O sistema imunológico é uma rede de células e moléculas que se especializaram em defender o organismo contra o ataque estranho ao corpo. Elas reconhecem um antígeno e desencadeiam uma resposta efetora diante desse estímulo.
Quando saudável, é capaz de combater a infecção de bactérias, fungos, vírus e parasitas por causa de sua capacidade de distinguir entre células familiares e desconhecidas. Se uma substância estranha, ou antígeno, ameaça um organismo saudável, o sistema imunológico é capaz de reconhecer a ameaça e combatê-la. No entanto, um sistema imunológico fraco não tem condições para afastar os invasores, e o corpo fica vulnerável a doenças que vão desde alergias até câncer.
O organismo pode nos dar alguns sinais, tais como os descritos abaixo, de que algo não está indo bem. No entanto, a maior parte dos sintomas pode acontecer em diversas condições clínicas, significar uma infinidade de complicações, doenças, fatores genéticos, ou até mesmo se confundir com imunodeficiência. Esteja atento aos sinais e, caso persistam, procure um médico.
• Mãos e extremidades frias – quando há uma inflamação no organismo, é mais difícil manter a temperatura aquecida em orelhas, dedos de mãos e pés.
• Diarreia por mais de 2 semanas ou constipação – bactérias, vírus ou outros problemas imunológicos podem provocar alteração no ritmo intestinal.
• Infecções recorrentes, tais como amigdalite, infecções de ouvido, urinárias e outras que demandem o uso de antibiótico mais de 2 vezes ao ano, são um sinal de que sua imunidade deve ser melhorada.
• Olhos frequentemente secos, dor ou vermelhidão – portadores de doenças autoimunes frequentemente relatam secura nos olhos, algumas vezes tendo dificuldades até em lacrimejar.
• Cansaço excessivo – embora cansaço possa ter diversas outras causas, mesmo mantendo-se o sono regular, sentir um cansaço excessivo pode significar que algo está ocorrendo com seu sistema de defesa.
• Dores de cabeça frequentes – em alguns casos podem estar relacionadas a condições imunológicas.
• Febre frequente e calafrios – se você estiver em estado febril, acima de 37,5° de temperatura, é um sinal de que seu sistema imunológico está trabalhando em excesso para manter a homeostase no organismo. Pode significar infecção ou uma sinalização de condição autoimune.
• Manchas vermelhas ou brancas na pele – coceiras, vermelhidão, pele seca são sintomas de inflamação. Por exemplo, os portadores da doença autoimune lúpus têm uma vermelhidão no rosto em forma de borboleta. Outras doenças autoimunes podem atingir os melanócitos e despigmentar a pele, produzindo também manchas brancas.
• Queda acentuada de cabelo – algumas condições imunológicas podem interferir nos folículos pilosos e causar quedas acentuadas de cabelo. Lembrando que a perda de até 100 fios por dia é considerada uma queda normal.
• Sensibilidade ao sol – pessoas com distúrbios da imunidade podem desenvolver uma espécie de reação alérgica aos raios ultravioleta, que se chama fotodermatite, com sintomas como coceiras, vermelhidão, dor de cabeça ou náusea.
• Formigamentos ou dormência frequentes em mãos e pés – podem parecer completamente inocentes, mas em alguns casos podem significar um ataque imunológico aos nervos que levam sinalização aos músculos, como ocorre em portadores da síndrome de Guillain Barré, ou na polineuropatia desmielinizante inflamatória.
• Ganho ou perda de peso exagerado sem causas aparentes – mesmo sem haver mudanças nos hábitos alimentares ou exercícios físicos, ganhos elevados de peso podem significar uma condição autoimune tireoidiana. Já perdas elevadas de peso podem significar diabetes autoimune.
Como fazer para fortalecer o sistema imunológico e levar uma vida saudável?
O estilo de vida e um conjunto de fatores influenciam o sistema imunológico. É importante manter alimentação balanceada, incluindo todos os grupos alimentares; evitar o ganho de peso excessivo, o excesso de álcool, tabagismo, produtos químicos e industrializados, açúcares, gordura animal e frituras; evitar a privação de sono, procurando manter uma rotina de descanso adequada; evitar estresse prolongado, procurando diariamente ter uma prática de relaxamento que seja de sua preferência, desde atividades físicas, yoga, meditação, ouvir músicas, ler um livro, assistir a um filme, ou qualquer outra.
