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Óleo de rícino: para que serve e como usar na pele e nos cabelos

Mamonas.
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Escrito por Eu Sem Fronteiras

A Bahia é o estado brasileiro que mais produz mamona, o que coloca o Brasil em terceiro lugar com 6,1% da produção mundial dessa planta, perdendo apenas para a China (13%) e para a Índia (74%), de acordo com os dados de 2018 da FAO (Food and Agriculture Organization of The United Nation) – Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação.

A safra de 2018/2019 do Brasil foi de 30,6 mil toneladas de grãos de mamona, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Nesse momento, você deve estar se perguntando sobre como essa informação está relacionada com o óleo de rícino, o qual o trouxe até aqui.

O óleo de rícino, entretanto, tem tudo a ver com a mamona, pois ele é próprio dessa planta! Comercialmente, ela é a única fonte desse óleo vegetal que, por conter ácido ricinoleico, possui propriedades singulares e muito valorizadas em diversos segmentos da economia mundial. Como esse óleo pode ser usado na pele e nos cabelos?

O que é a mamoneira, planta cujo óleo de rícino é extraído?

Chamada de mamoneira, de pé-de-mamona e de carrapateira e originária da Ásia Meridional, a planta Ricinus communis L. é arbustiva, com altura entre um e seis metros, ramos e folhas que variam de coloração entre verdes e avermelhados e frutos chamados de mamona ou rícino. Esses frutos são uma espécie de cápsula com diversos tamanhos e espinhos na parte externa. No interior deles, há sementes ovais e lisas, das quais é extraído o óleo de rícino ou óleo de mamona.

Imagem de mamonas vermelhas
Pxhere

As sementes são uma parte extremamente tóxica e letal da planta, devido à presença da proteína ricina, que atua inativando os ribossomos e paralisando as células. Um caso bastante conhecido foi o ocorrido em 1978, quando o jornalista búlgaro Georgi Markov foi espetado com a ponta de um guarda-chuva, preparado para inocular uma cápsula minúscula da toxina comprimida. Uma vez liberada na corrente sanguínea, ele adoeceu, sem que a equipe médica nada pudesse fazer, e veio a óbito alguns dias depois.

O óleo de rícino extraído das sementes não carrega, entretanto, a ricina, que fica presa à chamada torta, um subproduto utilizado como adubo orgânico de boa qualidade e rico em nitrogênio, empregado na recuperação de terras esgotadas. A extração desse óleo é feita por meio da prensagem das sementes a frio, sob calor ou com uso de solvente.

Propriedades do óleo de rícino

As sementes destinadas à produção de óleo de rícino para uso medicinal ou cosmético passam por prensagem a frio, resultando num óleo isento de ricina, incolor, límpido, sem acidez e impurezas. Ele possui propriedades muito benéficas, como ácidos graxos oleico, linoleico (ômega 6), linolênico (ômega 3), esteárico, palmítico e o ricinoleico (ômega 9), este, por sua vez, é o mais abundante.

Desse modo, o óleo de rícino possui gordura com atuação umectante, benéfica para manter a pele hidratada, pois cria uma espécie de escudo que impede a perda de água no ar. Também possui vitamina E, uma das melhores para a saúde desse órgão, além de sais minerais.

Para que serve o óleo de rícino?

Pelo fato de ser rico em ácidos graxos, o óleo de rícino tem ampla utilização na indústria de cosméticos para criar produtos como loções demaquilantes, maquiagem, cremes hidratantes etc., com o benefício de que essa matéria-prima permite rápida absorção e garante elasticidade e maciez à pele.

Especialmente benéfico para a pele ressecada, com substâncias emolientes e umectantes, o óleo de rícino estimula a produção de colágeno. Ele é viscoso e poucas gotas misturadas a outros óleos vegetais, como o de amêndoas, o de semente de uva e o de coco, são suficientes para facilitar a aplicação no corpo e no rosto, sem qualquer perda de suas propriedades.

Ainda em relação à pele, o óleo de rícino pode ser utilizado nas massagens para relaxamento ou de cura de inflamações articulares e pode ser associado ao óleo de lavanda. Enquanto se percebe uma sensação de bem-estar, ele atua na proteção e na hidratação da pele, sendo seguro para a maioria das pessoas. Se houver, porém, qualquer sinal de vermelhidão ou alergia, um médico deverá ser consultado.

Além disso, o óleo de rícino pode ser aplicado para cicatrizar feridas, pois estimula o crescimento de tecido epidérmico e protege o local, diminuindo o risco de infecção. Também reduz o ressecamento e o acúmulo de células mortas que retardam a reabilitação da pele. Um estudo (“Using a castor oil-balsam of Peru-trypsin ointment to assist in healing skin graft donor sites”, publicado em junho de 2003, no jornal da “Wound Management & Prevention” – Pensilvânia, Estados Unidos) concluiu que a aplicação de pomada à base de óleo de rícino, entre outras substâncias, contribuiu para a cicatrização de feridas de áreas doadoras de pele em menos tempo e com mais facilidade.

Moça segurando um vidro de óleo essencial
Christin Hume / Unsplash

Do mesmo modo, como componente de pomadas medicamentosas, o óleo de rícino é bastante eficaz no tratamento de úlceras de pressão (escaras), conforme demonstrado num estudo realizado com 861 pessoas acamadas, publicado no “Journal of Wound, Ostomy and Continence Nursing”, sob o título “Comparison of pressure ulcer treatments in long-term care facilities: clinical outcomes and impact on cost”, nos Estados Unidos em 2005.

