Autoconhecimento Convivendo

A corda Bamba – O Equilíbrio Necessário para Viver

Pedras equilibradas em uma corda
Tugores34 / Getty Images / Canva
Escrito por Andrews Amoramar

Não acredito em certo e errado. Vejo tudo em uma perspectiva mais abrangente, onde prefiro tratar de termos como harmonia e desarmonia.

Tomemos a natureza como exemplo. Tudo nela funciona por estar em equilíbrio, tudo responde a uma ordem, que aos nossos olhos pode parecer não existir, mas que, sim, está ali. No entanto, se qualquer elemento rompe com esse equilíbrio natural, este logo definhará, talvez levando outros com ele, já que na natureza tudo é interdependente.

Essa ideia de harmonia, aos meus olhos, se aplica a tudo, como uma grande lei cósmica. No plano das ações humanas podemos perceber que essa lei também se aplica. Vale lembrar que muitas grandes tradições, filosofias e grandes sábios falam sobre a importância do equilíbrio para o viver.

É fato que veremos a importância da harmonia em nossas vidas, nem é necessário ser um grande pensador para se concluir isso, porém o que muitos ignoram é que essa importância é muito maior e abrange muito mais esferas de nossas vidas do que somos capazes de compreender..

Falemos das pessoas. O que se é dito de fulano que tem atitudes impensadas, comportamento violento e/ou está perdido em um caminho perigoso e sombrio? Alguém poderá dizer – “Fulano de tal é completamente desequilibrado”. – E realmente o é. Mas não só ele.

A psicologia já sabe e estuda isso há muito tempo, mas nós fazemos o que os ignorantes fazem, ignoramos.

Imagem ilustrativa de um homem andando em corda bamba
Wildpixel / Getty Images / Canva

Bem, qualquer um que esteja em desarmonia consigo, com os princípios de seu ser, vontades, alegrias, aspirações etc. estará caminhando em direção contrária à lei. E a lei atua para garantir a manutenção e evolução de tudo. Então o que esperar dos efeitos da desarmonia? Fracasso, destruição.

E isso tudo é autoinfligido. Não há outro modo, caminhamos em uma corda bamba, é óbvio que sem o equilíbrio necessário, você caíra para um lado ou para o outro. Por isso pode parecer tão difícil viver, você encontra apenas uma linha tênue para se equilibrar.

Agora te pergunto uma coisa, quando um equilibrista se coloca em cima de uma corda e nela caminha sem aparente dificuldade, sabe como ele o faz?

Primeiro, boa prática, segundo, para se equilibrar ele precisa ter o controle total de seu corpo, estar focado em cada músculo, cada membro. Estar atento à respiração. Sua mente está muito mais presente em seu próprio corpo do que na corda em si. A atenção que ele coloca na corda é apenas quando ela reage a cada passo que ele dá. Se o movimento do equilibrista é suave e fluido, a corda responde do mesmo modo, se ele é brusco nos movimentos, ela também o será. Ele reage ao movimento da corda e a corda responde ao seu também. Assim cria-se esse equilíbrio entre os movimentos, ação e reação. A corda reagindo de um modo ao movimento infligido e o equilibrista respondendo a ele do melhor modo.

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E em nosso dia a dia? Como reagimos aos movimentos da corda? Como nos movemos na corda? E, o mais importante, onde está a nossa atenção, está apenas na corda ou nos atentamos ao modo como nos movimentamos? Notamos o corpo? São movimentos suaves ou bruscos? Como acha que a corda reage a esses movimentos? Talvez as respostas definam bem o momento em que nos encontramos na vida. Como temos avançado ou caído ao seguir pela estreita e longa linha que pode ser a vida.

Sobre o autor

Andrews Amoramar

Anos atrás surgia por estas terras um pequeno garoto, um garoto que amou logo de cara o que viu. Um pequeno sonhador, explorador do quintal de casa, curioso pelas coisas afora. Esse pequeno amava desde cedo criar, e explorava sua criatividade com uma folha e lápis na mão, desenhando seus personagens preferidos.

Os anos passaram e o pequeno esticou em tamanho, porém a curiosidade e a ânsia em criar se mantiveram as mesmas. Hoje o garoto tem novas ferramentas e conhecimento para explorar mais e mais. Hoje o quintal é maior, relativamente maior. As experiências muito mais desafiadoras e às vezes assustadoras, mas o desafio maior é manter viva a alegria do garoto, mesmo em meio a tantos obstáculos.

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