Convivendo Energia em Equilíbrio

A Energia do Outono

Foto de árvores no outono
Sborisov / Getty Images Pro / Canva
Escrito por Tereza Gurgel

A observação da alternância das estações sempre foi um fator vital para os antigos, pois dela estava garantida a sua sobrevivência. Cedo as civilizações se deram conta de que o microcosmos (ou seja, o próprio ser humano) era uma reprodução do macrocosmos (a Terra e o próprio Universo).

Assim, várias culturas se dedicaram a observar e registrar as mudanças cósmicas e atmosféricas, reparando no padrão cíclico das estações e as características especiais de cada momento. Com o passar das eras, os sábios notaram que a natureza e o próprio ser humano também desenrolavam sua existência de acordo com esses padrões, numa escala bem menor.

O outono nos traz uma energia de gratidão e de preparação para uma época de declínio que se avizinha. Agradecemos pelos frutos que nos são trazidos por meio do trabalho que desenvolvemos anteriormente; ao mesmo tempo, reconhecemos que se inicia um declínio gradual de nossas energias, alertando para que nos esforcemos para estocar esses frutos e aproveitemos o resto de nossas forças para realizar consertos e faxina.

Grandes festivais eram celebrados nessa época nas comunidades, marcando o fim do ano agrícola. Em cada refeição, reforçava-se o sentimento de comunhão com a natureza, deixando bem claro que nada no Universo é permanente.

A natureza assinalava visivelmente essa mudança, fazendo com os as plantas começassem a murchar, derrubando os frutos e as sementes, que garantiriam o plantio e a futura safra. Pássaros migravam para regiões mais quentes, as últimas colheitas eram realizadas. O Sol ia perdendo sua força e calor, prenunciando o tempo de escuridão e frio do inverno. O grande momento do equinócio (onde dia e noite têm a mesma duração) representava que os antigos deuses e deusas iniciariam sua jornada rumo à velhice e à morte. Essa morte ritual simbólica é o que garantiria a renovação e o renascimento na primavera.

Do mesmo modo que ocorre na natureza, também o ser humano atravessa diversas etapas durante sua existência. Se na primeira metade da vida é o momento de crescimento, de expansão, na segunda metade as tarefas são diferentes. O corpo começa a dar sinais de declínio. O momento agora é de reunir os frutos de nosso trabalho, conciliar forças opostas e planejar nossas futuras ações.

Mulher sorrindo no outono
Photomorgana / Getty Images

Temos de reconhecer que geralmente nós entramos nessa etapa completamente despreparados para lidar com as importantes e inevitáveis dificuldades que surgirão. Infelizmente, muitas pessoas estão condicionadas a temer essa fase, acreditando que não serão capazes de produzir criativamente, de ter uma vida saudável e feliz.

A chegada da maturidade provoca a reflexão: vivemos plenamente os objetivos que colocamos na juventude? O que nos espera no futuro? É inexorável o avanço das modificações físicas, emocionais, psicológicas e espirituais que se processam a partir da meia-idade. Sendo a vida um processo energético, sua progressão é irreversível e tende para a meta final: o estado de repouso.

A energia do outono nos sinaliza para que passemos a encerrar conscientemente certos projetos, agradecendo pelos resultados (mesmo que esses possam ter sido negativos, agradeceremos pela experiência e aprendizado obtidos) e planejando o nosso caminho futuro.

Meditação para o outono

Retire-se para um lugar calmo e livre de interrupções. Coloque uma música suave, se quiser acenda um incenso suave etc. Sente-se confortavelmente com as costas retas e as mãos apoiadas nas pernas.

Feche os olhos e respire profundamente, respeitando seus limites, por três vezes.

Imagine que está entrando por um bosque cheio de árvores. À medida que você avança, começa a reparar que as folhas vão mudando gradativamente as cores: de verde passam a exibir tons amarelos, laranjas e vermelhos. Algumas árvores estão carregadas de frutas. Sua atenção se volta a um rio de águas cristalinas, e você encontra uma pedra, onde você se senta.

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Do outro lado do rio é possível ver um campo com espigas douradas balançando com uma suave brisa, prontas para serem colhidas. Você observa que o Sol começa a se dirigir rumo ao oeste, para além do campo dourado, enquanto um bando de pássaros passa voando bem baixo sobre a paisagem.

Permaneça quanto tempo quiser nessa contemplação, deixando que seu Eu Superior traga alguma mensagem ao seu coração. Quando estiver pronto, agradeça e encerre suavemente a meditação, voltando aos seus afazeres normais.

Referências

Jung, Vida e Obra – Nise da Silveira – Ed. Paz e Terra

O Homem e seus Símbolos – Carl G. Jung e outros – Ed. Nova Fronteira

Sobre o autor

Tereza Gurgel

Formada em Psicologia (F.F.C.L. São Marcos - SP). Filiada à ABRATH (Associação Brasileira dos Terapeutas Holísticos) sob o número CRTH-BR 0271. Atua na área Holística com Reiki, Terapia de Regressão e Florais de Bach. Mestrado em Reiki Essencial Metafísico e Bioenergético Usui Reiki Ryoho, Shiki, Tibetano e Celtic Reiki. Ministra cursos de Reiki e atende em São Paulo (SP).

E-mail: zenrunic7@gmail.com
Site: mtgurgel.wixsite.com/mundoholistico
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