Convivendo Educação

O homem à frente do tempo

Reprodução de Alexandre guerreando em escultura
Wikimedia Commons / Marsyas

Assim como Júlio César, Alexandre Magno foi um homem à frente de seu tempo. Nascido em 356 a.C., filho de Filipe II e Olímpia, desde pequeno tinha não como sonho, mas como algo concreto atingir os confins da Terra, querendo superar Aquiles e outros deuses; e os superou, porque ele não foi só uma lenda: existiu de fato e influenciou inúmeras civilizações. Com determinação de aço e gênio militar, em 15 anos conquistou o mundo.

Antes de se tornar rei da Macedônia, Filipe, seu pai, resolvera melhorar o ensino de seu povo e trouxe alguns filósofos gregos que passariam seus ensinamentos aos macedônicos, e um deles foi Aristóteles. Alexandre somou à sua impetuosidade natural a sabedoria do maior filósofo de todos os tempos, como se houvesse uma fusão de Alexandre e Aristóteles, para que cavalgassem juntos e expandissem da melhor forma a invasão da era de Ares. Porém, com respeito, aprendeu com seu tutor medicina, moral, lógica, história, filosofia, arte, religião, física. Todo esse conteúdo foi transmitido aos povos ora dominados. Ele foi diferente de outros conquistadores e percorreu mais de 16 mil km, local onde ninguém do ocidente tinha chegado.

O sonho de consumo de Alexandre era a Pérsia, que à época era o maior Império Terrestre; os gregos eram comprados pelas riquezas da Babilônia. Foi um confronto entre o rei da Macedônia e Dario III, rei da Pérsia. Depois de alguns anos de confrontos e com bem menos homens (dizem que foram 50 mil macedônicos contra mais de 200 mil persas), Alexandre vence a guerra e, enfim, é rei da Pérsia. Ao adentrar na Babilônia, pede respeito à civilização local – escravos só os de guerra –, decreta a miscigenação dos povos e a pedagogia das duas línguas (grega e persa) e encanta-se com um local magnífico. À família real de Dario, mesmo com o domínio, manteve-se o mesmo tratamento de antes.

Essa política de aceitar os povos dominados gerou incômodo em seus generais da Macedônia, uma vez que tinham o entendimento de impor e não de misturar, e essa política posteriormente foi praticada com crueldade pelos romanos. Respeito não se impõe, se conquista, e isso Alexandre ensinou a todos, sendo que os romanos e seus conterrâneos não aprenderam a lição, aliás, até hoje. Para ele não havia fronteiras, embora colocasse seu nome – sim, o ego estava presente, porém tinha algo muito maior por trás.

É importante lembrar como domou seu cavalo, Bucéfalo, e mais ninguém conseguia fazê-lo. Alexandre percebeu que ele tinha medo da própria sombra, por conta disso tapou-a com uma viseira. Foi um grande companheiro e amigo, acompanhou-o até a metade da Índia, onde morreu; inclusive tem uma cidade com seu nome no Paquistão, Bucéfala. Depois dessa perda e com o exército cansado, regressou à Babilônia. Em 323 a.C., antes de completar 33 anos, morreu, possivelmente envenenado. Entretanto seu nome já estava na História.

Escultura do Alexandre Magno
Jean-Pol GRANDMONT / Wikimedia Commons

Alexandria, como também outras cidades, recebeu o seu nome (foram 70). Essa cidade, que fica até hoje no Egito, era um ponto estratégico no mar Mediterrâneo, ligando Europa e Oriente Médio. Alexandre passou o domínio dessa cidade a um de seus melhores amigos, Ptolomeu Soter. A dinastia de Ptolomeu permaneceu por treze gerações, sendo Ptolomeu XIII e Cleópatra os últimos dessa linhagem a governar. Depois deles, os romanos tomaram o Egito para si. Nesse fato, está o “bastão” de Alexandre a Júlio César.

Um dos maiores legados de Alexandre era a biblioteca de Alexandria, que num primeiro momento pegou fogo na guerra civil de César e Pompeu, sendo depois completamente destruída pelo Imperador Teodósio I, em 342 d.C. Provavelmente esse fato seja um dos piores acontecimentos para a humanidade, pelo fato de que essa destruição retirou muitas verdades aos olhos da nossa civilização, muitos fatos históricos; talvez a origem, árvore da vida, o início de tudo estivesse em Alexandria.

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Ele e outros “fora do tempo” apareceram e aparecerão na Terra – isso é inevitável. O que se deve permutar é sua aceitação. No caso de “sua” Biblioteca e de “Aristóteles”, a supressão do conhecimento físico já ocorreu, não há mais o que lamentar. No entanto o conhecimento abstrato, esse é impossível de se destruir, logo todos saberão as realidades que tentaram nos esconder, logo seu legado nunca será apagado.

Sobre o autor

Marcell Schaidhauer Barcellos

Formado em direito. E pós-graduado. Porém, na parte espiritual, por enquanto, não detém formação. Sua busca está para o lado espiritual na mesma velocidade que as informações estão correndo no presente ano. Tem como missão divina despertar o maior número de pessoas na sua verdadeira realidade interior. Semear aquilo está claro para alguns, para que outros bebam da mesma fonte. O caminho é a mensagem, mas a finalidade é o amor.

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