Entre as situações que podem levar uma mãe a deixar seus filhos para adoção, temos algumas como: mães solo sem suporte do pai e dos familiares, muitas vezes julgadas e jogadas ao vento pela família; casais sem preparo material e espiritual; ou pessoas que não se identificam com a maternidade por questões pessoais, que podem ser, até mesmo, o próprio ego.
O fato é que essas crianças acabam sendo expostas, inevitavelmente. E isso não importa se o país em que essas pessoas vivem seja de primeiro ou terceiro mundo. Isso acontece, e parece que, depois da pandemia, esses números tiveram um aumento significativo.
Sim, os meios de prevenção para uma gravidez indesejada existem, e muita informação está disponível, mas isso acontece. O fato é que existem situações em que, por mais prevenção que se tome, alguns casos de gravidez indesejadas acontecem mesmo sob um cuidado maior, à revelia de nossa vontade.
É fato também que muitos casais, sejam hetero ou homoafetivos, buscam crianças para adoção. Mas parece não haver uma política que incentivem que os números de adoções cresçam.
Também existem pessoas solteiras, com condições financeiras, espirituais e físicas que denotam o potencial para a adoção, para se tornarem pais e mães, mas que também não conseguem realizar a adoção.
Outro dia, vi uma história muito interessante na série “Anne com E”, por coincidência no intervalo de quando enviei este texto. Nele, um “casal” de irmãos da terceira idade resolve adotar uma criança. E “super” rola a maternidade e paternidade apesar de não serem um casal amoroso. Me pareceu uma boa solução. Algo diferente, mas possível.
Com um número tão alto de crianças órfãs no mundo, talvez a legislação vigente para a adoção pudesse ser ajustada para que pessoas, independentemente de seu estado civil, gênero ou condições sociais, pudessem ter direito à adoção.
Enfim, nos reconhecermos como irmãos fraternais, além de um novo olhar para essas situações, seria bem adequado. Crianças conferem doçura ao mundo, são o nosso futuro. Crianças deveriam ser olhadas de forma primordial, pois a infância é aquilo que molda um ser. O amor de pais adotivos poderia evitar traumas para garantir um futuro mais pleno a essas crianças.
As próximas gerações dependerão disso, do amor universal. Esse olhar de que tudo e todos são família é fundamental para a evolução humana. Equilibrar a energia amorosa da Terra, uma Terra que parece gemer com suas próprias dores, seus próprios partos, seria algo que traria o bem maior a todos.
E, quando uma mãe e um filho sofrem, por qualquer questão, fazem a Terra tremer. Só o amor pode transformar tudo. Quando uma pessoa resolve salvar uma criança, ao final, é ela mesma que está sendo salva, os milagres de Deus vão além do DNA, e qualquer preconceito que uma pessoa tenha em relação a isso é mera vaidade.
O destino dos homens é tecido por Deus, e o calor de seu xale é para todos.
Aos órfãos e aos mais rebeldes, acredito que compreender e aceitar a vida, apesar de terem sido doados por seus pais, traz paz. E, com certeza, deverá haver uma razão de Deus para isso. Talvez, sua evolução seja mais acelerada por isso.
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Se seus pais morreram, então chore, dê-se o direito de viver essa dor, mas continue. O amor não tem fronteiras, só nos resta nos abraçar a vida, como espécie, observadores, e caminhar para a redenção.