Psicologia

10 sinais de que talvez seja melhor trocar de terapeuta

Terapeuta e sua paciente
Pavel Danilyuk / Pexels
Escrito por Eu Sem Fronteiras

Algumas pessoas dizem que a relação que um paciente estabelece com seu terapeuta é bem semelhante a um casamento, guardadas as devidas proporções. Ou seja, as coisas entre eles precisam se “encaixar”. Se você sai da sua sessão de terapia sempre se sentindo mal e tem a impressão de que ela não está ajudando, é preciso pensar sobre isso.

São muitos os motivos que podem fazer com que uma terapia pareça que não está “funcionando”, então é importante entender isso, conversar sobre isso com o seu terapeuta, se for possível, ou simplesmente encerrar o serviço e tentar de novo com outro profissional.

Para ajudar você a entender por que a sua terapia pode estar causando mal-estar, preparamos uma lista com 10 sinais de que talvez seja melhor trocar de terapeuta. Confira!

1. O terapeuta se comporta de maneira antiética

Há muitos comportamentos antiéticos que um terapeuta pode adotar, prejudicando o processo de terapia. Situações como flertar com pacientes, assumir pacientes com quem mantém relações próximas, como amigos e familiares, fazer qualquer comentário preconceituoso, prolongar o atendimento sem necessidade…

Enfim, você pode conferir uma lista completa no site do Conselho Federal de Psicologia, mas qualquer um desses comportamentos antiéticos devem acender uma luz de alerta e fazê-lo reconsiderar a terapia.

2. O terapeuta viola a confidencialidade da relação terapeuta-paciente

Geralmente, o que você diz na sessão de terapia deve permanecer na sessão, a menos que algumas situações legais ocorram (ver abaixo) ou que o terapeuta peça o seu consentimento (e de outras pessoas envolvidas) para divulgar o conteúdo da sessão de alguma forma.

Duas pessoas dando as mãos fechando um acordo
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Um terapeuta tem o direito legal de divulgar informações confidenciais se: o paciente representa um risco a vida para si e/ou para os outros; o terapeuta suspeita de que haja abuso contra outra pessoa, especialmente se for uma criança, pessoa idosa ou pessoa com deficiência; o terapeuta é convidado a depor criminalmente sobre o paciente; o paciente é menor de idade, e há preocupação com seu bem-estar, entre outras.

Exceto nesses casos, que são exceções, tudo que for dito pelo paciente em suas sessões de terapia deve ficar ali. Se o seu terapeuta viola esse acordo de confidencialidade, questione-o (e questione-se) sobre isso.

3. O terapeuta se considera um especialista, mas não é

Alguns terapeutas acabam se concentrando em algum tema, como situações de abuso sexual, relações conflituosas com pais e mães ou crianças e adolescentes. O paciente tem todo o direito de questionar o terapeuta a respeito de quais formações ou experiências o credenciam como especialista.

Mas, mesmo que ele pareça ter uma formação adequada, é importante pensar se, de fato, o terapeuta está colocando essa expertise na prática, ajudando-o com essa situação delicada, que o fez procurar um especialista. Se sentir que não está ajudando, considere interromper a terapia.

4. O terapeuta compartilha demais sobre si mesmo

Na Psicologia, os terapeutas podem falar de si mesmos, de suas vidas e suas experiências, desde que isso tenha como objetivo um benefício para o paciente. Uma sessão de terapia não é uma conversa de bar, então não deve ser uma troca de informações, mas um mergulho profundo no universo do paciente, com a ajuda do terapeuta.

Terapeura e paciente conversando
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Se você acha que o seu terapeuta fala demais sobre ele mesmo, antes de mais nada, por que não dizer que isso não te faz bem, se te incomoda? Às vezes, ele “leu” a situação de maneira errada e pensa que isso ajuda em seu processo terapêutico, então vale ter essa conversa franca.

5. As sessões acabam, e você sempre se sente muito mal

Sair de uma sessão de terapia se sentindo triste, deprimido ou com outro sentimento negativo é algo que acontece. Como “cutucamos” experiências dolorosas, esse mal-estar pode surgir. Mas analise a situação: você tem se sentido mal por estar “cutucando” tudo isso ou por causa da forma como o seu terapeuta fala com você?

