A maioria dos mestres espirituais diz que, para sermos felizes, basta seguirmos as regras da natureza e não infringi-las que as coisas fluirão como devem e viveremos em paz. O problema é que nós, seres humanos modernos, nos distanciamos tanto da natureza que não somos capazes nem sequer de entender essas leis.
Precisamos reencontrar a nossa conexão com o mundo natural interior e exterior (uma dica para ver quão conectado você está é responder ao teste: “Qual é o Seu Grau de Conexão com a Natureza Interior e Exterior?”). Isso porque o nosso mundo civilizado é regido por leis e crenças criadas pela racionalidade humana, muitas das quais fogem ao que a Mãe Natureza ensina. É como se fôssemos filhos ainda adolescentes e teimosos, que se recusam a obedecer às leis básicas da inteligência que nos criou.
Por isso o objetivo deste artigo é trazer os ensinamentos da natureza, aos quais urgentemente temos que prestar atenção para melhorar a nossa vida. Então veja quais são as 7 regras da natureza para descomplicar a vida:
1. Agir com amor
Eu considero o amor a regra número 1 da natureza: acho que responde ao que é o sentido da vida. Li uma frase de calendário esses dias que dizia: “o amor não é uma opção, é uma obrigação”. Nós nascemos de um ato de amor. Só isso já deveria ser claro o bastante para que todos os seres humanos continuassem a espalhar amor pelo mundo.
Mas ainda vemos muita falta de amor por aí… Isso me fez lembrar do fato de que, no fundo no fundo, todas as nossas ações acontecem por dois sentimentos básicos da condição humana: amor ou medo.
E isso não é negativo, pois é do contraste que nasce a consciência (sem conhecer as trevas, não dá para apreciar a luz). É assim que nosso cérebro reage desde que nascemos.
Esse mecanismo nos ajuda a discernir o que é perigoso e o que não é. A regra de agir com amor (amor no sentido amplo, não somente o amor romântico) como fonte da vida ajuda a descomplicar, porque, se agimos com um sentimento de amor na base, tudo se resolve.
Se agimos por medo, criaremos mais medo, e isso terá consequências desagradáveis.
Por isso, preste atenção se você está agindo ou está reagindo a uma situação. É quando agimos que sabemos com qual intenção estamos agindo.
Quando você tem essa consciência, você consegue escolher qual sentimento vai colocar na base de sua ação: escolha o amor, e terá amor de volta para você. A intenção faz milagres! Pode confiar!
2. Sentimentos: bons indicam o caminho certo, ruins indicam algo a ser resolvido
Nós temos uma bússola interior chamada coração. Ele nos faz sentir várias coisas, e o sentimento ajuda você a saber se está fazendo a coisa certa. Se estiver feliz e sereno, é a coisa certa.
Se sofremos por algo que alguém nos fez, isso indica desconforto, ou seja, algo a ser resolvido dentro de nós e não fora.
A culpa nunca é do outro, mas de como reagimos ao que acontece. Isso parece complicar as coisas, mas na verdade descomplica porque, ao tirar a culpa do outro, você acaba de ter nas mãos a chave para resolver os seus problemas.
Você se “empodera” e se torna a pessoa capaz de mudar como você se sente. Isso é muito libertador e descomplicado: mas, claro, é preciso encarar as próprias dores e não fugir delas.
Se tem desconforto, algo precisa ser curado, analisado, resolvido. Distancie-se de pessoas e situações que lhe fazem mal. Note o que lhe faz bem e dê preferência a essas coisas.
Acredite: se você fizer essa lição de casa, vai subir para outro patamar e não vai mais sofrer pelas coisas do passado.
3. O que você planta você colhe (lei da ação e reação)
Essa regra ficou famosa até mesmo pela física newtoniana: a terceira lei de Newton. Ela é simples e ensina, nas palavras de Lúcia Helena Galvão, que “a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória”.
Nada mais é do que não fazer aos outros o que você não quer que façam a você. E, numa visão mais ampla, parafraseando Gandhi: ser a mudança que você quer ver no mundo.
É preciso estar atento para agir com discernimento, tendo em mente que esta ação nasce com os pensamentos: eles são as sementes da matéria. A prática aconselhada pelos budistas é: justo pensamento, justa palavra, justa ação.
Ou seja: “Ao pensar, dizer e ter ações negativas, você se contamina.
Ao não pensar, dizer ou fazer coisas negativas, você se purifica.”
Siddhartha Gautama, o Buda
4. Tente sempre, pois o não você já tem
A natureza não desiste. Pense em quantas bilhões de combinações foram tentadas até chegarem ao que hoje é este milagre do corpo humano e do planeta Terra! Ela também não desiste de você.
