Convivendo Relacionamentos

#SomenteAme o amor em toda sua amplitude

Desenho de um coração em um vidro embaçado
Anyaberkut / Getty Images Pro / Canva
Escrito por Jonatan Fortunato

Faz exatamente 6 anos desde que, de certa forma, procuro espalhar a seguinte mensagem: “SOMENTE AME”. Tendo essa frase um amplo significado e que se encaixa nas mais diversas situações e atribulações do dia a dia, com ela busco incentivar cada vez mais as pessoas a sentirem com o coração e a mente plenos de boas energias, cientes de que recebemos de volta tudo que emanamos.

Amar é um ato difícil, muito mais do que parece na prática. Vai além do físico, vai além do racional. Amar deriva da alma, do “coração”. Para compreendermos isso, precisamos expandir nossos horizontes.

O amor se manifesta de muitas formas e maneiras e está sempre em mutação. Conforme a evolução humana, os sentimentos também evoluem. Na antiguidade, o amor era dividido em sete tipos:

  1. Philautia;
  2. Pragma;
  3. Ludus;
  4. Eros;
  5. Philia;
  6. Storge;
  7. Agape.

Dos quais destaco dois:

PHILAUTIA

Os filósofos antigos diziam que Philautia é o amor que temos por nós, ou seja, o amor-próprio. É este, talvez, o pricípio de todos os nossos sentimentos, o começo por onde tudo flui e se deriva. O amor nasce dentro de nós e, primeiramente, por e pra nós, para depois se expandir para os demais.

Philautia pode aparecer de duas formas: o falso amor-próprio, que se equivale ao narcisismo e à arrogância, muito ligado ao poder, ao dinheiro, às aparências e a um mundo totalmente material. A segunda forma, considerada a forma saudável da Philautia, tem muito a ver com a autoestima, propósito e compromisso conosco, com a confiança e o benquerer para conosco, expandindo para os outros. É aqui, então, que o “#somenteame” surge, pois permite que possamos direcionar esse amor puro que temos por nós mesmos ao mundo que nos cerca, a pessoas, animais, plantas e a tudo que fazemos e realizamos.

PRAGMA

Pragma é o amor que se baseia no bem maior, na dedicação ao coletivo, ao outro.

Pessoa entregando um coração de pano para outra pessoa
AnirutKhattirat / Getty Images Pro / Canva

É um amor baseado na dedicação ao bem maior. É um amor pragmático. O romance e a atração são muitas vezes separados em favor de metas compartilhadas e compatibilidades. Esse tipo de amor é, muitas vezes, visto em casais que se formaram a partir de um casamento arranjado ou de aliança política. Também inspira os casais a fazerem o seu relacionamento funcionar por causa dos filhos. Pragma é o tipo de profundo amor e de compromisso que nos leva a fazer a coisa certa. Muitos relacionamentos começam como Eros ou Ludos e mais tarde evoluem para Pragma, quando essas formas mais simples de amor não são suficientes para sustentar.

Com isso trago o texto abaixo, uma percepção minha desse sentimento tão presente na vida humana:

Do sofrimento

Jonatan Fortunato Idalencio

“Quem ama sofre”, dizem os antigos. O amor, em si, não traz sofrimento, mas sua ausência, sim, e como fala Paulo Coelho, no livro “O alquimista”: “O medo do sofrimento é pior que o próprio sofrimento”. De fato é. Não é o amor que nos faz sofrer, mas o medo da sua ausência.

Temos medo de não sermos amados, temos medo das frustrações do caminho do amor, temos medo da solidão e é o medo que causa sofrimento, não o sofrimento em si.

Geramos tanta expectativa em cima das pessoas, dos sonhos, dos projetos, dos relacionamentos, sejam quais forem, dos amizades, dos amores e dos negócios. Colocamos tudo que temos: nossa energia, nossa fé e nossos sonhos, então lutamos para que tudo dê certo.

Por vezes, entramos em relacionamentos tóxicos e nos deixamos arrastar por um, dois, três ou mais anos, amando, sendo dedicados, doando o melhor de nós, até que de um momento para o outro, muitas vezes sem explicação, tudo desmorona, acaba e ficamos inertes, diante de um sentimento de dor que muitas vezes não sabemos explicar e talvez sentir realmente. Esse é o sofrimento do amor, da falta de amor.

Perdemo-nos de tamanha maneira que, variando de pessoa para pessoa, as reações são as mais diversas: uns mascaram o sofrimento trabalhando, fingindo que estão inabaláveis, com sorrisos para todos, com uma energia tão surreal que muitos perguntam: “Como está tão bem?”, mas por dentro, onde ninguém realmente vê, estamos um caco, em pedaços, destroçados, procurando entender como tudo mudou. Será que era uma farsa? Como o que sentimos acabou?

