Comportamento Convivendo

Amor próprio é caminho e não destino

Imagem de quatro corações recortados e feitos em papel colorido, pendurados em um varal por um pregador.
Congerdesign / Pixabay
Escrito por Eu Sem Fronteiras

Quem vê só a superfície tem chances de confundir amor-próprio com arrogância ou narcisismo, achando que tudo se realiza sem esforço e dedicação. Essa visão pode acabar romantizando o trajeto a ser feito na direção dessa conquista; nem todos estão dispostos a pagar o preço por ela. Se amar acima de tudo é algo fundamental para desfrutarmos uma vida plena e prazerosa, esse é um processo que está bem longe dos contos de fadas e do mundo das fantasias.

Todos os dias, mensagens sobre autocuidado e autoestima brotam nas redes sociais. Por mais positivo que isso seja, precisamos estar atentos para que não haja a idealização do autoconhecimento como algo fácil e simples de ser feito. É como escreveu Drummond: “No meio do caminho tinha uma pedra”. Nessa jornada rumo ao autoamor, as pedras (sim, no plural) são inevitáveis; contudo, ainda que dolorosas, elas têm o poder de nos ajudar na trilha do redescobrimento de nós mesmos.

Não existe luz sem escuridão, e vice- versa – assim disse o psicólogo analítico Carl Jung. Tentar colocar debaixo do tapete as partes que nos fazem passíveis de julgamentos é uma atitude que colabora apenas para o aprisionamento de quem somos em essência. Aprender com erros e sentimentos adversos é tão importante quanto exaltar nossas qualidades adquiridas ao longo de nossas vivências. O amor-próprio vai além das aparências e daquilo que se mostra para agradar: ele é construído com tempo, graça e muito aprendizado.

Imagem de um coração talhado em uma madeira leve, suspenso por um fio de nylon, representando o amor próprio.
Michaelmep / Pixabay

Experiências nos constroem. São elas que nos moldam. Algumas são alegres, outras nem tanto. Criamos cascas e casulos difíceis de adentrar.

Ser alguém genuíno nessa era de superficialidade e consumismo requer coragem e boas doses de ação. Tijolo por tijolo, altos e baixos, não devemos ter medo de encarar as dores e delícias de sermos quem somos de verdade. Tudo isso faz parte do trabalho árduo e sem fim do percurso dessa busca, e ela pode ser mágica quando compreendermos isso.

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Cuidar de si é uma prática contínua que envolve cura de dores e traumas carregados por anos. É valorizar a sua companhia e a de pessoas que te querem bem; é estar sozinho e não ter medo de se olhar no espelho. É saber dizer “não” para o que foge das escolhas do seu coração. É rir dos defeitos e amá-los em total aceitação; honrar a sua história; entender que tudo leva tempo e que a lente do outro não tem capacidade de enxergar e nem de suprir a nossa dimensão interior. Tenha orgulho do ser em desenvolvimento que você é. Ame-se!

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