Essa pergunta me veio à mente como forma de reflexão em relação aos posicionamentos e posturas diante das pessoas com quem convivemos, mesmo que neste agora isso ocorra mais à distância, nos grupos virtuais e redes sociais.
Estamos diante de uma situação nova, que assusta, causa medo e mobiliza o mundo inteiro, o Planeta. Muitos estão vivendo o drama real da doença na família e até mesmo da perda de entes queridos. Outros acompanham com apreensão seus familiares e amigos que trabalham na área da saúde. E os noticiários não contribuem, apenas realçam o panorama caótico. As emoções estão à flor da pele; uma palavra mal colocada e tudo se incendeia.
Se estamos todos vivenciando momentos de tamanha fragilidade, será possível compreendermos que eles podem nos levar para uma transformação profunda, onde seja possível romper com paradigmas estabelecidos e aparentemente imutáveis?
Não é fácil modificar padrões de comportamento e sistemas de crença. Mas será que damos conta de refletir e buscar compreender que ao JULGAR e, muitas vezes CONDENAR o próximo, nos colocamos como justiceiros e donos da verdade absoluta e estamos reproduzindo um padrão do sistema atual, opressor e discriminatório, que tanto incomoda e gera desigualdades?
Esse pra mim é o grande desafio desta temporada de quarentena: reavaliar nossas posturas em relação ao mundo. Sair do lugar da RECLAMAÇÃO, da COMPARAÇÃO, da INTRANSIGÊNCIA, para um lugar de ACEITAÇÃO, COLABORAÇÃO e TOLERÂNCIA.
Se a sede é de JUSTIÇA, reflita um pouco sobre a forma como avalia as pessoas e situações ao seu redor. Talvez o mundo e as pessoas que tanto o incomodam fora estejam mostrando um pouco do que ainda faz parte das suas crenças arraigadas, afinal temos sido criados dentro destes padrões por um longo período de tempo.
Podemos também refletir sobre o desgaste de energia, fruto da indignação, raiva e discussões acaloradas pelos nossos inflados egos, cheios de argumentos e justificativas. Nos imbuímos de pequenos poderes e esvaziamos nossa alma de luz. O sistema ganha com a divisão, sempre ganhou. E se fortalece, acentuando as diferenças, estimulando a competição, se apresentando como o grande “salvador” dos cidadãos do “bem”.
O padrão do confronto, da guerra, da exclusão/reclusão/eliminação dos inimigos torna-se facilmente justificável. E, sem sentirmos, reproduzimos esse padrão em nosso convívio, ou mesmo internamente: justificamos a guerra e a exclusão do quê ou quem nos desagrada.
Mas existem sinais em meio ao caos de que o desmantelamento deste sistema milenar está ocorrendo, porque muitos tiveram a SEDE de se aventurar na maior das descobertas: A DE SUAS CAPACIDADES EXTRAORDINÁRIAS! Esses seres humanos foram criando coragem e ousadia para pensar e ouvir as respostas a partir do silêncio, do acesso ao interior, do trabalho de autoconhecimento e lapidação da personalidade — tão acostumada aos papéis de vítima, ansiosa por um Salvador que as retire da imobilidade e as encaminhe ao paraíso.
Esses corajosos se espelharam em “MESTRES DE SABEDORIA”, ou em grandes “LOUCOS” que transgrediram o sistema vigente e divulgaram a opção da LIBERDADE CONQUISTADA, fruto deste árduo e rico trabalho de desconstrução das VERDADES EXTERIORES para a reconexão com a VERDADE INTERIOR.
Esse processo é trabalhoso e não vem acompanhado de uma”pílula mágica”. É conquistado dia a dia, na desconstrução de valores e crenças, na conquista de novas atitudes, mais coerentes e compassivas para consigo mesmo e com o próximo, no aprendizado da humildade e da simplicidade.
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Esses corajosos, nascidos em todos os cantos do mundo estão crescendo em número. Eles não estão parados, inertes diante da “REALIDADE”. Estão atuando silenciosamente na CONEXÃO COM O CORAÇÃO, reaproximando seus mundos interiores, buscando praticar o caminho que leva à INCLUSÃO, à IGUALDADE e à FRATERNIDADE, porque eles têm sede na alma, SEDE DE AMOR.
Se você tem SEDE DE UM MUNDO MELHOR, junte-se a esta REDE. Pare um pouco, respire, ouça, sinta, perdoe, seja compassivo, olhe para dentro e se permita observar o mundo lá fora, sem julgar.
SEJA BEM-VINDO!
Texto de Marcia Nóra Dias — Terapeuta Holística