Nós, seres humanos, vivemos tão focados em tudo o que temos que fazer e com tudo o que sentimos, que, por muitas vezes, acabamos esquecendo que o nosso físico tem o poder de falar por nós. Você pode se perguntar: “Como assim, o meu corpo fala por mim?” e nós responderemos a essa questão. Não estamos falando aqui de doenças psicossomáticas ou de algo que carrega aquela famosa frase: “Quando a boca cala, o corpo fala”, mas sim da história contida no nosso físico, em como as marcas da nossa história estão presentes nele e no que elas podem contar sobre nós.
Cada indivíduo se expressa de uma forma na vida e essa forma de expressão é totalmente ligada aos seus valores, às suas vivências, às crenças, à criação, à cultura e até mesmo à herança genética. Antes de lidarmos com as situações da vida, herdamos um organismo e um corpo que já são “programados” a um modelo fundamental de expressão: a digestão, os movimentos de como engatinhar, andar, sentar, entre outros. Em relação a outros tipos de comportamento, nós aprendemos com o tempo ou imitamos outras pessoas.
A pergunta que não quer calar, entretanto, é: quais são as histórias do seu corpo? Continue lendo este artigo, pois nós traremos aqui reflexões que expandirão a sua mente e farão com que você olhe carinhosamente para o seu próprio corpo.
Como o nosso corpo se expressa?
A expressão do corpo humano ocorre por meio de contrações musculares: uma fala, um olhar, um sorriso, uma felicidade, uma tristeza, entre outros. Com a repetição das mesmas expressões, o nosso corpo acaba adquirindo marcas, assim como as roupas que sempre usamos e que vão se desgastando com o tempo. Por exemplo, a calça que você vestiu ontem provavelmente esteja com as marcas do seu corpo, suja ou um pouco amassada, não é mesmo? Mesmo que você a lave e a passe, com o passar dos dias e do uso, ela carregará marcas que revelam o quanto foi usada ou não e ainda poderá ter marcas específicas que façam você relembrar de algum momento.
Mais do que as marcas causadas pelo tempo e pelo envelhecimento, o nosso corpo sofre reflexos do mundo externo. Vivemos em uma sociedade que construiu com o passar dos anos um padrão específico de imagem e de beleza e, por muitas vezes, agredimos diretamente ou indiretamente o nosso corpo e carregamos conosco as frustrações e as imposições que os outros criam sobre nós. Essa agressão não é dita de uma forma literal – na maioria dos casos –, mas ela faz com que absorvamos o que os outros pensam e comumente nos torna “escravos” de modelos da sociedade.
O fato é que questionar sobre o próprio corpo de uma forma negativa a partir das consequências causadas pelas opiniões do mundo externo faz com que odiemos a nossa imagem e reneguemos a nossa história. Como isso ocorre? Geralmente, as mulheres sentem na pele as exigências dos padrões impostos pelo ambiente em que vivem ou que observam e acabam literalmente odiando o próprio corpo; dessa forma, deixam para trás as histórias mais profundas e que definem a sua força e boa parte da sua trajetória.
A mulher e o corpo
Sabemos que viver não se baseia somente no nosso singular, pois vivemos em um mundo plural, onde emanamos e absorvemos energias, assim como opinamos e recebemos ou não opiniões alheias. Desde a Antiguidade, a mulher é alvo de inúmeros julgamentos, principalmente pelos homens, sobre o seu próprio corpo, sobre sua forma de comportamento, seu posicionamento e o seus “deveres” na vida.
Toda essa carga negativa imposta às mulheres desde o início das civilizações cada vez mais é multiplicada com os padrões da sociedade moderna. Ademais, tem-se atualmente um modelo específico de corpo que é aceito pelo mundo, enquanto qualquer outro físico é praticamente apedrejado e julgado como desleixo, doença, falta de saúde e até mesmo de amor-próprio.
Por mais madura e firme que uma mulher seja, é inegável que tais olhares maldosos não interfiram na forma como ela enxerga o próprio corpo. A partir do que lhe é causado psicologicamente, acredita-se que a forma como seu corpo está no momento deve ser odiada e alterada o mais rápido possível. É, entretanto, exatamente neste ponto que há um grande problema: a falta de aceitação e o desejo de mudança por julgamentos alheios ou pelo descontentamento abafam as histórias contidas no corpo físico.
É preciso entender que, antes de qualquer coisa, mesmo na pluralidade do mundo, você, mulher, é singular! Não há ninguém como você e tampouco alguém que tenha vivido o que você já viveu até aqui. A forma como você cresceu, os seus comportamentos na infância, na adolescência e quem você é atualmente definem a sua história e a trajetória de vida. É válido o descontentamento físico, pois você é humana, sensível e livre para se sentir e querer o que quiser, mas saiba que você carrega no seu corpo o mais profundo da sua personalidade.
O corpo é o que temos para estar nesse mundo, ele é um espelho do que já foi vivido por nós e do que carregamos conosco. Se você se sente infeliz da forma como você se apresenta atualmente, saiba que não existe mal nenhum nisso, mas que existem histórias no seu físico que detalham a pessoa que você é hoje. Assim como no próximo ano, seu corpo terá novas histórias para contar de tudo o que foi vivido na atualidade.
O corpo e a razão
Ter razão não é o principal da vida! É preciso, muitas vezes, abandonar as razões e recuperar todos os nossos sentidos. Liberte-se do que os outros falam sobre você ou dos males causados por palavras maldosas sobre o seu corpo. Recupere o seu sentir, permita-se ser você mesma e sinta orgulho por tudo o que você já conquistou e vivenciou até aqui.
Por mais que a ciência explique o funcionamento do corpo humano, não há médico ou pessoa nessa terra que consiga entender o que você sente – você é o único ser no mundo capaz de fazer isso. Assim como o seu corpo é somente seu, sua história é somente sua, suas alegrias e tristezas são somente suas.
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Olhe para si mesma com mais amor, mulher! Conceda a si mesma o direito de alívio e de escolha. A luta por aceitação e por igualdade é constante, você é dona de si nesta Terra e é importante refletir sobre o que você sente pelo seu corpo físico. As histórias do seu corpo são só suas e não dependem do olhar de ninguém!