Se você perceber que há pouca sensibilidade na maneira como ele lida com tudo que você expõe, talvez não seja o profissional adequado para você. Então vale a pena procurar um que te acolha de uma maneira que te faça sair da sessão sem essa sensação de mal-estar causada pelo terapeuta.

6. Faz você se sentir julgado, envergonhado ou emocionalmente exposto

Confiança é algo essencial na relação terapeuta-paciente. Para o paciente, a sessão de terapia deve ser um ambiente de acolhimento, reflexão e autoconhecimento, não de culpa, vergonha e julgamentos, por exemplo.

Mulher sendo julgada
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Se você percebe que as palavras do seu terapeuta fazem com que você se sinta envergonhado, assustado, ansioso, culpado e julgado, por exemplo, reconsiderar essa terapia pode ser uma boa ideia, bem como tentar expor esse seu mal-estar para ele.

7. O terapeuta está sempre pedindo que você se repita

Terapeutas costumam ter vários clientes, mas cada um encontra uma maneira de exercer sua escuta ativa. Há aqueles que gostam de anotar nomes e datas, há aqueles que apenas escutam e conseguem se lembrar, e outros tantos tipos de terapeuta. Mas é certo que ele precisa ter alguma memória do que você disse para que a relação de confiança se estabeleça.

Pedir esclarecimentos, que você repita ou conte novamente um detalhe de uma história, tudo bem, faz parte. O terapeuta pode querer ver como você reformula um detalhe ou usar esse detalhe para demonstrar algo para você. Mas não lembrar por que você está procurando tratamento ou detalhes importantes das sessões anteriores podem ser sinais de alerta.

8. A sessão é interrompida com frequência

Emergências acontecem. Se a sua sessão de terapia é interrompida porque há uma ligação urgente por causa de uma emergência familiar, você certamente será compreensivo com o seu terapeuta. Mas se você percebe que essas interrupções são frequentes, isso também acende o sinal de alerta.

Homem mexendo no celular
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Um terapeuta que dá olhadinhas no celular, cochila no meio da sessão ou parece distraído com outra coisa qualquer deve ser motivo de reconsiderar a terapia. Complicações como conexão de internet ruim e outros probleminhas tecnológicos, para aqueles que fazem via ligação por vídeo, podem ser ruim também, mas, nesses casos, vale conversar com calma e compreensão.

9. O terapeuta não parece bem emocionalmente

Todos passamos por problemas na vida, certo? E você certamente vai ser compreensivo se o seu terapeuta disser que está com um problema emergencial e, por isso, vai precisar reagendar a próxima sessão. Afinal, imprevistos acontecem.

Mas se você tem notado que o seu terapeuta não parece bem emocionalmente para continuar o atendimento, se isso está causando um incômodo de qualquer ordem, uma conversa franca pode acontecer. Ou, se isso lhe causar tanto mal-estar, não é errado decidir interromper os serviços, porque ele sabe muito bem que não deve fazer atendimentos caso não esteja se sentindo bem para isso.

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10. Você sente que as coisas não estão sendo como deveriam

Ainda que, como já explicado, algumas sessões sejam particularmente desconfortáveis, melancólicas ou deprimentes, e tudo bem, pois faz parte do processo terapêutico, a terapia precisa vir com essa sensação de bem-estar, de evolução, de estar avançando rumo a alguma direção ou trazendo paz e bem-estar, apesar dos sentimentos negativos pontuais.

Se você tem sentido que a sua terapia não está ajudando ou até que está tendo o efeito inverso, atrapalhando o seu bem-estar, fique à vontade para reconsiderar o serviço e procurar um novo terapeuta.

Terapia pode doer, mas, no fim das contas, tem que trazer essa sensação de bem-estar e progresso. Se você sente que há algo de errado em sua terapia, tenha uma conversa aberta e honesta com o seu terapeuta, ou mesmo decida pelo fim do serviço. Mas lembre-se: cada terapeuta é de um jeito, então, se não funcionou com um, pode funcionar com outro! Não desista da sua melhora!

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