Apesar de muitas e muitas pessoas colocarem religião e espiritualidade em par de igualdade, elas se enganam. A religiosidade tem como base uma religião. E religião consiste num conjunto de crenças e filosofias, tendo um superior como guia dos demais. Esse superior é uma pessoa dotada de certa autoridade para determinar as condutas corretas para cada um; ou seja, para determinar aquilo que se deve ou não fazer, quais são as crenças ideais, quais os rituais e em quê se deve crer. A religião nos apresenta dogmas, doutrinas e padrões para seguir. Somente seguindo as regras dessa específica religião haveria a possibilidade de desenvolvimento, crescimento, expansão na vida ou, ainda, alcance da salvação.
Podemos considerar a religiosidade como uma característica de um indivíduo: uma vez que ele tenha adotado dogmas, crenças e fundamentos de determinada religião, passa a segui-los de maneira quase “automática”.
Quando dizemos que “fulano” é religioso, isso quer dizer que ele é espiritualizado? Nem sempre. Existem sim pessoas religiosas e espiritualizadas ao mesmo tempo. Inclusive, algumas podem até encontrar sua espiritualidade por meio do caminho da religião escolhido. No entanto, uma pessoa pode cumprir todos os rituais religiosos, ir todos os dias à igreja, à missa, ao centro espírita… e ser altamente julgadora, critica, desonesta, maldosa, e por aí vai…
Uma pessoa que seja muito religiosa, sem de fato ter desenvolvido a sua espiritualidade, pode se tornar até mesmo fanática, considerando-se acima dos outros e tornando-se intolerante com as diferenças. Algumas pessoas de religiões diferentes se odeiam, não se falam, se agridem e até se matam. Não é isso que vemos por aí nas notícias mundiais? Essas pessoas são como os fariseus na época de Jesus. Cristo os chamava de “hipócritas”, e dizia a eles que faziam belas orações e gritavam para que todos os ouvissem, mas o coração fedia mais do que um sepulcro caiado.
Nem sempre pessoas religiosas fazem reflexões profundas acerca dos ensinamentos de sua religião; nem sempre há uma ação prática benevolente; nem sempre há um verdadeiro conectar com o Divino; e nem sempre há uma transformação pessoal ou para com a vida dos outros.
A espiritualidade é algo diferente, que realmente produz transformações na vida do indivíduo, tornando-o um ser humano melhor. Ela vem de dentro de nós. É algo que flui do nosso ser e que nos traz uma conexão com a nossa essência, com o Universo e com o Criador de todas as coisas. A espiritualidade nos traz paz, harmonia e equilíbrio! Ela nos traz serenidade, nos ensina a respeitar aos outros e a tolerar as diferenças.
A espiritualidade nos leva a enxergar o outro como igual a nós no que se refere aos aspectos humanos, ainda que tenha opções e escolhas diversas, mostrando que isso é perfeitamente normal, e que somente assim estaremos em conformidade com o Criador do Universo, pois ELE deu a cada um o livre-arbítrio.
Então, acredito eu, quanto mais espiritualizados estivermos, mais tolerantes, compassivos, menos julgadores e disputadores uns com os outros seremos. Não precisamos converter ninguém! Quando somos verdadeiramente espiritualizados, não precisamos trazer ninguém para o nosso lado, pois não vemos mais o outro como inadequado, errado, pecaminoso, incorreto! Só porque alguém escolheu uma religião ou opção de vida diferente da minha eu não tenho o direito de ofendê-lo, desrespeitá-lo ou de tentar convertê-lo.
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A espiritualidade nos ensina que não existe uma crença correta ou uma incorreta. O fato de alguém não concordar com as minhas crenças não significa que esse alguém é indigno e, portanto, merecedor do fogo do inferno. Assim, eu passo a enxergar os outros como seres iguais a mim, com liberdade de escolhas.
Nós precisamos acordar! Muitas religiões são fruto de interesses próprios e manipulação. No passado foram cometidas inúmeras atrocidades em nome de Deus. Hoje ainda se vê isso acontecendo.
Eu acho que a frase “Quem não está do nosso lado está contra nós” só funciona para seres involuídos e que estão vivendo lá na época da Pré-História. São cérebros ainda reptilianos, que pensam que, para sobreviver, precisam aniquilar os diferentes, e isso não condiz com o desejo de Cristo, com a vontade de Deus, do Universo e do Criador de todas as coisas.
Vamos respeitar as diferenças, meu povo!