Por muito tempo, eu não estive conectada aos meus ciclos femininos. Na verdade, eu nem sabia o que eram. Desconhecia o meu próprio funcionamento enquanto mulher. E essa falta de aproximação com o meu corpo fez com que eu negasse minha natureza e desequilíbrios visíveis começaram a acontecer, como cólicas fortes e menstruações irregulares. Mas quando comecei a conhecer mais sobre mim e o feminino por meio de leituras, círculos de mulheres, terapias naturais e bênçãos do útero, passei a enxergar que, enquanto mulher, estou conectada a todos os ciclos da Terra, a todas as estações. E o outono é uma época que nos traz importantes mensagens.
Durante o ciclo menstrual, conectado à Lua e à Terra, a mulher sente as energias das Luas — Nova, Minguante, Cheia e Crescente — como também das estações do ano — primavera, verão, outono e inverno. E cada parte do ciclo feminino de 28 dias está associado a um arquétipo feminino — donzela, mãe, feiticeira e anciã. Isso indica que, mensalmente, o corpo feminino transita por essas diferentes energias arquetípicas, cada uma com sua sabedoria, a partir dos movimentos lunares. Por isso há importância de voltar a se harmonizar com os ciclos como forma de aceitação da própria natureza feminina. Sugiro a leitura do livro “Lua Vermelha: as energias criativas do ciclo menstrual como fonte de empoderamento sexual, espiritual e emocional”, de Miranda Gray, para saber mais a respeito.
A fase da feiticeira é o período da pré-menstruação, quando as energias femininas pedem recolhimento e a mulher se volta para o interior é a fase rotulada de TPM, por isso incomoda muitas mulheres, que não ficam tão produtivas da forma como o mundo exterior exige. Justamente por ser um período de maior interiorização, é considerado o outono do ciclo feminino, associado à Lua Minguante, que acontece aproximadamente do 21º dia do ciclo até o primeiro dia de sangramento. Assim como a Terra quando está no outono, estação em que onde as noites são mais longas, as folhas secam, caem e a natureza se recolhe, trazendo uma mensagem de morte do que não serve mais para que algo novo nasça, a mulher sente isso nessa fase: a necessidade de soltar o que não ressoa mais para seguir o ciclo de forma mais leve, fluida, possibilitando um crescimento pessoal. É um período importante para curas internas, para nutrir o autoconhecimento, para agir com gentileza e compreensão necessárias para respeitar os próprios limites com muito autoamor.
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Assim como reconhecer, honrar e se conectar com o outono e as outras estações e fases da terra, é importante reconhecermos as reverberações delas nos ciclos dos corpos femininos. Se somos espelhos, a forma como tratamos nossa ciclicidade se reflete nos ciclos da Terra, positivamente ou não. É a partir da aceitação e da compreensão de si e do funcionamento natural que teremos condições de transformar a Terra por meio da revolução interna. E a revolução ilumina parte do autoamor. Que o outono, em nós e na Terra, propicie um despertar amoroso.