O ano de 2020 pegou o mundo de surpresa, com um novo perigo invisível a olho nu, que se espalha rapidamente entre a população. O conhecido novo coronavírus tem transformado hábitos e comportamentos humanos.
A primeira medida, até então raramente tomada, foi o isolamento social, que nada mais é do que se manter isolado de qualquer tipo de convívio social, desde trabalho (a menos os de serviço essencial), academia, até mesmo ir a bares, restaurantes ou à casa de familiares e amigos.
Os encontros em família, aniversários, datas comemorativas, reuniões de trabalho e aulas se adaptaram ao novo modelo online apenas por vídeo, tornando a saudade e um vazio causado pela ausência de contato com pessoas próximas parte da rotina, além do medo de contrair o vírus ou transmiti-lo para alguém.
Uma nova rotina
Todas as saídas necessárias de casa agora contam com um item obrigatório: máscara facial, que trouxe uma sensação de novidade ou até mesmo incômodo pelo novo comportamento, em paralelo à parte de novas cores e tecidos para produzi-la.
Com o passar dos meses, a adaptação a esse novo mundo é fatal, distanciamento e uso de máscara são indispensáveis. Mas como reagir, quando costumávamos apenas sorrir, quando alguém nos olhava, por exemplo? Agora é mais difícil decifrar se uma pessoa está brava ou feliz; e as vozes, que antes eram altas, agora estão abafadas por um pedaço de pano.
Dizem que os olhos são as janelas da alma. Se assim for, temos um novo sentido para explorar, que, mesmo já existente antes, não era tão observado e necessário quanto neste período.
Quase que involuntariamente, nossa mente recorre ao olhar, quando vemos uma pessoa, única parte do rosto que fica visível com máscara, e por ele tentamos identificar as emoções e reações de cada um.
O poder do olhar
Os olhos são símbolo de liberdade e sinceridade neste contexto, a parte do corpo que resiste, quando abraços, toques, beijos e sorrisos são suspensos. Ao olhar na rua, vemos olhos tristes e receosos, de tanto ficarem isolados sem ver pessoas de verdade, de não poder chegar próximo das pessoas que passarem na mesma calçada; enquanto outros brilham de alegria ao ver a luz do sol e a esperança de que novos dias virão. Olhares passam a ser mais curiosos, quando veem pessoas andando pela cidade e tentam buscar o que elas fazem, como elas vivem nessa loucura.
Olhares são os mesmos que antes, mas com um novo sentido, uma expressão de cada pessoa e de tudo que ela não pode demonstrar com o toque e o sorriso.
O que levaremos no olhar
Não sabemos quando a pandemia terminará, se haverá vacina ou só remédio, muito menos se novos vírus virão e distanciarão as pessoas novamente. Porém com certeza esta fase transformará a todos. A partir deste período, com o olhar em evidência, pode ser que no futuro reparemos mais nos olhos do que antes, por exemplo.
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Marcas duras são inevitáveis, evoluções também podem ser resultado da pandemia que gerou novos hábitos. Quem sabe nos tornamos mais sensíveis às pessoas a nossa volta, depois de olhar tanto para dentro de nós mesmos e exercitar a percepção do outro apenas com o olhar.