O óleo de rícino, quando aplicado na pele, pode ajudar a reduzir as inflamações causadas por acne. Ademais, por possuir propriedades antibacterianas, inibe a proliferação de bactérias que, em desequilíbrio, podem provocar essas inflamações que tanto desagradam adolescentes. Apenas duas ou três gotas friccionadas nas palmas das mãos e aplicadas diariamente na face trazem bons resultados. Auxilia também no tratamento tópico da psoríase. Vale ressaltar que que esse óleo deve ser um auxiliar no tratamento indicado e conduzido pelo médico.

Como usar óleo de rícino no cabelo?

Outra forma de usar o óleo de rícino está relacionada ao tratamento dos cabelos, tanto dos fios, lubrificando a haste capilar e aumentando a flexibilidade (evita quebras), quanto do couro cabeludo, ajudando a reduzir a caspa causada por inflamações seborreicas e descamações. Ele ainda previne pontas duplas, proporciona hidratação, brilho e maciez, além de evitar coceiras nessa área.

Além disso, devido à alta quantidade de ácido ricinoleico, o óleo de rícino possui propriedades antibacterianas e antifúngicas que combatem infecções e inibem o crescimento de bactérias e fungos no couro cabeludo, os quais impedem o crescimento dos fios. É um ótimo aliado contra a queda e as falhas capilares, ajudando o cabelo a crescer mais forte, espesso e saudável. É importante ressaltar que, nos casos de calvície genética, ele vai atuar retardando a queda, mas não fará os cabelos nascerem.

Para tratar dos fios, três gotas do óleo de rícino friccionadas nas mãos e espalhadas nos cabelos secos por toda a extensão são suficientes. Quanto ao couro cabeludo, o resultado é obtido ao utilizar três gotas misturadas a uma colher de óleo essencial aromático ou azeite de boa qualidade, pelo menos uma vez por semana. Depois de trinta minutos da aplicação, é só proceder a lavagem normal dos cabelos. Além disso, é possível acrescentar de três a cinco gotas do óleo no xampu.

Moça com o rosto virado à esquerda e com uma toalha na cabeça
Sora Shimazaki / Pexels

O óleo de rícino pode ser aplicado diretamente sobre ferimentos e cicatrizes no couro cabeludo com uso de cotonete, em quantidade suficiente para lubrificar o machucado, e é especialmente benéfico para tratar de queimaduras de Sol, principalmente em pessoas com calvície; o resultado disso pode ser potencializado quando o óleo é diluído na polpa extraída da planta aloe vera e a mistura é sobreposta na área afetada.

Ademais, o óleo pode ser aplicado para fortalecer e possibilitar o crescimento de sobrancelhas, em que uma gota para cada uma delas é o suficiente e deve ser aplicada com uso de cotonete e cautela para limitar a área. Da mesma forma, a barba pode ter o benefício do crescimento e se tornar mais espessa, bastando apenas uma gota friccionada nas palmas das mãos e espalhada por toda a extensão. Vale destacar que não há comprovação científica para esses resultados, contudo há relatos positivos de pessoas a respeito deles.

Facilmente encontrado a preços acessíveis em boas lojas do ramo, o óleo de rícino deve ser 100% natural e específico para uso medicinal e cosmético. Muito embora seja seguro, podem surgir processos alérgicos decorrentes de seu uso, por isso, nesse caso, um clínico geral ou um dermatologista deverá ser consultado. Sendo assim, é importante sempre realizar um teste, aplicando o produto numa pequena região interna do antebraço e avaliar o resultado após alguns minutos. Caso haja alterações, ele deve ser evitado.

Outros benefícios do óleo de rícino

O óleo de rícino tem outras aplicações, principalmente porque é conhecido pela humanidade há muito tempo. Por exemplo, no Egito Antigo ele era usado como combustível para lamparinas, como laxante e para induzir o parto, já sinalizando as características medicinais e industriais que ele tem atualmente.

Ademais, por conter o ácido ricinoleico, que confere a ele maior viscosidade e estabilidade em altas e baixas temperaturas, esse óleo é muito valorizado na indústria automobilística e aeroespacial como um potente biodiesel. Comercialmente, ele e seus derivados são usados nas indústrias de lubrificantes de alta qualidade química, farmacêutica e cosmética.

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Desse modo, é uma matéria-prima rica, empregada na fabricação de tintas, vernizes, plásticos, colas, náilon, cremes, produtos cosméticos e medicinais, como laxantes e pomadas. Transformada em combustível, pode ser usada em compressores e em transformadores e em outros equipamentos e maquinários.

Por último, o óleo de rícino ou óleo de mamona se mostra bastante importante na vida humana devido às inúmeras possibilidades econômicas que oferece. Individual e pessoalmente, seus benefícios estão relacionados também aos usos medicamentoso e cosmético.

No campo da medicina, é indiscutível o resultado que o óleo de rícino gera em tratamentos e cura de problemas da pele, sendo alvo constante de estudos e de pesquisas. Em se tratando do uso na cosmética, tanto pele quanto cabelos obtêm efeitos visíveis de beleza e saúde, fatores fundamentais para gerar autoestima. Assim, se você deseja usufruir desses benefícios, experimente usá-lo e constate as diferenças!

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