Comportamento Consciência Aplicada

O que você merece?

Mulher tomando café de olhos fechados e sol refletindo
Escrito por Andrea Pavlo

No meio dessa quarentena, é bem fácil nos perdermos de coisas que antes pareciam imprescindíveis. A escova no cabelo, que ninguém mais vê; o olho gatinho de maquiagem; combinar a bolsa com o look. Coisas que a falta dos olhos dos outros podem nos fazer nem querer ter e fazer mais. Outros aspectos também acabam sendo sacrificados. Comer a pizza na tampa da caixa começa a parecer bem normal, assim como só arrumar a parte de cima para a reunião do Zoom. Ainda vamos rir dessas coisas um dia.

O problema é quando tudo isso começa a parecer tão normal, que passa a ser quem nós somos. Ou seja, passa a dizer qual é o seu valor e o que você merece. Eu explico.

Conjunto de prato com torta vista de cima
Foto de Miti no Unsplash

Você já deve ter ouvido a história da louça para as visitas, se não for você mesma quem faz isso. Ganhou aquele conjunto lindo no casamento, com pratos maravilhosos, ou comprou na Camicado em uma promoção, dividindo em 10x. Aí os pratos ficam lá, enfeitando o armário. Se alguém vai pegar um, é: “Não, isso é para as visitas!” E o prato acaba sendo subutilizado, uma vida inteira, porque era caro demais para ser usado.

Sim, fazemos isso. Por quê? Pela crença na escassez. Ou seja, se eu usar esse, não terei mais. Esse foi tão difícil de conseguir, e tem tão poucos, que não vou conseguir viver, quando um quebrar, ou se a lava-louças deixar feio. Não, melhor não.

Acreditamos que vai faltar, que pode faltar dinheiro para comprar um novo ou que não encontraremos. Isso é pensamento de escassez. Isso é imaginar que o mundo é um eterno ganha e perde, onde algumas pessoas ganham e outras perdem; e que, possivelmente, você teve naquele momento porque faltou para alguém e que, agora, pode faltar para você.

Ufa! Que trabalho, pensar assim, né? Porque, primeiro, tem um apego danado; segundo, você nem sabe se ainda vai gostar desses pratos daqui a 20 anos. E está imaginando que a sua vida financeira só tende a piorar. Um monte de profecias que, infelizmente, no final, se concretizam.

Não, não porque vai ter uma crise ou qualquer coisa assim. Se acreditamos nisso, acontece até com um herdeiro milionário ou mesmo que você ganhe na loteria. Acreditar na falta é acreditar no seu não merecimento. Acreditar que você não tem valor – que não vai conseguir se virar no futuro se necessário e que, por isso mesmo, não merece nem usar os pratos bonitos, porque pode faltar – é se colocar em uma posição tão ruim, de menos, de baixa autoestima e valor, que fica difícil, mesmo que não aconteçam algumas desgraças.

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Eu fazia isso com batons da MAC. Depois peguei esse pensamento, quando pensei no próximo local onde quero morar. Como a compra pode demorar, já fiquei imaginando que não ia ter mais o que eu quero ou que eu nunca vou ter dinheiro. Não, parei. Coloquei os batons em uso. Entendi que, se é o que eu quero, vou achar o local perfeito. Entendi que, se eu me conectar com a escassez, é nela que eu vou ficar. Estou aqui, escrevendo este texto e tomando um bom expresso, em uma linda xícara de um conjunto maravilhoso que eu tenho. Esta sou eu, e isto é o que eu mereço.

Sobre o autor

Andrea Pavlo

Meu nome é Andrea Pavlo. E poder apresentar esse nome assim, parece fácil, mas não foi. Esse nome é fruto de muito autoconhecimento e autoanálise.

Fruto de duas faculdades e mais de mil horas de cursos, mentorias, vivencias e aprendizados. Fruto de muitos risos, muitas dores e muitos resultados. Sou uma espiritualista que aprendeu a servir. Servir ao outro com seus aprendizados. Apoiar mulheres a passarem por suas próprias dores.

Filha de pais narcisistas, passei a vida tentando entender a cabeça deles. Isso me ajudou a me apaixonar pela psicologia e por todas as ciências afins.

Filha de Iansã, devota de Santa Sara e neta da Dona Arlinda, trouxe uma
mediunidade temperada com clarividência, sonhos premonitórios e um dom de ler o inconsciente coletivo e pessoal. Dom que eu uso justamente para servir.

Apaixonada pela beleza da arte, da decoração e da moda, adoro transitar nesses pequenos grandes universos cheios de simbologias. Amante dos ensinamentos de Carl G Jung e seu entendimento do mundo, dos arquétipos milenares do tarot e por todas as formas de mistérios ocultos e especiais que considero o tempero especial da realidade.

Tentando manter os pés sempre no chão, o peso equilibrado e o humor em dia, esses são meus desafios eternos. Desafios que eu encaro com força e muita criatividade, além de uma xícara de café quente e um pão de queijo saindo do forno.

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