A depressão é conhecida como o mal do século e tem tirado a vida e o bem-estar de muitas pessoas pelo mundo. A depressão, em linhas gerais, é um transtorno psicológico que afeta relações familiares, vida profissional, acadêmica, pessoal e o bem-estar físico daqueles que sofrem com ela.
Segundo um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) publicado em 2013, 235 milhões de pessoas sofriam com depressão na época (números que correspondem a 3,6% da população mundial) em todo o mundo.
Uma das grandes preocupações causadas pela depressão é o suicídio, que acomete até 7% daqueles que sofrem com a doença. É, porém, impossível calcular os efeitos naqueles que não chegam a cometer suicídio, mas têm uma queda brusca em relação à qualidade de vida e bem-estar.
Afinal, o que é depressão?
Popularmente conhecida como depressão, essa doença tem o nome técnico de distúrbio depressivo maior (DDM), mas também é conhecida como transtorno depressivo maior. Apesar de cada tipo de depressão ter características únicas, o transtorno é caracterizado, especialmente, por um período longo do sentimento de depressão, que é composto, principalmente, por tristeza profunda, aversão a atividades e até mesmo pela capacidade de raciocinar de maneira lógica. Tudo isso, somado e em conjunto, afeta os pensamentos, os comportamentos, os sentimentos e o bem-estar do paciente.
Sintomas
Além das individualidades de cada caso de depressão, já que ela afeta os pacientes de maneira única e individual, há também vários tipos de depressão. Apenas uma consulta com um especialista é que poderá determinar o seu grau nesta doença e o tipo dela, mas alguns sintomas característicos já podem ser considerados um sinal de alerta.
Segundo a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID), catálogo da OMS que reúne definições sobre todas as doenças conhecidas, se um caso inclui pelo menos 5 destes sintomas listados a seguir por pelo menos duas semanas, a probabilidade de que você esteja com DDM é alta:
• Falta de prazer nas atividades cotidianas e diárias;
• Diminuição ou ausência de concentração;
• Desânimo diário ou na maior parte dos dias;
• Irritabilidade sem causas;
• Insônia, sono excessivo ou outros distúrbios do sono;
• Dificuldade para realizar atividades simples ou que não requerem muito esforço físico, como ler ou assistir televisão;
• Fadiga constante;
• Apetite insaciável ou perda de apetite;
• Sentimento de culpa, independentemente de motivos;
• Automutilação;
• Ideias recorrentes de morte e suicídio.
Tipos de depressão
Se você tem notado em seu dia a dia os sintomas descritos acima, procure um psicólogo ou um psiquiatra para fazer um diagnóstico preciso e iniciar um tratamento o quanto antes.
Se você deseja, porém, entender mais ou menos o que está acontecendo com você e como a depressão está afetando a sua vida, compilamos abaixo os 10 tipos mais comuns de depressão para que você entenda as particularidades dele. ATENÇÃO: somente um profissional pode fazer o diagnóstico adequado, então procure um terapeuta ou faça uma consulta psiquiátrica para entender de fato o que está acontecendo com você. As informações abaixo não substituem um diagnóstico, muito menos um tratamento.
Confira:
1. Episódio depressivo
Tipo mais comum de manifestação da depressão. Pode ser dividido em três graus: leve, moderado e grave. Os sintomas mais presentes são rebaixamento do humor, menos energia e disposição, além de dificuldade de sentir prazer, interesse e de se concentrar em qualquer atividade. Quase sempre há diminuição na autoconfiança e na autoestima, bem como pensamentos frequentes de culpabilidade e indignação.
No episódio depressivo leve, o paciente normalmente sofre com algo entre dois e três sintomas da depressão, mas consegue relevá-los e leva uma vida relativamente normal, desempenhando bem a maior parte de suas atividades.
No episódio depressivo moderado, entre quatro e cinco sintomas citados estão presentes. A pessoa nesta situação comumente começa a demonstrar muita dificuldade para realizar as atividades de sua rotina, como trabalhar, estudar ou manter relações sociais.
No episódio depressivo grave, vários sintomas citados anteriormente estão muito presentes na vida da pessoa e a sensação de angústia é muito grande, principalmente porque costuma decorrer de sentimentos de culpa e baixa autoestima. Pensamentos e atos suicidas são comuns, o que exige mais atenção.
2. Depressão psicótica
Os sintomas desse quadro são muito parecidos com os do episódio depressivo grave, mas há presença de alucinações, falsas crenças, visões perturbadoras, ideias delirantes, lentidão psicomotora e de uma sensação de estupor que impede a realização de qualquer atividade normal da vida. Há riscos de suicídio, de automutilação e de desidratação ou desnutrição, por exemplo. É comum que o quadro seja desencadeado por situações como delírios de culpa, doença e pobreza. Pode apresentar conteúdo persecutório também, quando a pessoa imagina que é vítima de uma perseguição.