Faz parte de uma boa alimentação estar com os níveis de vitaminas e minerais adequados, uma vez que servem de substrato para a produção de anticorpos. Portanto é importante estar em dia com o seu nutricionista para checar seus exames de sangue e avaliar seu estado nutricional; manter o cuidado de seguir acompanhamento médico para as suas enfermidades, observar os sinais de que algo não está indo bem no organismo, atentar para o uso prolongado de corticoides e imunossupressores, já que inibem os mecanismos de defesa do corpo. Não se deve, portanto, fazer uso indiscriminado deles, tampouco de qualquer medicamento.
É necessário também observar as variações hormonais, tais como a TPM e alterações menstruais, e procurar ajuda profissional, se necessário, uma vez que podem afetar a função de diversas células do organismo, incluindo as do sistema imunológico.
A água é essencial para o desempenho do sistema imunológico e para evitar a desidratação, prejudicando a eliminação de resíduos do corpo, portanto deve-se manter uma ingestão de líquidos adequada, durante todo o dia, atentando para que a coloração da urina esteja sempre clara.
A prática frequente de exercícios físicos aumenta o fluxo sanguíneo e melhora a circulação, favorecendo a ação do sistema de defesa. O tipo de treino deve ser orientado por profissional de educação física, para as necessidades individuais, e realizado sem riscos à saúde.
Você também pode gostar
- Saiba quais são os 20 alimentos que fortalecem sua imunidade
- Aprenda a identificar os sinais de que você está com a imunidade baixa
- Incorpore ao cardápio cinco alimentos que melhoram sua imunidade
É importante evitar o uso de produtos que contenham excessos de metais tóxicos que possam ser absorvidos e não detoxificados do organismo na mesma taxa de absorção. Exemplos de produtos que contêm quantidades elevadas de metais são os desodorantes aerossóis com sais de alumínio, panelas de alumínio para cozinhar, obturações ou restaurações dentárias de amálgama, produtos de beleza com chumbo ou níquel.
A boa alimentação pode contribuir para a saúde imunológica
Para evitar qualquer problema de saúde, bem como para fortalecer o sistema imunológico, a nutrição tem papel fundamental. Uma boa alimentação deve sempre que possível ser preparada com ingredientes frescos, com o mínimo de produtos ultraprocessados, procurando ser variada e colorida. É importante trazer da alimentação o aporte de vitaminas e minerais, através das frutas, verduras e legumes, que são ricos em vitaminas para o sistema imune como a vitamina A, folato, magnésio e as vitaminas do complexo B. Igualmente ricos em complexo B são os grãos integrais, uma importante fonte de fibras. É importante consumir peixes ricos em ômega 3 como cavala, salmão, sardinha e arenque. Carnes magras, cozidas ou grelhadas, complementarão o aporte proteico, de ferro e zinco, essenciais à produção das proteínas corporais. Deve-se consumir regularmente castanhas e sementes, principalmente a castanha-do-brasil, nossa riqueza nacional, que contém a maior fração de selênio de todos os alimentos, e vitamina E.
Acrescente à dieta alimentos anti-inflamatórios como cúrcuma, gengibre, ervas e temperos naturais e frutas vermelhas, ricas em antioxidantes. A ingestão adequada desses nutrientes leva ao aumento da resistência a infecções. São exemplos de ervas naturais anti-inflamatórias a sálvia, o tomilho, o orégano e o alecrim.
É importante procurar identificar intolerâncias alimentares, verificar o consumo de alimentos que gerem distensão abdominal, refluxo, dores, diarreia ou constipação. O consumo frequente de alimentos que causam intolerância danifica a mucosa intestinal, prejudicando a produção de células imunológicas e propiciando o aparecimento de doenças. O sistema imunológico intestinal é o maior e o mais importante de todo o organismo. Cerca de 80% das reações imunológicas se originam dele, portanto para um bom estado imunológico a integridade intestinal é crucial. Um exemplo de intolerância alimentar é a intolerância à lactose.
Não podemos nos esquecer da importância de manter em dia os exames de sangue e adequar as suplementações para garantir o controle dos nutrientes necessários à produção de anticorpos, uma vez que algumas vitaminas e minerais em geral se apresentam reduzidos na população brasileira, outros por questões genéticas devem ser frequentemente monitorados. Um exemplo comum de papel fundamental para a imunidade é a vitamina D.
Atentar para as questões acima e evitar o ganho de peso exagerado colaboram para o fortalecimento do sistema imunológico, no entanto um planejamento adequado deve ser realizado com a ajuda de nutricionista.