De fato, quando começamos a pensar sobre nós, surgem perguntas que nos parecem sem resposta. Contudo, se as buscarmos, ficaremos maravilhados com o que encontraremos.
Descobriremos, por exemplo, que não existe criatura sem criador. Haverá quem diga que o criador de si são seus pais, não se apercebendo de que eles apenas se doaram para que ele existisse no corpo carnal.
Esse alguém, o ser espiritual, transcende a existência corpórea, tendo existido há milênios passados e existirá nos milênios futuros em contínuo progresso.
“Imagine um pequeno aquário (feito de vidro espelhado por dentro) encerrado dentro de um outro aquário, maior. Os peixes que estão no aquário maior podem ver o que acontece dentro do aquário menor, mas os peixes que estão no aquário menor não podem ver além dele. O aquário menor é a única realidade desses seres.” (1)
Ao nascermos no corpo material, nos encontramos no aquário menor, nosso planeta, e não enxergamos o aquário maior de onde viemos, embora os que lá estão nos vejam.
Dentre os muitos temas estudados pelo pensador alemão Leibniz (Gottfried Wilhelm Leibniz, 1646-1716), podemos ver como o corpo físico humano é “animado”, resultando desse estudo o termo “sincronicidade”, ressaltado pelo psicólogo e estudioso suíço Carl Gustav Jung (1875-1961), que cuida das coincidências gritantes que acontecem em nossa vida, chamando a nossa atenção para a existência de algo maior.
Essa exposição, um tanto técnica, objetiva fugir dos ditos costumeiros sobre a alma, ou espírito. Mostro que nós, espíritos, já somos estudados como verdade pela ciência e pela filosofia, fora das religiões, portanto.
Como o meu objetivo é palestrar e não debater, eu não adentro nas conceituações religiosas, me atento somente no que se refere à espiritualidade.
Dessa forma, destaco que não existe acaso, visto que, se existisse, seria um instante sem Deus, assim o nosso aprendizado, como por mim tratado anteriormente no artigo intitulado “A Dor”, nos chama a atenção pelo sofrer em consequência dos nossos desacertos, enquanto a justeza das ações nos é prazerosa.
Havemos de preferir, no viver cotidiano, nos prender tão somente aos ditames da consciência, cuidando porém para não nos deixar levar pela emoção, que é uma barreira que ofusca o discernimento.
Estar de acordo com a consciência é trazer para a atualidade conhecimentos transcendentes para melhor viver materialmente, sem comprometer a si em espírito, de maneira que a mente se assente num estado de paz interior, levando o corpo à saúde.
Nesse estágio vê-se que temos que nos acautelar da índole, pois agir segundo a consciência sem o policiamento da índole nos leva a desacertos alarmantes, como vingança, por exemplo.
De acordo com o dicionário, índole é o conjunto de traços e qualidades inerentes ao indivíduo desde o seu nascimento: caráter, inclinação, temperamento.
Sim, desde o nascimento trazemos conosco os méritos e deméritos das vivências passadas que somados aos novos misteres da atual existência proporcionam o aprimoramento geral, reconduzindo a índole, que, em síntese, vem a ser o acervo das experiências tidas no transcurso dos milênios.
Em uma família de seis irmãos, não há nenhum com índole igual à de outro, mesmo que dois sejam gêmeos. É a nossa índole que nos diz onde e como devemos nos corrigir e em que devemos nos aperfeiçoar. Administrá-la nos leva a aprender como nos fazer melhor; mantê-la sob cabresto é a questão.
Tem-se, pelo princípio desse tema, que a consciência é inerente ao espírito, que continua a jornada após a morte do corpo, a índole lhe pertence, permanecendo no próximo novo corpo, pois o espírito é o mesmo.
Nesse exposto chegamos a conclusões importantes:
Somos espíritos, existimos e somos imortais.
Trazemos conosco conhecimentos do bem e do mal colecionados em múltiplas existências anteriores e somados aos da atual vida corpórea os levaremos para as vivências futuras.
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Que, com a índole e a emoção disciplinadas, o bom caminho consiste em agir conforme dita a consciência.
Sejamos sempre melhores a cada dia.
Obrigado por me ouvir.
(1) Texto extraído do livro “O Que É Corpo de Luz”, de Tashira Tachi-Ren.