Está sempre chamando você para o seu propósito e para a sua verdadeira natureza. Ela vai lá no seu coração e lhe mostra quando algo é para você, e você sabe disso… Quando você quiser realizar algo, mas achar difícil, achar que não dá, não desista de primeira, nem de segunda, nem de terceira.
No jogo da vida, os vencedores não são aqueles que nunca experimentaram o fracasso, mas aqueles que faliram várias vezes e não se renderam.
Os vencedores tiram vantagem de cada falência e veem nelas um passo a mais em direção à vitória.
Pense em quantas sementes uma árvore lança para se procriar? Então não complique sua vida achando muitas desculpas para não agir na direção do seu coração.
Pense na frase de Brené Brown, em seu livro “Mais forte do que nunca”: “você pode escolher o conforto ou a coragem. Mas não os dois ao mesmo tempo”. Prefira a coragem em vez da comodidade.
5. Para cada fase ativa, tem uma fase receptiva
Essa regra da natureza conheci lendo o livro “Clorofillati”, de Marcella Danon, a maior ecopsicóloga italiana.
Ela explica que hoje vivemos num mundo no qual agimos com um ritmo mecânico ditado pela tecnologia.
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Não respeitamos o nosso ritmo orgânico natural, ditado pelas nossas exigências físicas e psíquicas. Isso acaba nos forçando a fazer muito mais coisas do que gostaríamos, sobrecarregando a nossa capacidade, porque somos regidos por um tempo de máquinas e não por um tempo humano natural.
Por isso, para descomplicar e ter uma boa vivência, é preciso respeitar essa lei da natureza, ou seja, se dar momentos de repouso, de pausa, de livre abertura à imaginação e à fantasia, de jogar conversa fora, de fazer coisas somente pelo prazer de fazê-las, de meditar.
Sem sentir culpa por isso ou achar que é um luxo. Isso tem que se tornar a regra dominante para ritmos cotidianos saudáveis e descomplicados.
6. Perfeita mesmo imperfeita
Na natureza tudo é perfeito mesmo sendo imperfeito. É um paradoxo intrínseco nos mistérios da mãe natureza.
Se você observa bem uma árvore, você vai perceber uma geometria, uma arquitetura, uma certa sincronia no crescimento dos galhos. Mas, ao mesmo tempo, você sabe que os galhos não são exatamente equidistantes, que o tronco cresce para cima, mas pode ter torções, que as raízes se espalham partindo do pé, mas com diferentes tamanhos e envergaduras.
Mesmo assim, o resultado final é a árvore, linda e perfeita como ela é.
Isso é extremamente valioso para descomplicar sua vida, para você aceitar suas imperfeições e até mesmo para vê-las com novos olhos, como uma oportunidade de melhorar.
7. A beleza
Às vezes me pergunto: por que a natureza é tão linda? A resposta que mais me convence é que eu acho que ela quer nos agradar e se agradar também.
Ninguém fica indiferente a um lindo pôr do sol, a uma flor exuberante, a uma paisagem de tirar o fôlego. Isso nos traz maravilhamento, nos faz sentir mais completos e nos faz lembrar de que existe beleza dentro de nós, pois também somos natureza.
Por isso acredito que uma ótima regra para descomplicar a vida é passar a notar e a valorizar as belezas que temos e que nos circundam, sobretudo aquelas pequenas coisas que acabam passando despercebidas.
Pare para notar essas coisas, porque é nas coisas simples que está o sentido da vida. Então exalte as suas belezas naturais e perceba o que de belo está chegando até você, desde simples gestos belos como a bondade ou a generosidade. Olhe com atenção para a natureza: note as plantas por onde você passa, o céu.
Veja as expressões de beleza em qualquer forma de arte: música, poesia, arquitetura, pintura.
Cultive a beleza na sua vida e crie atos belos, crie coisas belas, como uma forma de se agradar e de agradar o mundo. Com essa prática, você vai começar a ver o belo até mesmo em situações inesperadas. Isso traz bem-estar e descomplica.
Fica aí o recado para você se reconectar com as leis naturais que favorecem o seu bem-estar. Claro que algumas dessas regras vão muito além do que só uma prática cotidiana.
Elas fazem parte de uma revisão que temos que fazer seriamente para que o nosso mundo moderno tome um rumo mais sustentável, não somente para o ambiente natural, mas para a nossa ecologia psíquica, que está extremamente fragilizada nos tempos atuais.
Se quiser saber um pouco mais sobre a sua conexão com a natureza, deixo aqui um teste bem legal que eu criei para você entender melhor: Qual é o Seu Grau de Conexão com a Natureza Interior e Exterior?