Acho que não existe uma resposta única que defina o que é a felicidade, mas, a definição de que eu mais gosto, ouvi da filósofa Lúcia Helena Galvão: “A felicidade é quando as metas da natureza se realizam através de você” (Lúcia Helena Galvão). Então, neste artigo, proponho uma reflexão sobre quais seriam essas metas da natureza para nós, seres humanos.
A natureza quer que sejamos mais humanos
Segundo a filósofa Lúcia Helena Galvão, a natureza quer que nós nos tornemos seres humanos com qualidades mais elevadas.
Quando vamos a uma natureza pouco contaminada pela civilização, se olharmos sem prestar muita atenção, tudo parece um caos desordenado, porém, ao começar a observar mais atentamente, percebemos que ali existe um equilíbrio dinâmico no qual tudo tem o seu papel e está no lugar certo e na hora certa.
Uma folha que cai da árvore, cai porque morre, mas vai virar adubo para uma nova vida florescer.
Todos têm o seu papel na natureza; os minerais como minerais; as plantas, como vegetais; e os animais, como animais.
Por isso, quando vamos a uma natureza pouco contaminada, temos uma sensação de bem-estar, pois ela está saudável; tudo o que está presente nela funciona como deve funcionar, como um sistema ecológico.
Nós, seres humanos, fomos abençoados com a capacidade de discernimento e consciência da nossa condição. A capacidade de pensar, de refletir e de criar nos distingue como espécie e nos dá um enorme poder de transformação sobre a natureza, da qual, porém, acabamos nos distanciando muito e perdendo o contato também com a nossa natureza interior.
Então, que qualidades seriam essas que nos trazem a felicidade plena?
Bom, para descobri-las não é preciso ter faculdade ou ler milhões de livros. Basta pensar no senso comum: o que vem à sua cabeça quando você pensa em valores humanos elevados?
Não precisa ser um grande intelectual para pensar em justiça, respeito, generosidade, fraternidade, bondade, honestidade etc.
São esses valores que mais nos tocam profundamente quando testemunhamos ou protagonizamos atos humanos elevados.
Seria ir em direção de tudo o que é nobre (no sentido de elevado), belo, justo e bom.
A felicidade é ir em busca dessas qualidades dentro de si mesmo
O indivíduo que tem qualidades únicas e irrepetíveis é quem trilha em direção a esses nobres ideais humanos.
Cada ser tem qualidades e capacidades particulares, e a natureza nos fez diferentes por um bom motivo: para que cada um de nós dê um contributo ao todo com seu toque pessoal.
Por isso, Sócrates recomendava a todos o autoconhecimento. Ir lá no fundo de si mesmo para observar a realidade de dentro para fora e, assim, saber quem você é; saber diante do que você vibra.
Desenvolver suas capacidades pessoais, expressar por completo quem você é, revelar a sua verdadeira natureza é ir em direção aos nobres ideais.
Ao ir em busca de si mesmo, você entende o que quer ser; o que você quer sentir.
Nesse processo de se autodescobrir, você conhece a verdadeira felicidade: a que a sua natureza está lhe dizendo e passa a se guiar por ela.
Usando a capacidade da mente de se auto-observar, você passa para um segundo estágio: ter coragem de ser quem você realmente é, de não desistir de si mesmo. Você passa a enfrentar de peito aberto cada desafio que a vida lhe traz sem se vitimizar e aprende a construir a cada etapa, sempre evoluindo, deixando um rastro de sua identidade em cada vida que você toca.
Esse é o processo do desabrochar do ser humano: um processo de entrar na aventura de construir a si mesmo com ganas de contribuir com a vida.
Não há felicidade se alguém é prejudicado
Esse processo é um saber dar e receber, uma troca construtiva na qual não há prazer se isso for ferir alguém. Só há prazeres quando são compatíveis com a serenidade da alma, com a dignidade própria e alheia.
Siga a natureza: de dentro e de fora
A natureza espera que tenhamos valores humanos, desenvolvamos virtudes e sabedoria, sejamos cooperativos e fraternos.
A natureza nos conferiu uma mente com enormes capacidades, portanto, se aprendermos a ter atenção direcionada aos pensamentos e sentimentos, desenvolveremos uma vida interior.
Isso é a reconexão com a natureza de dentro: um processo que exige vontade e determinação, mas com resultados libertadores. (Você pode conferir como está o seu grau de conexão com a natureza, neste teste: Qual é o seu grau de conexão com a natureza interior e exterior?)
Ao fazer a reconexão, você ganha o conhecimento mais importante: o que você quer da vida e também o que a vida quer de você.
Esse processo nos eleva, pois faz nos alinharmos de forma mais fácil a intenções positivas, humanas, elevadas.
A consequência é a felicidade plena
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O processo de busca de nobres ideais aliado à reconexão com a natureza interior nos faz ter sintonia com a fonte vital da vida, com o amor do universo. Essa é a força motriz da evolução, que nos eleva e nos faz lançar flechas que tocarão o coração de muitas pessoas.
Centrados em nós mesmos, arraigados aos próprios valores, princípios, gostos, ideais, às coisas que fazem cantar o coração, ancorados na própria natureza interior (você pode testar o seu grau de conexão com a sua natureza interior fazendo o teste citado anteriormente), estamos prontos para a dança com a vida. Essa é a felicidade em si!
Valeu!