Quando descobri sobre o autoconhecimento há alguns anos, quis trilhar esse caminho, mas almejando que ele teria uma linha de chegada, assim como muitos fatos da nossa vida, como terminar um curso, a faculdade, um relacionamento. Mas hoje vejo que o autoconhecimento é um horizonte e uma utopia necessária para nos manter em constante movimento.
Ao longo dessa jornada interior, os detalhes vão ganhando maior importância, pois quanto mais apurado o olhar estiver, mais a consciência também estará. Refleti sobre isso em um domingo, quando fui comprar o almoço. O lugar era extremamente limpo, o que me chamou a atenção e me fez decidir por comer naquele estabelecimento. Sentei e, enquanto aguardava o pedido, aproveitei para prestar atenção à minha respiração e estar mais presente. Então notei um detalhe. Uma barata saiu da rua, entrou no local, andou em minha direção, passou por baixo dos meus pés e retornou para a rua. Parecia que tinha ido ao meu encontro apenas. E justo eu, que sempre tive nojo de baratas.
Há algum tempo vi que, para o xamanismo, quando um animal aparece para nós, é porque precisamos de sua medicina. Fiquei pensando no que a barata queria me ensinar e quando cheguei em casa, pesquisei. A medicina da barata nos ensina sobre resistência e sobrevivência, mover-se através do medo, auxilia na cura de fobias e traumas e que nada é bom ou ruim, tudo tem dois lados. Eu, que sempre fugi das baratas, nunca pensei que elas pudessem me dizer tanto.
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Os detalhes, que têm a função de delinear e pormenorizar as situações, nos fazem retomar o poder interior, de pensar, sentir e agir de acordo com o que somos. E enxergar, quem sabe uma barata, como um mestre. Nisso consiste a maravilha de viver o caminho do autoconhecimento, sem pensar em onde chegar. Caminho esse que é constituído por momentos vividos em presença e que trazem a lucidez necessária para que nossa lâmpada interna se acenda.