Depois de engravidar, uma das preocupações das gestantes é o momento do parto. Qual é a escolha mais segura para a mãe e para o bebê? Quais são os riscos que cada alternativa oferece? A dor será insuportável? Quanto tempo leva a recuperação? São muitas as questões que giram em torno desse momento tão importante, que trará um novo ser ao mundo.
Os primeiros partos realizados no mundo aconteciam, na maioria das vezes, dentro de casa, com as mulheres da família sendo guiadas por uma parteira que tinha mais experiência nesse processo. Sem anestesia, sem condições adequadas de higiene e sem as técnicas adequadas para tornar o parto menos doloroso, era comum que mães e/ou bebês falecessem nesse momento.
Para impedir que o nascimento de uma criança tivesse um final trágico, estudos foram sendo realizados a cada ano. Ferramentas foram inventadas para facilitar a remoção do bebê, como o fórceps, e remédios anestésicos começaram a ser desenvolvidos para reduzir a dor do parto normal.
Depois de muito estudo, a cesariana foi adotada como um método para realizar o nascimento de um bebê que estivesse em uma posição inadequada no útero da mãe, ou em uma situação que oferecesse riscos para a saúde da mulher e da criança. A cirurgia consiste em um pequeno corte no ventre da mãe, por onde o bebê seria removido.
Embora o parto por cesárea pareça mais simples e mais eficiente que o parto normal, natural ou humanizado, a realidade é bem diferente disso. Na verdade, a cesariana deveria ser realizada em exceções, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, OMS, que define que elas deveriam representar apenas 15% dos nascimentos. A título de comparação, a instituição constatou que 85% dos partos brasileiros de 2019 foram cesarianas.
Para entender melhor por que o parto cesárea não deve ser o caminho natural para o nascimento de uma criança, aprenda tudo sobre como essa técnica funciona! É importante ressaltar que, em alguns casos, o parto cesárea é a única possibilidade para uma mãe e para um bebê. Então, não se sinta mal se esse foi o seu caso!
Como é feito o parto cesárea?
O parto cesárea é realizado obrigatoriamente em um hospital, por um(a) profissional da medicina, em ambiente esterilizado e com medicamentos à disposição. Em primeiro lugar, a mulher receberá uma anestesia espinhal, para continuar consciente, ou uma anestesia geral, para adormecer. Um cateter urinário é inserido para drenar a urina presente na bexiga e é feita uma limpeza do abdômen com produto antisséptico.
A seguir, faz-se um corte de 10 centímetros de comprimento, dois a três centímetros acima da púbis, onde começam a nascer os pelos que cobrem a vulva. Então, é preciso cortar os outros tecidos que separam a parede abdominal do útero, como o tecido celular subcutâneo, o tecido aponevrose e o tecido peritoneu. Ao chegar ao útero, deve-se realizar uma abertura transversal no órgão, de onde sairão o feto e a placenta, nessa ordem.
Assim que o bebê e a placenta são removidos, corta-se o cordão umbilical e os cortes são suturados, visto que não há mais nada para retirar de dentro do corpo da mãe. Os pontos permanecem algum tempo no corpo da mulher, até que o corte cicatrize, e depois são retirados com auxílio médico.
Esse procedimento é recomendado quando há incompatibilidade feto-pélvica, a placenta é baixa, o cordão umbilical passa em frente ao colo uterino, a passagem do feto pode provocar hemorragia, há risco de sofrimento fetal ou quando a mulher apresenta alguma doença que impeça o parto normal.
Quanto tempo demora para fazer uma cesárea?
O parto cesárea pode levar de 45 minutos a uma hora para ser realizado. A cirurgia é normalmente agendada com antecedência, e em muitos casos a mãe sequer passa pelo trabalho de parto, não sentindo as contrações tipicamente associadas ao momento de dar à luz.
Muitas mulheres e muitos profissionais da saúde preferem a cesárea exclusivamente porque ela é mais rápida e pode ser mais simples do que o parto normal, considerando que, em alguns casos, o trabalho de parto pode durar até 12 horas para as mães que têm os filhos de forma natural.
Apesar da velocidade para realizar o procedimento, a recuperação de uma cesariana é mais demorada que a do parto normal. No parto cesárea, a mulher deverá primeiro se recuperar da anestesia, o que pode levar quatro horas. Depois de 12 horas, a sonda da bexiga é removida e só então ela pode se levantar. A internação, caso não ocorram problemas, dura de dois a quatro dias. No parto normal, uma hora depois do procedimento a mãe já pode voltar para o quarto, se o processo ocorreu em um hospital.
Quais são os riscos da cesárea?
Quando a cesariana é feita sem necessidade, são muitos os riscos aos quais a mãe e o bebê estarão expostos. A seguir, saiba quais são eles e encontre um(a) profissional de confiança para realizar o procedimento quando for a sua vez!
O parto cesárea pode trazer para a mãe maior risco de infecções, de trombose nos membros inferiores, de hemorragias e de reações alérgicas aos anestésicos. A recuperação é demorada depois do trabalho de parto, e a dor no pós-operatório é mais frequente nesse tipo de cirurgia.
Nos partos seguintes, a mulher pode sofrer com dificuldade para implantação da placenta e risco de ruptura uterina, caso a próxima gestação se encerre com o parto por via vaginal. Em alguns casos, a mulher enfrenta problemas de infertilidade, embora essa condição seja mais rara.
Para o bebê, a cesariana pode causar problemas respiratórios ao nascer, como taquipneia transitória do neonato. É possível prevenir esse tipo de condição se a gestante já estiver grávida há 39 semanas e se tiver entrado em trabalho de parto antes da cirurgia.
Quais as vantagens do parto cesárea?
A cesariana não deve ser escolhida como um caminho natural para o parto; ela deve ser aplicada somente se a mãe ou o bebê apresentarem uma condição específica para tal. Tendo isso em mente, é possível analisar quais são as vantagens que o parto cesárea apresenta.
Como a cesariana é uma cirurgia de curta duração, pode-se agendá-la e escolher a data de nascimento da criança. Assim, o estresse da mãe durante o parto é reduzido e qualquer problema pode ser previsto com antecedência, em um ambiente esterilizado e seguro.
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Outra vantagem da cesariana é que o agendamento garante a disponibilidade da(o) obstetra no dia do parto, o que pode não acontecer se a mulher realizar o parto normal. Além disso, a cesárea reduz os nascimentos com mais de 42 semanas de gestação (associados a riscos para o bebê).
A cirurgia também reduz as complicações do parto por via vaginal, como lesão do plexo braquial, traumas ósseos e asfixia, e diminui o risco de prolapso uterino ou de bexiga e de incontinência urinária para a mãe.
Independentemente de como você queira que seja o seu parto, o mais importante é que ele aconteça de forma segura e protegida. Se você tem medo do parto normal ou se não quer fazer a cesárea, leve essas aflições para o(a) profissional de saúde que está te acompanhando. Sinta-se segura para esse momento que vai mudar a sua vida e confie no seu corpo!