Há uns dias meu filho me fez uma pergunta:
— Mãe, dinheiro traz felicidade?
Diante dessa questão que abrange tantas coisas, tantas crenças e até dogmas, fui levada a uma profunda reflexão…
Durante nosso crescimento, somos bombardeados por frases prontas que nos fazem ver o dinheiro como algo ruim, às vezes até repugnante, o que, como criança, confunde e inconscientemente forma crenças que serão armazenadas em nosso inconsciente e que vão afetar muito o nosso agora e o nosso futuro…
Se você em algum momento da sua vida frequentou uma igreja de qualquer denominação, com certeza ouviu ou leu:
“… mais fácil é passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus” — (Lucas 18:24-25).
Você está passeando em um centro comercial com seus pais, tios ou avós e deseja profundamente aquele brinquedo que está na vitrine. Quando pede, escuta:
“Você pensa que dinheiro dá em árvore?”.
Com toda ingenuidade, fica imaginando uma árvore cheia de moedas penduradas. prazer, eu! (mesmo porque eu ainda não conhecia dólar ou euro).
Você observa uma roda de adultos conversando e surge esta frase:
“Não dá para ter dinheiro do jeito que o país está”.
Hã?
Foi na casa do amiguinho de escola em uma festa de aniversário e ficou observando que ele tinha uma televisão enorme, uma coleção de brinquedos daqueles que você só tem um, empregada e uma casa com piscina, então quando chega em casa lança: “Fulano é rico, tem até piscina na casa deles”. E seus pais falam:
“Dinheiro não traz felicidade”.
Pois é…
Existem muitas outras frases, mas com certeza vocês já ouviram uma dessas em algum momento da sua infância, acertei?
Então…
Vamos pensar juntos…
Precisamos entender que dinheiro é uma energia, logo só poderá existir se houver movimento, certo?
O movimento a que me refiro aqui é o de troca: só poderemos usufrui-lo se permitirmos o seu fluxo…
Mas…
Embora o dinheiro seja uma ilusão no sentido de energia, não significa que ele não exerça poder sobre nós!
Dito isso, vamos falar sobre a relação dela (energia) ou dele (dinheiro) com a felicidade…
Felicidade realmente não é algo que se compra, nem mesmo é algo atrelado a algum tipo de dependência e de necessidade.
Quando viemos para esse plano, viemos “zerados de fábrica”, perfeitos em todas as nossas camadas, no sentido corpo, mente e espírito; chegamos sendo amor, paz, saúde e felicidade. Com o tempo e a aquisição de crenças, acabamos nos perdendo em essência e passamos a acreditar que a felicidade depende do externo, quando na verdade ela é totalmente interna, já está em nós, só precisamos acessá-la…
Então, respondendo à pergunta do meu filho, eu diria que não, o dinheiro não traz felicidade, exclusivamente porque ela já existe em mim.
Mas…
O dinheiro nos traz muitos benefícios, que consequentemente elevam a nossa vibração de felicidade…
Quando podemos comer algo, quando podemos fazer uma viagem, quando somos generosos, quando praticamos a caridade, quando compramos um carro, uma casa, quando realizamos um sonho material… tudo isso eleva a nossa vibração e podemos sentir pulsar em nós a felicidade que já existe.
Mas ouçam.
O dinheiro, como toda energia, não tem consciência, logo não tem moral. Cabe a nós atribuir a ele moralidade por meio do uso que fazemos dele. Cabe a nós dar a ele uma representatividade em nossa vida.
Se em algum momento você decidir tratar o dinheiro como um deus, um dirigente, uma condição ou atribuir a ele o poder de acessar a sua essência, sinto muito dizer, mas o dinheiro poderá se tornar um problema.
Aí eu te pergunto: somente pessoas que têm muito dinheiro podem ser consideradas ricas?
Negativo!
Qualquer pessoa pode ser considerada rica, porque depende sempre do ponto de vista de cada um…
Qualquer pessoa pode ser considerada rica, a partir do momento que está satisfeita com o que tem…
Esses dias, parada em um semáforo da cidade, observei do outro lado da rua um morador de rua fazendo uma selfie. Ele sorria! E eu pensei: ele está feliz! Imediatamente meu coração se encheu de felicidade também, e eu me senti como? Feliz e rica! Mesmo não tendo dinheiro envolvido, entendem?
Acreditem:
O dinheiro tem significados diferentes para cada um de nós, e a maneira como o outro enxerga o dinheiro ou como nós enxergamos depende do momento de vida experienciado. Não devemos julgar, em hipótese alguma. Na verdade, não nos cabe julgar nada nem ninguém em momento algum, nem nós mesmos…
Sendo assim, uma vez que entendemos o poder da energia do dinheiro, eu tenho uma sugestão…
Tente fazer o caminho contrário, transformando toda sua riqueza interior em riqueza exterior. Quanto mais e mais fizermos isso, mais rico o mundo se tornará, então vamos acreditar que dar ao mundo o que Deus nos deu em essência é muito mais enriquecedor do que colocar o que o mundo nos oferece como dirigente em nossa vida…
Mas esse é apenas o meu ponto de vista…
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“Eu desejo que você ganhe dinheiro
Pois é preciso viver também
E que você diga a ele, pelo menos uma vez,
Quem é mesmo o dono de quem…” — (“Amor para recomeçar”, Frejat).