3. Transtorno depressivo recorrente
Doença caracterizada pela ocorrência repetida de episódios depressivos (leves, moderados e graves com ou sem sintomas psicóticos) ao longa da vida, se há ausência de outros transtornos que causem exaltação de humor e aumento de energia. Esse transtorno geralmente se caracteriza por breves episódios de aumento de humor e de atividade, bem como de sensação de bem-estar, que são intercalados por episódios depressivos. Em outras palavras, é quando os quadros de depressão acontecem, duram semanas ou meses, depois somem, mas voltam a acontecer depois de algum tempo.
4. Distimia
Enquanto o episódio depressivo e o transtorno depressivo recorrente apresentam quadros que normalmente duram semanas ou meses e têm sintomas agudos, que impedem uma vida normal, a distimia (também conhecida como depressão crônica leve) se caracteriza por vários sintomas comuns nos casos de episódios depressivos, mas menos intensos e com maior duração (pelo menos dois anos). Os sintomas mais comuns são uma tristeza menos intensa, mas contínua, e pouca alteração nas atividades normais, como sono, alimentação e vida sexual. Além disso, as pessoas acometidas por esse transtorno costumam ser mais pessimistas, desesperançosas e desanimadas.
Apesar de parecer menos grave por ter sintomas menos intensos e “diluídos”, o transtorno dura muito tempo e dá a sensação de ser interminável ao paciente. Quem sofre com distimia comete suicídio na mesma proporção daqueles que têm episódios depressivos graves, então é uma doença que exige bastante atenção.
5. Reação depressiva breve
Conhecido também como estado depressivo transitório, esse transtorno tem uma duração que não excede um mês. É também chamado de transtorno de adaptação, já que geralmente ocorre durante um período de ajustamento, de uma mudança existencial ou de um acontecimento estressante, como perda de emprego, início em um emprego novo, experiência traumática num acidente, luto, término de um relacionamento, etc. Ainda que a predisposição e a vulnerabilidade da pessoa a transtornos psicológicos colaborem com a ocorrência desse transtorno, sabe-se que ele não teria sido desencadeado se não fosse por culpa das experiências traumáticas/estressantes.
6. Reação depressiva prolongada
Tem sintomas semelhantes aos da reação depressiva breve, exceto que se prolonga por um período que varia de dois meses a dois anos. É caracterizado, principalmente, por uma sensação de ser incapaz de se adaptar a uma nova situação, por sentimentos de nostalgia em relação ao passado ou a uma pessoa que não faz mais parte da vida. Pode causar (e ser desencadeada) por níveis de estresse muito altos.
7. Transtorno misto de ansiedade e depressão
Nesse transtorno, o paciente apresenta sintomas associados à depressão combinados a sintomas associados ao transtorno de ansiedade generalizado (TAG), sem predominância nítida de uns ou de outros e sem que a intensidade dos sintomas depressivos ou ansiosos seja suficiente para caracterizar um diagnóstico isolado de um dos casos. Também conhecida como depressão ansiosa, ela não é uma junção do diagnóstico de DDM e TAG, mas uma impossibilidade de diagnosticar ambos ou um dos dois, já que os sintomas são mistos e não prevalentes.
8. Depressão pós-parto
É comum, após o parto, que as mulheres sintam uma queda brusca dos hormônios, o que resulta em uma fase de anedonia (perda da capacidade de sentir prazer) e apatia (falta de motivação e entusiasmo). Se a situação persistir (o que ocorre em até 15% dos casos), o caso pode ser caracterizado como depressão pós-parto. Além dos fatores hormonais, causas emocionais também podem desencadear ou agravar o quadro, como ansiedade, frustração, desgaste, adaptação a mudanças súbitas, entre outros sintomas. Outra causa da depressão pós-parto é um parto traumático, seja ele natural ou cirúrgico, que tenha feito a mulher passar por uma situação traumática ou estressante.
9. Distúrbio afetivo sazonal (DAS)
Muito comum nos países do Hemisfério Norte, onde há pouca incidência de luz solar no outono e no inverno, esse tipo de depressão é desencadeado durante essas estações e tem como principal fator a falta de sol. Pode parecer muito distante de nossa realidade, mas você sabia que na Islândia, por exemplo, no inverno há apenas 2 horas de luz solar? Segundo o Ministério da Saúde da Inglaterra, esse tipo de depressão chega a afetar 7% da população inglesa durante o inverno. Os principais sintomas são fadiga, tendência a comer muito doce e dormir mais horas de sono do que o comum – o contrário também ocorre: falta de apetite e insônia.
10. Transtorno disfórico pré-menstrual
Esse tipo de depressão nada mais é do que a famosa tensão pré-menstrual (TPM), que causa, normalmente, depressão acentuada, tensão e irritabilidade antes da menstruação. Segundo a OMS, esse tipo de breve transtorno afeta até 75% das mulheres em período fértil. O diagnóstico se baseia na presença de até 5 sintomas de depressão na semana que antecede a chegada do fluxo menstrual e uma melhora logo após a passagem do período de menstruação.
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Se você acha que tem sido acometido por algum tipo de depressão, é importante saber: depressão tem cura e ela está ao seu alcance! Procure um profissional, um psicólogo ou um psiquiatra, exponha o seu problema e inicie o seu tratamento o quanto antes para levar uma vida mais saudável e com muito mais bem-estar!