Os transtornos alimentares são transtornos mentais que incluem comportamentos inerentes e muita ansiedade. Podem acometer homens e mulheres e surgir na infância, adolescência e demais faixas etárias.
Numa visão mais ampla, têm direta relação com a autoestima, autoimagem, self e necessidade de pertencimento.
Essas partes psíquicas se organizam no decorrer da vida e se transferem para o comportamento, a partir dos reforços e percepções obtidas pela aprovação ou desaprovação nas relações familiares e sociais. Vêm do aprendizado.
As experiências vividas, as relações de contato com o outro, as percepções e sentimentos que transmitem a sensação de inadequação ao indivíduo levam à interpretação de não pertencimento.
O pertencimento é uma das necessidades básicas do ser humano, pois, ao pertencer, o sujeito se integra à sociedade, ao grupo a que pertence e se iguala aos seus semelhantes.
Do contrário, há a inadequação, muito promovida e empacotada pelas mídias para promoção de produtos pautados na intermediação entre o eu e o todo. Podem gerar exclusão, pouca autoestima, insatisfação e ansiedade.
Corpo perfeito, alimentação regrada, compra de produtos estéticos etc., que trazem mensagens de reforço contrárias à autoestima e ditam regras comportamentais, podendo gerar transtornos pela busca da perfeição e encaixe social.
Direto ao ponto
O que deve ser considerado e tipos de transtornos alimentares
É importante que, desde a infância, o reforço seja positivo, baseado nas qualidades e competências das crianças.
Palavras de julgamento em relação ao corpo precisam ser evitadas; auxílio, no entanto, é sempre válido, se houver a necessidade de ganho ou perda de peso, por exemplo.
Nutricionistas, nesse caso, poderão programar e adequar dietas individuais, assim como psicanalistas ou psicólogos e psiquiatras em conjunto, para o tratamento dos transtornos alimentares.
Crianças e adolescentes podem, assim como adultos, ter dificuldade em relação a críticas sobre o corpo, ou manter percepções equilibradas quanto ao corpo, podendo significar insatisfação. O grau dessa insatisfação merece observação. Conversas e reflexões.
Há ainda períodos da infância e pré-adolescência em que o ganho de peso é necessário. São os períodos de estirão, fazem parte do crescimento físico. Nessa fase, é comum que ganhem peso.
Quando adulto, observar que a distinção faz parte da individualidade e que a perfeição NÃO existe. Para quem sofre com transtornos alimentares, a ajuda profissional é necessária, pois o acompanhamento faz parte do processo que visa o reequilíbrio. O tratamento é multiprofissional.
Entrar e sair de ciclos de dietas também pode gerar transtornos alimentares; por isso, não é recomendado seguir nenhuma dieta sem orientação profissional.
Alguns tipos de transtornos alimentares:
- anorexia nervosa;
- bulimia nervosa;
- transtornos alimentares periódicos;
- vigorexia.
Reflexões sobre o corpo e as emoções
Muita cobrança gera desgaste emocional, ninguém precisa de um corpo perfeito para ser, evoluir e atingir objetivos.
Infelizmente não é o que consumimos como informação, muitas vezes.
Como exemplo, temos as campanhas de cervejas que mostram corpos dentro de um padrão e que não poderiam estar mais longe da realidade, visto que as cervejas não são um meio de alcançar a tal perfeição; pelo contrário!
O corpo dito “ideal” também é parâmetro para a moda e outros produtos e serviços, de tal modo que transmite à sociedade a sugestão de que devemos seguir um padrão preestabelecido para sermos felizes e plenos. Acaba envolvendo nossas emoções, escolhas, vontades e comportamento. Nos transtornos alimentares, pode haver sentimento de culpa, vergonha, baixa autoestima, por exemplo. As emoções e pensamentos atuam em conjunto com o comportamento no transtorno e são fontes de sofrimento.
Na realidade, somos todos diferentes, indivíduos com características próprias e, portanto, únicos. A beleza está nessa percepção, nessa consciência. Não obstante, as ideias preconcebidas continuarão a ser vendidas. E por falar em reforço, vamos espalhar mais palavras positivas e menos julgamentos, podemos fazer a diferença nos aceitando, bem como aceitando os outros.
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Nunca é tarde para buscar auxílio, regular as percepções e emoções para equilíbrio físico e mental.