Você já ouviu falar sobre a glândula pineal? Hoje já se confirmou que ela é uma das responsáveis pela qualidade do nosso sono e pela nossa percepção a respeito dos ciclos de dia e noite, mas por muito tempo ela foi referida como um órgão que continha a alma humana.
Essa pequena glândula — do tamanho de um caroço de azeitona — fica no centro do nosso cérebro e é conhecida em algumas religiões como o nosso terceiro olho e pela ciência por sua função reguladora dos nossos ciclos de dia e noite e de regulação do sono. Entenda agora mesmo tudo sobre a glândula pineal!
O que é a glândula pineal e quais são suas funções?
A glândula pineal, também chamada de epífise ou apenas de pineal, é uma glândula endócrina, o que significa que ela produz hormônios que são liberados e transportados pela corrente sanguínea a diversos órgãos do nosso corpo.
Bastante pequena, com um tamanho entre 5 e 8 milímetros, a pineal pesa apenas 150 mg e está localizada no diencéfalo, que fica próximo ao centro do nosso cérebro.
Na pineal acontece a produção da melatonina. Para produzir esse hormônio, a glândula pineal usa a serotonina e a enzima HIOMT (hidroxi-indol-O-metiltransferase).
Para que serve a melatonina?
Ok, a glândula pineal é responsável por produzir a melatonina, mas qual é a função desse hormônio? Você já deve ter ouvido falar que a melatonina é a responsável pela pigmentação da nossa pele, mas, além desse papel, ele tem alguns outros.
A pineal e sua produção, a melatonina, são importantes para o chamado relógio biológico, que regula as funções e os processos que dependem da duração dos dias e das noites em nossos corpos. Além disso, esse hormônio influencia também o crescimento e os ciclos do sono.
A produção da melatonina só é feita pela pineal à noite, por causa da ausência de luz natural. Dessa forma, a esse hormônio é secretado durante a noite, então sua concentração é reduzida no período matutino e aumentada na fase noturna.
O hipotálamo, outra parte do cérebro, age em “parceria” com a glândula pineal, “avisando-a” de quando é dia ou noite. Ambas participam ativamente do ciclo circadiano, o responsável por nos fazer entender os períodos de 24 horas que configuram um dia de nossas vidas.
A glândula pineal na Linguagem do Corpo
Você já ouviu falar sobre a Linguagem do Corpo? É uma teoria alternativa e pseudocientífica que prega que todas as nossas emoções, os nossos pensamentos e os nossos sentimentos influenciam o nosso corpo físico, então estar doente emocional, psicológica ou sentimentalmente tem reflexos em nosso corpo físico.
Segundo Cristina Cairo, autora do livro “A Linguagem do Corpo”, a glândula pineal é o que há de mais intuitivo e sensível em nosso corpo, sendo responsável também pelas nossas percepções espirituais e metafísicas.
Como está ligada diretamente à nossa sensibilidade, excesso de rudeza ou falta de delicadeza no dia a dia podem afetar o perfeito funcionamento da glândula pineal, causando efeitos práticos, como insônia ou sono a qualquer momento do dia, mas também consequências emocionais e espirituais, como falta de sentido na vida, níveis elevados de ceticismo e até mesmo falta de motivação e depressão.
Manter sua sensibilidade aflorada é essencial para que a glândula pineal esteja saudável, segundo essa terapia alternativa. Isso pode ser feito, por exemplo, estando em contato constante com a arte, que exige e entrega o que há de mais sensível na vida. Outra forma de estimular esses bons sentimentos é por meio do amor, então estar próximo das pessoas amadas é uma ótima maneira de estimular o perfeito funcionamento dessa glândula tão essencial a nós.
Principais problemas na glândula pineal
O funcionamento da glândula pineal ainda permanece, em grande medida, um mistério para a ciência, já que ela vem sendo estudada com mais profundidade somente desde o ano de 1950.
Mesmo entre os endocrinologistas, é incomum que surjam diagnósticos do tipo “problema na glândula pineal”, já que, como explicado anteriormente, o modo como ela funciona ainda está sendo analisado pela ciência moderna.
Quando há pouca produção de melatonina no corpo, os endocrinologistas costumam receitar a ingestão de hormônios que estimulam ou repõem essa produção falha, além de determinar ciclos de dia e noite e noites de sono mais regulares.
O que fazer para ter uma glândula pineal saudável?
