Sagrado Masculino

Yin e Yang como forças primordiais

Homem branca sem camisa olhando para baixo.
Asap Rocky / Unsplash
Escrito por Ana Paola Lamanna

A sabedoria oriental pode nos trazer compreensão de muitas situações pelas quais passamos. O desequilíbrio de nosso “yin” e “yang”, conceito trazido por um dos livros mais antigos do mundo, o I-Ching, é o que origina muitos dos conflitos pelos quais passamos atualmente. A falta de compreensão de nós mesmos desencadeia a falta de compreensão dos outros.

Nosso feminino foi maculado ao longo dos séculos, abafado pela cultura egóica do masculino, também machucado em sua expressão feminina.

Presenciamos assim um total desequilíbrio em nossa expressão de energia feminina e masculina.

Tanto a polaridade masculina quanto a feminina são necessárias para o equilíbrio universal, regem nossos relacionamentos, nossas interações com o mundo e com a sociedade.

Quando falamos em força feminina e masculina, não se trata de orientação sexual, mas sim de energias que norteiam nossa postura diante da vida. Há fases da vida em que estamos mais “yin” ou mais “yang”.

Nada no mundo é somente “yin” ou “yang”, assim como não é novidade que vivemos num mundo dual, no qual há o dia e a noite, e assim somos nós, seres humanos, precisando integrar em nós ambas as polaridades (tanto feminina quanto masculina) para firmar nossa conexão com nosso verdadeiro eu e entendermos nosso sistema de funcionamento para melhor aproveitarmos nosso desenvolvimento aqui nesse Planeta.

Devem ter notado que há mulheres em que o lado masculino se destaca mais do que o feminino, assim como há homens cuja sensibilidade se manifesta mais, originando assim preconceitos, rótulos e julgamentos. Ocorre, inclusive, de muitos adotarem determinadas posturas ou usarem máscaras como mecanismo de defesa para aquilo que consideram como fraqueza — ou até mesmo por medo de julgamento.

Homem branco de costas no pôr do Sol.
Tim Marshall / Unsplash

A polaridade feminina diz respeito ao nosso lado mais emocional, do pensamento criativo, de refletir antes de agir, da calma, da quietude da noite depois do dia, de maior predisposição para: ouvir, meditar e se conectar com a espiritualidade (sem ligação com religião – cabe observar, já que muitos ainda confundem), enfim, das sutilezas que a sensibilidade nos traz.

Nosso lado masculino já nos traz mais o movimento de expansão, a robustez, o vigor de executar as ideias criativas do feminino, maior predisposição para falar.

Quanto ao dar e receber, a tendência da força feminina é acolher mais, ter maior receptividade. Isso explica por que pessoas mais conectadas ao feminino conseguem se entregar com maior facilidade ao autoconhecimento.

Há pessoas, em sua maioria homens, que têm uma tendência a se identificar mais facilmente com a mente, e a nossa mente pode ser traiçoeira, pois tem a mania de recorrer a informações apenas com o fim de preservar o ego, que é responsável por atitudes reativas demais, para encobrir medos e complexos. Silenciar a mente é mais difícil diante do embotoamento da nossa conexão com nosso SENTIR. Precisamos nos esvaziar e ir para “caixa do nada” de vez em quando, deslocando-nos para nossa quietude.

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Ao longo dos séculos houve uma hipertrofia da intuição pela racionalização, e o que nos era natural desde tempos remotos passou a ser estranho para muitos.

Podemos refletir muito e nos faltar a vontade, a ação, daí nossas atitudes pairam mais no mundo das ideias.

Por outro viés, pode nos faltar reflexão e calma para tomarmos as atitudes com mais lucidez.

Tanto a reflexão quanto a ação são necessárias.

Ambas as forças, tanto masculina quanto feminina, se dão suporte, ambas se fortalecem e devemos buscar em nosso processo de autoconhecimento como coordená-las da melhor forma.

Alcançar o equilíbrio consciente é quando conseguimos compreender como essas forças atuam em nós, em quais questões podemos melhorar, para que ambas trabalhem juntas e saibamos conduzir nossa vida de uma forma mais consciente e equilibrada, afinal nós repercutimos tudo que acontece no mundo que habitamos.

Homem branco no meio de plantas usando óculos escuros.
Tim Marshall / Unsplash

É sonhar e, apesar disso, preservar a lucidez e a coerência.

É pensar, refletir e ter calma para saber como agir quando necessário.

É ser firme sem perder a leveza.

É ter consciência de que sensibilidade não é fraqueza, e sim algo divino que ainda pode ser desenvolvido.

É saber voar sem, contudo, tirar os pés do chão.

É equilibrar emoções com sensibilidade, mesmo com aquilo que a mente insiste em nos contar para nos desestabilizar, levados por impulso a atitudes inconscientes.

Sobre o autor

Ana Paola Lamanna

Quando iniciei esse caminho de autoconhecimento, notei que não existem coincidências. E quando me tornei terapeuta, percebi que não seria diferente. A área de desenvolvimento humano me fascina. Cheguei a um ponto da minha vida em que tive que dar uma pausa em tudo e quebrar paradigmas, ouvir o que minha alma pedia para me conectar mais comigo mesma. Foi quando conheci a constelação, o método sistêmico que me reconectou com minha essência. A experiência de ser constelada foi tão profunda e de tal transformação em minha visão de vida e de mundo, que determinada fiquei a estar do outro lado — de fato me conectei com muito amor a essa profissão e, dessa forma, tornei-me consteladora. Venho da área do Direito e pretendo dar uma chance de exercer a advocacia agregando o conhecimento sistêmico para me voltar a dedicar ao direito de forma humanizada, mais conhecido como direito sistêmico. Procuro pesquisar e estudar além do conhecimento sistêmico para aplicar em meus atendimentos, enfim, tudo que me permita utilizar o máximo em benefício do desenvolvimento humano e da descoberta do poder pessoal; por exemplo: psicossomática, leitura corporal, traços de caráter etc. Acredito que quanto maior o conhecimento que o profissional tem, maior a probabilidade de ajudar seu cliente a se expandir além do que se possa imaginar. Espero que cada vez mais pessoas busquem e se interessem em conhecer e se maravilhar com esse método tão revolucionário e, ao mesmo tempo, tão essencial nesta época conturbada em que vivemos. OBSERVAÇÃO: Realizo atendimentos online.

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