A pandemia, por meio da prática da quarentena, isolou grande parte da população mundial, forçando-a a adaptações em seu estilo e ritmo de vida. O trabalho remoto se popularizou, a comunicação com familiares, amigos e colegas se dá apenas de forma virtual, e o convívio diário foi reduzido às pessoas que vivem conosco. O distanciamento social nos levou a olharmos para dentro de nós mesmos.
Na ânsia de sair do claustro doméstico, multidões em vários países se aventuraram nas ruas causando novos aumentos de casos. Realmente, parece que a situação está dizendo para nós “fiquem em casa, aproveitem para refletir sobre suas vidas”.
Reféns de um vírus, buscamos informação do que ocorre no mundo lá fora, e as notícias raramente são as melhores. Entre elas, a do assassinato de um jovem, por um policial, pelo fato de terem cores de pele diferentes.
O racismo não é um fenômeno novo na história das sociedades. A quantidade de episódios em que o preconceito racial manchou a jornada evolutiva da Humanidade preencheria um sem-número de livros.
Tribos indígenas norte-americanas dizimadas pelo homem “branco”, que as chamavam de peles-vermelhas; a discriminação a alguns povos orientais, rotulados como amarelos; a escravidão dos povos africanos, tratados por “negros”.
O brutal assassinato de George Floyd nos faz pensar que, mesmo nos Estados Unidos, um país considerado desenvolvido, a praga do racismo ainda mostra suas garras.
De acordo com os ensinamentos cabalísticos, o corpo é a morada temporária da alma. Viemos a este mundo material para cumprir nossa missão, que é a de criar conexão com o Criador, compartilhando com o próximo.
Cientes do nosso propósito, entendemos que a missão do jovem George foi interrompida por ele ser “negro”, e o policial que covardemente o matou, se distanciou de sua missão espiritual, fazendo exatamente o oposto do que deveria.
A Cabala ensina que o mundo que percebemos através de nossos cinco sentidos representa apenas 1% de toda a realidade.
No mundo material, só enxergamos consequências aparentemente desconexas. Tudo aparentemente aconteceu de repente, porque as causas, na verdade, estão ocultas de nossas percepções.
Nele experimentamos a dor, a morte, a fome, o medo, o caos. Também experimentamos o amor, o prazer e a felicidade, mas não de forma plena.
A plenitude se encontra nos 99% que completariam nossa realidade. E esses 99% podem ser alcançados por meio do trabalho espiritual.
O racismo é uma prova clara de que muitos ainda não discerniram o que é realmente importante para vivermos em plenitude.
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Acredito que possam ter estranhado o fato de apenas ter marcado “branco” e “negros”, e não amarelos ou peles-vermelhas, mas segundo a Física, nem o preto e nem o branco são consideradas cores propriamente ditas.
O que há dentro de cada um de nós é sagrado. É uma centelha divina, uma verdadeira porção do Criador.
Onde vemos cores, na verdade, deveríamos ver luzes.