A pecuária tem gerado um grande impacto ambiental, movido pelo crescente aumento do rebanho bovino mundial, que precisa de cada vez mais áreas para a sua criação, juntamente com o consumo de grãos e água.
A pecuária extensiva é ainda a maior culpada pela derrubada da floresta amazônica. Invadem as fronteiras protegidas e colocam fogo, matando inúmeros animais que habitam o local, derrubam as árvores e depois transformam tudo em pastos. Isso tem se tornado um ciclo vicioso, pois quando o pasto atual se degrada, há necessidade de outras derrubadas para a construção de novas pastagens.
Outro grande problema tem sido a demanda por grãos como a soja, que é utilizada para alimentar o rebanho, pois o boi, assim como nós, é um ser consumidor. Os animais como as vacas, que naturalmente poderiam viver 25 anos, na pecuária chegam a viver de um a três anos de vida, tendo em sua alimentação um consumo excessivo de grãos para que alcancem o peso ideal para corte. A quantidade de energia que o consumidor primário (animais da pecuária) passará para o próximo nível “consumidor secundário” é muito baixa, perdendo-se com o metabolismo do boi em sua vivência, produzindo, dessa forma, uma competição de alimentos, pois a soja também serve de alimento para nós, seres humanos, sendo que nós, como consumidores secundários, absorvemos apenas uma fração da energia produzida pela soja da qual o boi se alimentou.
A quantidade de grãos utilizados na alimentação dos animais que irão pro abate poderia ser direcionada para o consumo humano, diminuindo drasticamente a fome mundial.
Riscos que podem acontecer à saúde
- Aumenta o risco de doenças cardíacas
O consumo diário de carnes vermelhas aumenta o risco de desenvolvimento de doenças cardíacas, podendo haver alteração no funcionamento do coração, aumento do colesterol, aterosclerose e pressão alta. Isso acontece devido ao fato de esse tipo de carne conter gorduras saturadas, colesterol e, no caso das carnes processadas, sódio e aditivos, como nutratos e nitritos, que são prejudiciais para a saúde.
É importante mencionar que, mesmo com a retirada do excesso de gordura visível na carne antes e depois do cozimento, a gordura permanece entre as fibras musculares.
- Aumenta o risco de câncer
O excesso de carne vermelha, principalmente quando acompanhado de um baixo consumo de frutas, legumes, verduras e grãos integrais, aumenta o risco de câncer de cólon, principalmente. Além disso, alguns estudos também relacionaram o excesso de carne vermelha a outros tipos de câncer, como os de estômago, faringe, reto, mama e próstata.
Isso acontece porque esse tipo de carne aumenta a inflamação no intestino, principalmente as carnes processadas, como bacon, salsicha e linguiça, favorecendo alterações nas células que podem gerar inflamação e câncer.
- Pode aumentar a acidez do sangue
As dietas mais ácidas, que contém um elevado consumo de carnes vermelhas, açúcares e um baixo consumo de frutas e vegetais, estão associadas ao aumento do risco de desenvolvimento de doenças renais e diabetes, diferentemente das dietas mais alcalinas, em que há maior consumo de frutas, vegetais, frutos secos e menor teor de proteína.
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Alguns estudos indicam que o consumo em excesso de carnes vermelhas, principalmente as processadas, podem aumentar a acidez no organismo. Acredita-se que isso pode causar dano nos tecidos, o que, por sua vez, pode iniciar um processo inflamatório, resultando em diversas consequências para a saúde.
O que é recomendado: aumentar o consumo de frutas, vegetais, nozes e alimentos ricos em fibras.
- Pode favorecer infecções intestinais resistentes a antibióticos
O uso frequente de antibióticos nos animais pode estimular o aparecimento de bactérias mais resistentes nesses animais. Após o abatimento e durante o processamento para a alimentação, as bactérias resistentes desses animais podem contaminar a carne ou outros produtos de origem animal, aumentando o risco de infecção intestinal nas pessoas por microrganismos resistentes.