O movimento hippie das décadas de 1960 e 1970 foi inovador em diversos sentidos e deixou marcas no que diz respeito ao estilo de vida, à moda e também à alimentação. É isso mesmo: a dieta dos adeptos a esse movimento era usada como uma forma de protesto aos valores repressores da época e ficou conhecida como Naturalista.
“A Nutrição Naturalista prioriza o consumo de frutas, verduras, cereais na sua forma integral, leguminosas e sementes, sendo que estes alimentos precisam ser cultivados organicamente”, explica Priscila Teles, nutricionista e mestre em Biologia Celular. “Acredita-se que quanto menor for a manipulação do alimento, mais benefícios este trará para o organismo”, completa a nutricionista.
Sendo assim, a principal característica deste tipo de dieta está intimamente ligada à qualidade do que é consumido e, por isso, à Nutrição Orgânica (saiba mais aqui). “A Nutrição Naturalista utiliza do princípio orgânico em seu conceito. Não existe a alimentação natural sem os alimentos orgânicos, ou seja, livres de agrotóxicos, pesticidas e contaminantes químicos durante a produção e armazenamento”, afirma Priscila.
Restrições
Partindo do princípio básico dos orgânicos, em uma Alimentação Naturalista é vetado o consumo de alimentos de origem vegetal que tenham sido cultivados da maneira tradicional, com a utilização de agrotóxicos e contaminantes químicos. Os cereais na forma refinada – como por exemplo, o arroz branco, o açúcar refinado, farinha de trigo branca – também são excluídos da dieta, devendo utilizar estes na sua forma integral.
Alimentos industrializados que utilizem a conservação química, além de corantes e aromatizantes artificiais, além dos alimentos irradiados e produtos de origem animal que no seu processo de criação se utilizem hormônios e/ou antibióticos sintéticos também estão fora.
Alguns naturalistas admitem a ingestão de alimentos de origem animal, desde que todo o processo de criação seja feito sem a utilização de hormônios e qualquer tipo de produto químico. “Não se trata de uma dieta restritiva, a intenção é que o aspecto qualitativo do alimento seja priorizado”, ressalta a nutricionista.
Benefícios
Intoxicações crônicas por contaminantes químicos presentes nos alimentos podem causar diversos tipos de problemas à saúde, como infertilidade, impotência, abortos, malformações, neurotoxidade, desregulação hormonal, efeitos sobre o sistema imunológico e câncer. Portanto, uma alimentação orgânica auxilia na prevenção destes problemas.
Por priorizar os cereais na sua forma integral, é possível ter diversos benefícios, como a presença de antioxidantes, que combatem os radicais livres, prevenindo assim doenças como câncer e problemas cardiovasculares, por exemplo. “Além disso, cereais na sua forma integral são ricos em fibras, que auxiliam no controle da fome, pois promovem maior sensação de saciedade, auxiliam na regulação do intestino, ajudam a controlar a glicemia e colesterol sanguíneo”, exemplifica Priscila Teles.
E tem mais: a utilização de vegetais nas suas formas mais naturais preserva melhor seus nutrientes, como vitaminas e minerais que estão ligados a outros diversos benefícios à saúde.
Como se tornar naturalista
“Sempre mantenha o equilíbrio na hora de se alimentar, consumindo porções adequadas de todos os grupos alimentares”. Essa é a principal recomendação da nutricionista Priscila.
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Confira outras dicas:
* Se o seu estilo de vida não te proporciona o prazer de plantar e caçar sua própria refeição, atente-se no momento da compra, se o alimento possui o selo de certificação orgânica de acordo com a legislação Brasileira, que garante ao consumidor levar para casa um produto livre de contaminantes químicos, assegurando ainda a qualidade do ambiente natural, qualidade nutricional e biológica do alimento, bem como a qualidade de vida para quem vive no campo e nas cidades;
* Consuma os cereais na sua forma integral;
* Em relação ao sal e o açúcar, dê preferência aos produtos brutos, que não passaram pelo processo de refino.