Como explicado no tópico anterior, o completo funcionamento da glândula pineal ainda é um mistério para a ciência, então qualquer recomendação que possa ser dada a respeito de melhorar o seu funcionamento ou mantê-la saudável não teria respaldo científico, mas algumas recomendações podem ser dadas:
— Mantenha um ciclo de dia e noite. A não ser que você, por exemplo, trabalhe à noite ou de madrugada, mantenha ciclos estáveis de dia e noite. Faça suas atividades durante o dia e descanse à noite;
— Tente ter um horário fixo para ir dormir e também para acordar, porque isso dá ao seu corpo a noção de um ciclo de 24h, o que ajuda muito o pleno funcionamento do seu ciclo circadiano;
— Evite muitas luzes e iluminação à noite. A melatonina é produzida porque não há luz à noite, então ficar com os olhos fixos na tela de um computador, do celular ou da televisão a noite toda pode ser bastante prejudicial para o funcionamento da glândula pineal;
— Pratique meditação, yoga, tai chi chuan ou outra prática relaxante, porque essas atividades promovem uma “limpeza” na mente e nos deixam mais tranquilos e calmos para ter uma noite de sono e, consequentemente, um dia com mais qualidade;
— Evite alimentos industrializados e consuma mais orgânicos. É consenso entre os endocrinologistas que alimentos processados fazem mal para todas as glândulas do nosso corpo, então manter uma alimentação saudável certamente ajudará o pleno funcionamento da sua glândula pineal. Frutas e verduras de quaisquer tipo, bem como alimentos produzidos a partir deles são bons para manter a saúde em dia, como óleo de coco, vitaminas de frutas e sucos naturais;
— Pratique atividades físicas. Elas “cansam” o seu corpo, o que ajuda a ter uma noite de sono com mais qualidade e também mantêm o seu corpo ativo e disposto.
A origem do estudo da glândula pineal
Estudos do corpo humano são feitos desde os tempos mais antigos. Apesar disso, a glândula pineal sempre recebeu pouca atenção, porque a ciência estava mais preocupada no funcionamento de órgãos mais importantes, como os pulmões, os rins ou o coração.
O cientista e filósofo René Descartes (1596-1650) — sim, aquele que escreveu “penso, logo existo” — foi uma das primeiras pessoas a dedicar boa parte da vida a estudar a glândula pineal. Ele escreveu dois livros sobre o assunto, nos quais afirmava que a glândula era o ponto da união substancial entre a alma e o corpo. É preciso lembrar que, à época, a medicina e a ciência, em geral, não eram separadas da religião e da espiritualidade.
Entre os seguidores da religião hinduísta, é comum afirmar, desde tempos imemoriais, que a glândula pineal representa o “terceiro olho”, já que está posicionada no centro do cérebro, entre os nossos olhos. A glândula pineal é conhecida com o Ajna chakra, o chakra do terceiro olho.
Entre aqueles que acreditam na comunicação e na interferência do mundo sobrenatural sobre o nosso mundo, a glândula pineal costumam ser associada a dons como clarividência, telepatia e mediunidade.
Foi somente em 1965 que o cientista norte-americano Aaron Lerner, da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, descobriu que a melatonina está presente em grande quantidade na pineal, o que levou a ciência a explorar as funções dela em relação à produção desse hormônio, levando, posteriormente, à conclusão — já confirmada em estudos revistos por pares — de que a glândula é responsável pela produção da melatonina e, por conseguinte, à regulação do ciclo do sono.
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Hoje mais conhecida como glândula pineal, por muito tempo ela foi chamada apenas de epífise, palavra que deriva do idioma grego. Nessa língua, “epi” significa “sobre” ou “acima”, enquanto “physis”, que deu origem a “fise”, significa “natureza”. O nome, portanto, significa algo que está acima da natureza, ou seja, que tem qualidade sobrenatural. Essa nomenclatura se justifica justamente porque relacionava-se a glândula pineal à alma. Conforme foi sendo estudada pela ciência, preferiu-se o nome glândula pineal para haver dissociação desse conceito metafísico.
Ainda que muito ainda promete ser descoberto a respeito do funcionamento da glândula pineal, já é inegável sua importância para que tenhamos ciclos de dia e noite saudáveis, bem como sono de qualidade. Cuidar da sua glândula pineal e ter uma rotina que seja cuidadosa com ela é essencial para que ela esteja sempre em dia e em pleno funcionamento!