Todo mês, o corpo feminino passa por um processo extraordinário e complexo: trata-se do ciclo menstrual. No cotidiano, é comum falarmos só em menstruação, mas ela é apenas uma parte desse período composto por três fases.
A primeira delas, na qual ocorre a menstruação, é chamada fase folicular e é dela que falaremos neste artigo. Caso você nunca tenha ouvido falar sobre isso, não se preocupe. Trouxemos um panorama completo sobre essa fase crucial do ciclo.
Então, prepare-se para ampliar seu conhecimento sobre o universo feminino. A seguir, entenda tudo sobre a fase folicular!
O que é a fase folicular?
Marcada pelo primeiro dia do sangramento menstrual, a fase folicular é a primeira etapa do ciclo. Ela se caracteriza pela formação dos folículos nos ovários, responsáveis por conter os óvulos. Para que seja possível a formação dos folículos, entra em ação a produção do hormônio foliculoestimulante (FSH), sobre o qual falaremos mais adiante.
Nessa fase, que costuma durar cerca de 14 dias (podendo variar para mais ou para menos), ocorrem os sintomas da menstruação e o corpo é preparado para as fases seguintes: a ovulação e a fase lútea. Quando ela chega ao fim, o folículo dominante já está maduro e apto para ovular.
Desse modo, a fase folicular é a grande responsável por preparar o caminho para a liberação dos óvulos, o que impacta diretamente as demais fases do ciclo menstrual.
Como identificar a fase folicular?
O sangramento menstrual é o maior indício de que a fase folicular está em andamento, já que, como dissemos, ela começa no primeiro dia do sangramento. Durante esse período, enquanto a mulher está menstruada, alguns sintomas são bastante comuns e servem como indicativos da fase.
A famosa cólica menstrual é o sintoma mais famoso, porém outros também se destacam. Dor de cabeça, fadiga, dor e incômodo na lombar e na parte inferior do abdômen são alguns deles. Também é comum que aumentem as idas ao banheiro para urinar e haver uma tendência maior a crises de enxaqueca.
Além de observar naturalmente esses sintomas, é possível acompanhar todas as fases do ciclo menstrual por meio de aplicativos como o Clue e o Flo. Esses apps ajudam a mulher a acompanhar os sinais e monitorar o período fértil. Mas é bom lembrar que o uso deles não elimina a necessidade de acompanhamento médico.
O papel dos hormônios na fase folicular
Além do FSH, que já mencionamos, outro hormônio é bastante atuante na fase folicular. Trata-se do hormônio luteinizante (LH). Juntos, eles estimulam o amadurecimento dos folículos, de modo que fiquem prontos para a ovulação.
Através da glândula hipófise, esses hormônios são liberados e reúnem um grupo de folículos. O objetivo passa a ser o crescimento de um desses folículos, chamado folículo dominante, que ficará responsável por receber o disparo hormonal que levará à ovulação.
Durante o desenvolvimento dos folículos, também ocorre um aumento do estrogênio. Esse hormônio atua na multiplicação das células do endométrio, preparando o caminho para a passagem dos espermatozoides e o tecido intrauterino para a implantação embrionária.
Já no final da fase folicular, há uma redução dos níveis hormonais, enquanto o LH sofre um aumento súbito, também chamado surto pré-ovulatório.
Como a fase folicular afeta a fertilidade?
Se tudo correr bem durante a fase folicular, a fertilidade seguirá seu curso. Afinal, o objetivo de preparar o corpo para a ovulação terá sido cumprido. No entanto, algumas falhas no processo podem acarretar a ausência de ovulação (ou anovulação).
Isso pode se relacionar a problemas no eixo hipotálamo-hipófise — onde se inicia o estímulo à formação dos folículos — ou nos ovários. Alguns desses problemas são:
- Baixos níveis de FSH: pode ocorrer devido a alguma falha no eixo hipotálamo-hipófise, resultando em pouco estímulo na formação de folículos. Ademais, a deficiência de outros hormônios também pode impactar na fertilidade da mulher.
- Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP): trata-se de uma condição hormonal na qual existem cistos nos ovários que impedirão o desenvolvimento e liberação dos óvulos.
- Hipotireoidismo: a tireoide é responsável por produzir hormônios que regulam o funcionamento da hipófise. Assim, quando a tireoide não produz hormônios suficientes (hipotireoidismo), o desenvolvimento dos folículos é afetado.
- Baixa reserva ovariana: essa condição é comum quando a mulher se aproxima da menopausa, por exemplo, período em que menos óvulos são produzidos pelo organismo.
- Endometriose: Condição em que o tecido do endométrio cresce fora do útero, em locais como os ovários e as trompas de falópio, dificultando o desenvolvimento dos folículos e a liberação dos óvulos.
- Magreza extrema ou obesidade: enquanto a magreza extrema, com sua falta de tecido adiposo, interfere na produção de hormônios essenciais para os folículos, a obesidade pode gerar desequilíbrios hormonais.
- Tumores hipofisários: são crescimentos anormais na glândula pituitária, que podem interferir na produção de hormônios como o FSH e o LH. Dependendo do tamanho do tumor, a fertilidade é afetada.
- Estilo de vida: o estresse, decorrente de um estilo de vida não muito saudável, pode afetar o equilíbrio hormonal, assim como a má alimentação e a falta de exercícios físicos.
Nos aprofundando no funcionamento da fase folicular, vemos como ela é essencial para o bom funcionamento do ciclo menstrual. Identificar seus sinais e entender as alterações hormonais da fase pode proporcionar maior consciência sobre o próprio corpo e sua fertilidade.
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E lembre-se: é importante procurar ajuda médica se houver alguma irregularidade no ciclo menstrual. Com isso em mente, e pensando na singularidade de cada mulher, aproveite essa fascinante fase e todo o seu potencial reprodutivo.
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