Muito tem se falado sobre o desenvolvimento da inteligência emocional nos últimos tempos. Mas o que isso significa e qual a importância e a utilidade dessa competência em nossas vidas?
Sabemos que todos os seres são dotados de inteligência e que essa é uma faculdade mais ou menos desenvolvida em cada um. A inteligência está relacionada ao desenvolvimento tecnológico, ao aprendizado de novos conhecimentos, a tudo que está ligado a nossa cognição. E isso parece ser mais simples de compreender do que pensar sobre as emoções que nos habitam e interferem diretamente nas nossas decisões. Não haveria qualquer problema com isso se não nos arrependêssemos dessas decisões no futuro, às vezes nem tão distante.
A inteligência emocional, apresentada por Daniel Goleman no livro de mesmo nome, retrata a importância de se aprender a lidar com as emoções de maneira saudável. Vivemos em uma sociedade em que o intelecto sempre teve maior visibilidade e respeito, desde os primórdios da humanidade. Consequentemente a expressão da emoção foi relegada a um segundo plano e entendida como um sinal de fraqueza.
A emoção é uma resposta a um estímulo externo. Tudo aquilo que vivenciamos causa uma reação emocional, e o desafio atual é descobrir o que fazer quando essa reação se apresenta em nossa vida. Uma coisa que já sabemos é que não temos como evitar a chegada de uma emoção, ou seja, a reação vem, e somente a partir disso é que decidiremos o que fazer. A gestão dessa emoção é o que chamamos de inteligência emocional.
Se pensarmos sobre a formação do cérebro, veremos que o sistema límbico responde, entre outras funções, pela parte emocional, e o neocórtex, pela parte cognitiva. Quando os dois trabalham em sintonia, a vida passa a ser mais harmoniosa, e as decisões, mais equilibradas. Se imaginarmos agora o desenho de um homem segurando um pedaço de madeira com um coração de um lado e um cérebro do outro, em equilíbrio, perceberemos que esse é o resultado da inteligência emocional.
No livro “Inteligência das Emoções”, Alírio de Cerqueira Filho diz que “inteligência emocional é a capacidade de percepção de nossos sentimentos e, a partir dessa percepção, saber lidar com eles, dominando-os quando negativos, desenvolvendo-os quando positivos, de modo a se conquistar o equilíbrio emocional”. É muito importante conseguir escolher entre o que é bom ou não para nós. Para isso, o autoconhecimento é indispensável, porque é necessário identificar o que cada situação provoca em nós. Por exemplo, a raiva é uma emoção básica, e todas as pessoas sentem. A forma como vamos lidar com a raiva é o desenvolvimento da inteligência emocional.
Como aprender a dominar a raiva?
Aqui vão algumas dicas para exercício diário, porque parece que todos os dias sentimos uma “raivinha” de alguma coisa, não é?
1. Passe para um papel aquilo que sente. Escreva o que gerou esse sentimento e o que gostaria de ter feito para ter resolvido a situação. Não entregue esse papel a ninguém, apenas guarde-o em uma caixa. Depois de um mês, leia o que escreveu e poderá perceber que aquilo não é mais tão sério. Decida se quer rasgar, queimar ou apenas jogar o papel fora.
2. Assuma e nomeie o que está sentindo. Se for raiva, diga: “Eu estou sentindo raiva neste momento”. Uma vez identificado o sentimento, o que fazer? Passe para a dica seguinte.
3. Respire e conte até 10. Isso pode parecer simples demais, mas o cérebro precisa de 10 segundos para recobrar a razão. Por isso, a contagem vai trazer você para o momento presente, e isso irá se sobrepor à emoção. Nessa hora, você está pronto para fazer a gestão da sua emoção e tomar as decisões devidas.
4. Mude o foco. Desvie a atenção do que está tirando a sua harmonia. Observe a natureza, olhe para outras pessoas por perto e imagine o nome, a idade, a profissão de cada uma delas, e quando perceber, a raiva já não estará dominando todo o seu ser, e você conseguirá pensar e resolver as questões em andamento.
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Estas são algumas entre tantas atitudes que podemos ter para desenvolver a inteligência emocional. Se conseguirmos praticar estas, já estamos dando os primeiros passos para a transformação necessária.
Pronto para o exercício? Boa sorte!