O isolamento social decorrente da Covid-19 resgatou e popularizou uma técnica já antiga. Conhecida pela sigla inglesa DIY (“do it yourself”), o “faça você mesmo” ganhou força e vem se tornando o novo lema do consumidor neste momento de pandemia.
Por ficarem mais tempo em casa devido à quarentena, as pessoas mudam suas prioridades buscando alternativas criativas e úteis para empregar o tempo livre. Do pão caseiro fresquinho a reparos domésticos, saiba mais sobre essa tendência e sobre como ela altera profundamente nossos hábitos de consumo.
O que é o DIY?
O termo “faça você mesmo” (“do it yourself”) é empregado, ao menos, desde os anos 1950, período do pós-Segunda Guerra Mundial. Bastante literal, a frase passou a ser usada como referência a uma tendência de consumo baseada no velho lema: se quer algo bem feito, faça você mesmo.
Atualmente o DIY é reconhecido com uma significação bastante abrangente. De confecções caseiras e artesanatos a produções musicais de baixo custo, essa técnica encontrada em diversos setores da sociedade é uma boa forma de reduzir gastos e de aprender uma nova atividade.
Além disso, realizar algo que antes você pagaria para outra pessoa fazer pode ser uma maneira divertida e criativa de ressignificar objetos cotidianos. Por exemplo, você sabia que é possível criar um regador de jardim utilizando apenas uma mangueira e uma garrafa PET? Basta fazer alguns furos na garrafa e colocá-la junto à mangueira com um injetor de irrigação!
Padaria em casa
Por distração ou por necessidade, as pessoas têm colocado mais a mão na massa neste período de pandemia. Literalmente. Segundo uma pesquisa da empresa NPD-Group, houve em março – início da quarentena em muitos países ocidentais – um aumento em vendas de pequenos eletrodomésticos, como máquinas de fazer macarrão e pão.
O preparo de pães também tem se tornado mais frequente durante a quarentena. O sucesso é tão grande que, de acordo com o Google Trends, a pesquisa por receitas de pão caseiro teve, em maio, um pico de popularidade entre os brasileiros. Além disso, segundo a Nielsen, as compras de fermento dispararam nos EUA, aumentando 650% em comparação com 2019.
Marcenaria e reparos domésticos
Com mais tempo livre pela frente, as pessoas em isolamento social buscam também realizar elas próprias trabalhos de marcenaria. Utilizando as ferramentas certas, você mesmo pode criar cadeiras, mesas, bancos, camas e estantes por um preço mais em conta do que o encontrado no mercado.
A mentalidade do faça você mesmo também ganha força na realização de reparos domésticos. Seja para desentupir uma pia, seja para restaurar um móvel, as pessoas vêm buscando alternativas viáveis de realizar elas mesmas essas tarefas.
Uma busca rápida no YouTube revela uma infinidade de dicas e tutoriais que você mesmo pode seguir e fazer em sua casa! Por exemplo, você sabia que é possível usar pasta de dente para cobrir pequenos buracos na parede, ou então usar o ferro de passar roupa para dar aquela revitalizada no verniz de um móvel desgastado?
E as dicas não param por aí! Desentupir um vaso usando um cabide de metal, trocar resistência de chuveiro e instalar papel de parede têm sido algumas das tarefas que as pessoas de quarentena vêm procurando realizar por si próprias.
Estética
Com o fechamento e a restrição de salões de beleza no primeiro momento da pandemia, alguns dos tutoriais DIY mais buscados foram voltados para o tratamento estético. Segundo o Google Trends, houve um salto de aproximadamente 75% nas buscas pelo termo “corte de cabelo em casa” em relação a 2019.
É possível que, com essa nova realidade, o mercado da estética sofra grandes mudanças em um mundo pós-pandemia. Estipula-se que, após o fim do confinamento, as pessoas passarão a buscar por tratamentos mais rápidos, indolores e com resultados mais naturais, priorizando pequenos retoques em vez de cirurgias.
Novos hábitos de consumo
Embora não seja única e exclusivamente consequência da pandemia do novo coronavírus, o DIY vem sendo resgatado e democratizado em nossa sociedade ao longo deste período de quarentena e isolamento social. Devido à restrição imposta aos horários comerciais e aos serviços prestados, as pessoas buscam por mais independência, aprendendo novas técnicas.
Essa cultura é também uma boa maneira de economizar. Com a redução das jornadas de trabalho, muitas pessoas tiveram seus salários igualmente reduzidos. Assim, usar seu tempo livre para aprender uma técnica e realizar uma atividade que antes você pagaria para ser feita pode ser um jeito inteligente de evitar gastos desnecessários.
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Além disso, ao aprender uma nova técnica, independentemente de qual for, você poderá monetizá-la posteriormente, transformando o DIY em um negócio lucrativo. Descobriu uma receita nova de pão? Que tal vendê-lo em seu condomínio? Construiu um móvel seguindo as técnicas que aprendeu em tutoriais de marcenaria? Já pensou em começar a anunciar suas criações na internet?
Visto o que foi mencionado, a cultura do faça você mesmo não é apenas um jeito criativo de economizar dinheiro, mas também uma oportunidade para você aprender novas técnicas, customizar a sua casa ou apartamento do seu jeitinho e até mesmo conseguir uma renda extra!