Autoconhecimento Convivendo

O poder do desapego

Pessoa com as mãos voltadas para o céu soltando passarinhos de papel
Fongfong2 / Getty Images Pro / Canva
Escrito por Juliana Bernardo

Você passou pela experiência de desejar muito algo, investir toda sua energia e seu tempo nisso?

E aí, quando você conseguiu realizar, sentiu uma felicidade sem tamanho? Você se sentiu especial, abençoado, realizado ou o quê?

E já passou também pela experiência de esse objetivo realizado, aos poucos, ir perdendo a graça?

E o que você fez quando isso aconteceu?

Às vezes não é só a graça que o resultado perde por se tornar parte do cotidiano. Em algumas ocasiões, ele se torna um verdadeiro peso em nossas vidas. Pode ser que vire algo, inclusive, do qual nos arrependamos de um dia ter desejado.

Quando isso acontece é muito frequente que a gente permaneça nesse lugar, mesmo sofrendo.

Porque, afinal de contas, “era algo que eu queria tanto”… “Eu lutei tanto por isso”… “Foram anos e anos me preparando para conseguir este trabalho”… “Estudei muito para passar nesse vestibular tão concorrido”… “Batalhei tanto para ter um casamento”… “Sonhei tanto em morar nessa cidade ou nesse país”…

Essas são algumas das frases repetidas incessantemente por nossa mente em momentos assim.

E os sentimentos presentes variam entre vergonha, arrependimento e culpa. Todos eles escondendo o medo de uma nova mudança.

Nossa programação mental é a da busca pelo conhecido. Costumamos nos sentir mais seguros quando estamos diante do que é familiar. E quando esse lugar foi desejado e conquistado, sair dele parece uma tarefa ainda mais complexa.

Só que a verdade é que, quando desejamos algo, temos uma visão totalmente idealizada de como será nossa vida quando isso se realizar. A realidade quase nunca corresponderá 100% ao sonho. E é normal que haja certa frustração com o passar do tempo. É normal também que a empolgação dê lugar a um sentimento mais ameno.

Silhueta de um homem sentado na beira de um rio, com as mãos na cabeça
400tmax / Getty Images / Canva

Mas nada disso nos obriga a permanecer em situações que sejam prejudiciais ou que simplesmente não estejam dando mais contribuição para nossas escolhas de vida, evolução e aprendizado.

A vida é uma sucessão de mudanças, é fluxo e movimento.

Então você está autorizado a desistir!

“Como assim?” — você me questiona — “O tempo todo ouço que não devemos desistir. Que devemos ser fortes, resilientes… Que temos que insistir até dar certo. Que as pessoas não fracassam, eles simplesmente desistem antes…”.

E eu conheço bem o discurso motivacional corrente. Sei o quanto isso pode ser benéfico, mas também o quanto pode gerar uma prisão para aquele que segue somente o que vem de fora, sem perceber em si mesmo aquilo que funciona em sua vida de maneira única e não generalizada.

Quantas mulheres permanecem em relacionamentos tóxicos porque sonharam um dia em ter um amor? Ou porque foram doutrinadas a acreditar que o amor vinha junto com sofrimento no casamento e isso era normal?

Quantas pessoas permanecem em empregos que as adoecem física e emocionalmente, chegando ao burnout, porque um dia sonharam em ter uma vaga em tal empresa?

Quantas pessoas seguiram um estilo de vida muito além de sua realidade financeira, contraindo milhares de reais em dívidas, e permanecem nessa prisão por medo de serem julgados se morarem em um lugar mais simples ou se abrirem mão dos carros, por exemplo?

Mulher com as duas mãos na cabeça em frente ao seu celular, notebook, calculadora e alguns papéis
Kitzcorner / Getty Images Pro / Canva

Quantas vezes aprendemos algo diferente e que pode mudar completamente a nossa vida, mas temos medo de colocar em prática porque defendemos a posição oposta por tanto tempo?

Está tudo bem desistir de tudo aquilo que aprisiona você!

O desapego carrega em si um grande poder.

Quando desapegamos de algo que não faz mais sentido, abrimos espaço para que outras possibilidades se apresentem em nossas vidas.

Você já parou para pensar em quantas outras portas estão disponíveis e abertas enquanto você só olha para aquela que conhece? Quantos caminhos diferentes podem ser percorridos?

Quantos talentos você pode desenvolver quando desapegar daquilo que já não representa mais nenhum desafio de crescimento e se tornou um peso?

Além de refletir sobre isso, convido você a fazer, por escrito, uma lista de tudo aquilo que já não é mais contribuição para você, mas que você tem medo de desapegar. Isso vai ajudar a trazer para a consciência seu grau de apego e seu medo da mudança.

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Uma outra proposta é a de você, em um momento tranquilo, meditar da seguinte maneira:

  1. Sente-se confortavelmente com os braços e pernas descruzados e a coluna ereta;
  2. Feche os olhos e respire profundamente;
  3. Coloque as mãos sobre o coração;
  4. E repita lentamente: “Eu deixo ir”;
  5. E tudo o que vier à mente (imagens, sons, memórias, pensamentos) permita que vá através desta respiração consciente, sem julgamento;
  6. Permaneça assim por alguns minutos, até se sentir esvaziada.

Depois me conta, nos comentários, o que essas reflexões e atividades trouxeram de sentimentos e insights para você.

Sobre o autor

Juliana Bernardo

Olá! É uma alegria ter você por aqui.

Eu atuo como terapeuta holística, o que significa que trato do Ser de maneira integral, levando em consideração não somente o físico mas também as dimensões emocional, mental, espiritual e relacional.

Minha missão é ajudar as pessoas a expandirem a consciência e reconhecerem seu poder na criação de uma vida mais alegre, leve, abundante e cheia de amor.

Para isso, auxilio as pessoas que atendo em seus processos de reconexão com a essência, despertar do amor-próprio e reprogramação mental. Tudo isso aliado ao poder transformador com que a Natureza nos presenteia por meio de seus recursos e ensinamentos.

Além do atendimento individual, realizo vivências em grupo focadas em autoconhecimento, empoderamento e transformação interior. Criei para isso o programa terapêutico para mulheres chamado “Florescer para uma Nova Vida”.

Sou também facilitadora de cursos livres na área holística, como tameana/pleiadian healing e aromaterapia.

Tenho formação e experiência em diversas técnicas terapêuticas, dentre elas constelação familiar e soluções sistêmicas, terapia floral, aromaterapia clínica, radiestesia e mandalas radiônicas, reiki, Thetahealing®, Barras de Access®, alinhamento intuitivo e numerologia sistêmica com abordagem terapêutica.

Antes de me tornar terapeuta, me formei em comunicação social pela USP e fiz mestrado em artes visuais pela Unesp, com pesquisa publicada internacionalmente sobre colagem na arte contemporânea. Atuei, dentre tantas coisas, como docente na educação formal e não formal em ambas as áreas antes da minha transição de carreira e de vida.

Email: juliana.bernardo@poderdanatureza.com.br
Site: poderdanatureza.com.br