas muito compensador no final. Quem sabe não conseguimos tempo para viver e fazer outras coisas que nos dão prazer e nos completam?
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“Ver tudo pelo nosso prisma torna a nossa visão deficitária, limitada com poucas chances de trilharmos um caminho direcionado ao sucesso a longo prazo.”
De que nos serve trabalhar como escravos para que possamos ter uma melhor qualidade de vida se, no final, não temos tempo livre para usufruir daquilo que tanto planeamos e trabalhamos arduamente para conseguir?
Tome a sua empresa como exemplo, delegar significa mais organização e consequentemente crescimento. Se centralizarmos todas as funções, não teremos tempo de administrar corretamente e procurar novas estratégias. Temos que ter em mente que não temos a capacidade de multiplicação e que nos devemos dedicar ao que é essencial e primordial.
A nossa empresa (ou mesmo a nossa vida familiar) tem que continuar mesmo na nossa ausência. As pessoas que partilham o espaço e as problemáticas conosco têm de ser capazes de decidir se por algum acaso não conseguirmos estar presentes. Por essa razão reter toda a informação e conhecimento é apenas uma forma de inviabilizar e de criar problemas. O tempo e a experiência são os nossos melhores amigos e professores, a aprendizagem é uma constante, e os mesmos se encarregam de nos mostrar a qualidade e a assertividade das nossas decisões.