Convivendo

O que é nostalgia?

Mulher sentada de frente para o mar
Keenan Constance / Pexels
Escrito por Eu Sem Fronteiras

Em alguns momentos de nossas vidas temos um estranho sentimento de falta sobre determinadas experiências que tivemos no passado. Um sentimento geralmente seguido de “Bom era antigamente!” e acompanhado de um leve aperto no coração. Tal sentimento, em seu lado sombrio, é capaz de estagnar nossas vidas e encher de melancolia até o coração mais esperançoso. Essa sensação dual é conhecida como nostalgia.

A nostalgia, palavra formada por meio da junção dos termos “nóstos” (ato de regressar) e “álgos” (dor), oriundos do grego, tem como significado “a dor daqueles que estavam longe de casa e desejavam voltar” e é usada para determinar a sensação de prazer e tristeza ao lembrarmos de situações que ocorreram no passado e que não poderemos viver novamente da mesma forma.

Utilizada em 1688 pelo médico suíço, Johannes Hofer, definindo-a como uma doença neurológica, foi considerada durante a Idade Moderna como uma condição médica associada à melancolia. Por conta disso, seu tratamento era realizado como uma patologia psicológica. Porém, com o decorrer do tempo e a evolução da medicina, a percepção com relação à nostalgia foi alterada, desatrelando-a desse conceito errôneo.

Por meio de diversos estudos e pesquisas, como os realizados pela University of Southampton, localizada na costa do Reino Unido, a nostalgia tem também a capacidade de elevar a vitalidade, preparando as pessoas para enfrentarem com maior habilidade os desafios existentes tanto no tempo presente como no futuro. Isso ocorre por conta do sentimento de pertencimento, não apenas a experiências passadas, mas também no que diz respeito a conexões sociais derivadas de situações vividas e compartilhadas com outros indivíduos.

Por que sentimos falta do passado?

Uma vez que embarcamos na busca pela compreensão sobre o significado existente por trás da nostalgia, é necessário nos questionarmos: por que sentimos a necessidade de relembrar momentos que já aconteceram? Por que nos prendemos tanto a memórias? E por que elas têm tanta importância em nossas vidas?

Fotos polaroide em uma parede
Vladyslav Dukhin / Pexels

Nossas lembranças são como pequenos filmes que podemos acessar a qualquer momento, repletas de sentimentos e construídas a partir das nossas perspectivas. Partindo desse princípio, temos a capacidade de recorrer a boas memórias, buscando alento sempre que nos sentirmos desmotivados, temerosos ou tristes.

Elas também são capazes de servir como um parâmetro para nossas atitudes, uma vez que podemos utilizar nossas experiências anteriores para não cometer novamente erros passados e melhorarmos nossas ações futuras.

Além disso, inúmeras vezes acreditamos que nós já vivemos o que havia de melhor para viver. Principalmente quando estamos passando por situações difíceis em nosso presente. Tal sensação funciona quase como uma zona de conforto, numa tentativa sabotadora de afirmar que o passado tem mais valor do que o tempo em que estamos vivendo na atualidade.

Os perigos da nostalgia e melancolia

É importante que consigamos receber esse sentimento, senti-lo com intenção e deixarmos ir. Ter saudade das lembranças boas e dos momentos felizes que vivemos faz parte e é também uma forma de preservarmos nossas memórias, tornando a compreensão sobre quem nós somos mais nítida.

Mulher sorrindo em um campo florido
Bela cheers / Pexels

A partir do momento em que nos deixamos estagnar pela saudade das situações que vivenciamos, impedindo-nos de estar presentes em nosso dia a dia e planejar nosso futuro, abrimos espaço para o temeroso sentimento de melancolia, que é uma ausência de ânimo, excesso de tédio e uma apatia generalizada, criando um território propício para a depressão.

Afinal a melancolia, considerada pela medicina como um transtorno de humor, quando não tratada da forma e no tempo correto, pode acabar migrando para uma depressão.

Como fazer para que a nostalgia não nos faça mal?

Sendo assim, podemos e devemos ter gratidão pelo que vivemos, guardando com ternura nossas recordações. Porém precisamos seguir em frente, abertos para novas oportunidades e possibilidades, acreditando que elas podem sim igualar-se aos momentos alegres vividos e até mesmo superá-los.

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Faça parte do seu presente! Participe da sua vida! Crie novas memórias. Dessa forma você continua conservando todas as suas lembranças com carinho e da maneira mais saudável possível.

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