A astrologia reúne, através dos tempos, o conhecimento pré-científico da civilização humana. É interessante observar que em todas as épocas sábios tentavam entender as nuances do comportamento humano e por meio de longa observação puderam notar que havia certo padrão comum a cada categoria de “humor” – ou personalidade.
Hoje, reconhecemos que a ciência veio desmistificar muitas concepções equivocadas, por meio da observação e análise científica. Porém, devemos reconhecer que os antigos estudiosos, com as ferramentas que dispunham, tentaram dar uma resposta e um sentido ao problema eterno que nos atormenta: quem somos? Por que agimos de determinada maneira?
A razão de traçar um horóscopo natal a partir do exato instante do nascimento é que nesse momento o organismo recém-nascido começa a trocar energia com o Universo, de uma maneira imediata, sem mais estar influenciado diretamente pela energia da mãe. A astrologia é um instrumento que, quando bem utilizado, pode ajudar a compreender as características que nos tornam únicos.
O zodíaco foi considerado como sendo a “alma da natureza”. Os signos zodiacais podem ser entendidos como “padrões de energia”. O psicólogo suíço Carl G. Jung os chama de arquétipos porque têm estado ativos no trabalho de modelar toda a vida desde o início dos tempos.
O ser humano tem sido concebido como um microcosmo do Universo. Escolas de mistérios e até a ioga antiga relacionam os chacras (vórtices de energia dispostos no corpo humano) com certos planetas. Cada planeta simboliza uma força básica, um centro ativo, que se manifesta como uma função psicológica fundamental: impulsos, necessidades e motivações.
Os planetas posicionados nos signos atuam como estímulos primários em seus campos de energia. Eles simbolizam os princípios universais que regulam todas as funções da energia em qualquer organismo. Assim, os planetas caracterizam o modo de troca de energia entre o ser humano e o universo a seu redor, e representam princípios ativos mais importantes que formam o caráter e motivam as expressões individuais em todos os níveis: mental, emocional e físico.
Para os antigos, a importância dos planetas era tão fundamental que a cada um era associado um deus, que deveria ser reconhecido e receber as devidas homenagens. Caso alguém os ignorasse, essas forças vitais se voltariam contra o indivíduo.
Na Astrologia, os “planetas” representativos das energias são dez: Sol, Lua, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão.
Poderíamos dividir esses planetas em três grupos. O primeiro grupo consiste em fatores básicos pessoais, forças que até certo ponto podemos dirigir ou modificar conscientemente: Sol, Lua, Marte e Vênus. Esses planetas caracterizam os aspectos mais óbvios da personalidade e os anseios mais fortes do indivíduo.
O segundo grupo concentra as motivações mais profundas e os fatores coletivos: Júpiter e Saturno. Eles também indicam necessidades profundas do ser, superconscientes ou subconscientes.
O terceiro grupo é formado por Urano, Netuno e Plutão. Esse grupo simboliza as mais profundas fontes de mudança na vida, as dimensões transcendentes de experiência e as energias mais sutis, com as quais o indivíduo está afinado. Esses planetas se referem a fatores transpessoais e às energias transformadoras que operam dentro da vida de cada um. A influência de Plutão (descoberto em 1930 no observatório Lowel, no Arizona, Estados Unidos) já era pressentida na Antiguidade. Para alguns estudiosos, esse planeta teria domicílio em Escorpião e suas influências seriam de dois tipos: uma inferior e uma superior, muito desenvolvida.
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Dentro de um sistema global, os planetas oferecem uma visão abrangente da personalidade e do funcionamento psicológico humano. Mente e corpo são campos de energia que, em conjunto com as forças universais, se influenciam mutuamente. Com isso em mente, podemos abrir nossa compreensão para uma nova visão de nosso destino como seres integrantes do Universo.
Referências
“Astrologia, Psicologia e os Quatro Elementos”, Stephen Arroyo, Editora Pensamento, SP;
“Tratado da Astrologia”, Alpherat, Editorial Kier S.A., Buenos Aires.