Homem tapando os olhos com as mãos. Um papel com um sorriso desenhado está colado em cima da sua boca
Kemter / Getty Images Signature / Canva

Na verdade, nosso sentimento não acabou. O do outro, sim, o culpado é o outro, claro, pois eu amo, eu estou aqui, eu ainda estou aqui, lutando como sempre, amando como sempre, mas e o outro? Como conseguiu seguir, amar outra pessoa, continuar, sair, sorrir? Irônico, não?

Pois o sofrimento do amor é muito inconstante, assim como o amor.

Pensar em culpados ou subjugar o outro é o maior erro. Tudo se desgasta. As relações, em si, têm um determinado prazo de validade. Não é o amor que acabou; é todo o resto que não encaixa mais com nossos ideais de amor. Ambos colaboram para o início. Ambos colaboram para o fim. O único amor que é solitário é o amor-próprio, porque os demais precisam do outro para existir.

Podemos passar uma vida com uma pessoa e não a conhecer, mas se pensarmos a fundo, nós estamos sempre em constante mudança, então muitas vezes mal nos conhecemos. Como conhecer o outro? Como julgar seus sentimentos assim? Ai de mim, ai de mim, será que esse amor terá fim?

Há tempos eu repito, como um mantra, a seguinte frase, que talvez seja o título do meu próximo livro: “Somente ame”. Com essa frase, desejo que as pessoas experimentem o amor, mas o amor de verdade, sem expectativas, sem frustrações, sabendo que nada dura para sempre e que o mais lindo de ser vivido são nossos momentos, um dia de cada vez. O ontem é passado, o amanhã é incerto demais. Só temos o hoje. Somente hoje podemos amar. Somente hoje podemos viver. Somente hoje podemos lutar e dar o nosso melhor.

Parece confuso, não? Tudo bem, o amor é confuso, sentimentos são confusos e talvez este texto para você não faça o mínimo sentido, mas para outros faça totalmente sentido, assim como a carta de São Paulo aos Coríntios, na qual é encontrada a famosa passagem sobre o amor genuíno, em grego ágape:

“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse Amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse Amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tivesse Amor, nada disso me aproveitaria. A Caridade é sofredora e benigna; o Amor não é invejoso, não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal, não folga com a injustiça, mas folga com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta. O Amor nunca falha. Havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; porque em parte conhecemos e em parte profetizamos; mas quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; mas o maior destes é o Amor.”

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Espero que você sinta o amor, que você ame si próprio, ame o próximo e seja bondoso, sem interesses ou segundas intenções, e que em algum momento da sua jornada seja digno de dividir sua vida com alguém que se encaixe exatamente no momento e no instante que você se encontra, pois a vida é uma estação de trem: pessoas vêm e vão e todas elas entram em nossas vidas no momento certo e partem da mesma forma. O que fica são as lembranças, os sorrisos e as lágrimas, essas que, depois que compreendemos o que cada pessoa nos agregou, deixam de ter importância até certo ponto, pois, assim como os sorrisos, as lágrimas também nos fortalecem.

#Somenteame

Sobre o autor

Jonatan Fortunato

Gaúcho, taurino, estudante de pedagogia, técnico em informática, foi diretor do Portal Mundo Angel, voltado para cultura e diversidade da cidade de Porto Alegre, em 2006.

Professor de informática em projetos como “Escola aberta”, professor de informática para alunos da APAE, utiliza a cromoterapia e a musicoterapia para o estímulo sensorial dos alunos.

Atuou na rede municipal de ensino na EJA (Educação de Jovens e Adultos).

Trabalhou na Coordenadoria de Educação, promovendo a gestão de pessoas e cursos facilitadores de funcionários e alunos da rede, como Pronatec e outros voltados para as TICs.

Faz mentorias de cursos de atualização e reciclagem para professores.

Estudioso da teologia das religiões e filosofias de vida, amante de terapias alternativas.

Poeta da vida, cada verso que escreve é a captação da presença energética de uma situação, sentimento ou pessoa.

Autor dos livros: “Versos rabiscados em bilhetes", "Pétalas ao vento", "Versos engarrafados", "Florescer", "Coisas de mãe" e "Para sempre amor".

Participou do livro "Histórias que fazem bem", da autora Leticia Wierzchouski.

Membro do Clube de autores desde 2013.

Espirituralista desde a infância, acompanha o movimento espírita desde os nove anos de idade, frequentando kardecismo, umbanda e grupos de cura por meio da crença da energia e do espírito.

Terapias alternativas que pratica e estuda: canalizacão de energia por meio de cristais, aromaterapia, florais, passe através das mãos, massagem energética, reiki e apaixonado pela egrégora da Mestra Kuan In.

Email: filosofojf@gmail.com
Instagram: jonatan.fortunato