Finalmente! Chegamos ao último e derradeiro mês desse fatídico ano. Se alguém, lá em janeiro, tivesse me dito que o ano seria assim, eu teria rido uma hora na cara da pessoa, mas não, não teve riso quando uma pandemia foi declarada; ninguém riu vendo o número de mortos e o lockdown mundial. Não houve nenhum som quando todas as bolsas do mundo baixaram. Foi simplesmente terrível.
Todo mundo surtou! To-do-mun-do! E se você está falando agora “eu não surtei”, acredite, você está no pior surto de todos: a negação. Foi o ano em que vimos todos os mecanismos de defesa em ação. O ano que vimos a porca torcer o rabo. O ano mais macabro da história!
Muitos mortos e muitas vítimas, muito medo, pânico e terror. Muito de algo que evitamos a qualquer custo. Evitamos a diversão em bares, já que estavam fechados, evitamos sair para fazer compras. Todas as nossas fugas foram trocadas pelo fato de assistirmos a filmes e lermos livros, como se todo o mundo tivesse voltado ao ano de 1888, quando sair de casa era um evento, uma mistura de filme de zumbi, Jack o Estripador e Sai de Baixo. Uma zona!
Não, ainda não estamos seguros, mas já sabemos o que aconteceu e como. Já sabemos como evitar e a morte iminente não é mais tão certa quanto parecia no começo. Não estamos seguros, mas nunca estivemos mesmo. A proximidade do desconhecido causou caos, mas também aprendizados. Entendemos coisas que levaríamos séculos para entender. Mudamos nossas rotinas e mandamos às favas a burocracia ou o que parecia certo. Responsabilizamo-nos ainda mais por nossos filhos, voltamos a lavar a louça e a fazer bolo e, mesmo com todos esses contrapontos, sonhamos com o futuro.
E vai voltar. Tudo vai voltar. Teremos novamente linhas aéreas ganhando trilhões e pessoas atravessando o mundo para fazer uma reunião, mas faremos isso diferentemente, com uma saudade estranha de nossa casa. A Europa, enquanto escrevo esse texto, volta a fechar e talvez você esteja lendo este artigo enquanto prepara seu Natal em casa, porque fechou também por aqui. Não podemos, no entanto, negar que o que aprendemos neste ano como coletividade dificilmente será superado por qualquer outra coisa.
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Sendo assim, feliz último mês do pior ano da história. Tenha um feliz ano novo, em que continuaremos a tentar compreender tudo e sobreviver como sempre fizemos, com a certeza de que não temos controle sobre nada, que nada é para sempre e que o melhor é sempre viver o presente. Afinal, ele é isto: um grande presente! Feliz ano realmente novo!