Desde que os estudos da Cabala se tornaram populares em várias partes do mundo, a sabedoria foi confundida com uma faceta do judaísmo. É fato que muitas das principais obras a seu respeito foram escritas por judeus, e o Antigo Testamento é objeto de estudo dos cabalistas.
Mas Cabala e judaísmo não são a mesma coisa.
Enquanto o judaísmo é religião, a Cabala é a ciência da realidade que não podemos alcançar com nossos cinco sentidos ou com nossa mente objetiva.
Durante séculos a humanidade assistiu ao embate entre fé e razão, religião versus ciência. A Idade Média foi palco de perseguições a quem quer que questionasse a Igreja, fazendo com que as noites da Europa medieval fossem frequentemente iluminadas pelas fogueiras da Santa Inquisição.
Se, por um lado, a Cabala é uma ciência que busca descrever e entender as leis e mecanismos que regem o mundo espiritual, e, por outro, a ciência empírica é aquela que observa, classifica e busca entender os fenômenos da natureza, podemos esperar que os dois campos de estudo se integrem, desvendando os mais profundos segredos da Criação.
Cabalistas e cientistas caminham para esse ponto de encontro, mas ainda falta caminho a percorrer.
Assim como a Cabala não tem relação com a religião, existe também um distanciamento com relação ao pensamento científico.
Enquanto a Ciência busca “como” os fenômenos ocorrem, a Cabala há milênios encontra respostas profundas ao perguntar o “porquê”. Ao buscar motivos, os cabalistas entendem que a Lei de Causa e Efeito é a lei universal que deixa claros os mecanismos universais.
Tomemos como exemplo a relação entre a homeopatia e a alopatia. Um médico alopata normalmente trata seu paciente com base nos sintomas que este sente. Por meio de exames clínicos, encontra o mal que o acomete e receita-lhe medicamentos que amenizarão os sintomas.
Um paciente que visita um médico homeopata é instado a contar sobre vários aspectos de sua vida, a fim de que o médico o conheça de forma mais completa. Ciente da questão a ser tratada, o médico lhe receitará medicamentos preparados de forma personalizada, e o tratamento normalmente envolve várias voltas ao consultório.
Na alopatia, as grandes indústrias farmacêuticas produzem remédios em larga escala que, na grande maioria das vezes, “maquiam” os sintomas (que em breve voltarão a se manifestar) e que, quase invariavelmente, podem causar efeitos colaterais. Já a homeopatia trata a causa do mal, podendo levar muito mais tempo para surtir o efeito desejado, mas terminando por resolver a questão de forma satisfatória.
Em certos casos, faz-se necessário o medicamento alopático, para diminuir efeitos e sintomas com mais rapidez, mas eles não agem de fato sobre a origem da doença.
Até os dias de hoje, a homeopatia é vista com desdém pelos profissionais alopatas e indústrias.
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A ciência, em toda a sua vasta amplitude de campos de atuação, continua sustentando-se com base em suas observações, derivadas dos cinco sentidos e da mente objetiva. Segundo os antigos sábios, estes são, ao mesmo tempo, uma proteção e um impedimento, como uma cortina sutil que não credencia o acesso às verdades espirituais, raízes de toda a materialidade.