A religião oficial da Índia é o hinduísmo, no qual está contido o sistema de castas. Estabelecido por volta de 850 a.C., tem base na hierarquia de “classes” de seres humanos.
A origem desta supremacia de algumas “raças nobres”, como eram consideradas, provém do embate entre grupos indianos brancos e imigrantes de pele escura.
Além de hierárquico, esse sistema é hereditário e endógamo. Clarifiquemos alguns termos:
– Hereditário: Passado de pais para os filhos. Neste caso, o filho já nasce condicionado à classe social de seu pai.
– Endógamo: Permissão de casamento apenas entre o próprio grupo. No caso da Índia, dentro da própria casta.
Esta crença se deve ao valor dado à reencarnação. Sendo assim, as atitudes de vidas passada seriam responsáveis por definir a posição do ser na vida atual.
Tais características são manobras para que se estabeleça a imobilidade social. Ou seja, o indivíduo já nasce condicionado a seu modo de vida. Além de sua casta, seu trabalho, sua vestimenta e hábitos também serão hereditários e imóveis no tempo.
Castas baixas
Apesar de vir sofrendo crescentes divisões, esse sistema ainda preserva algumas classes base.
São algumas das castas mais baixas e seus constituintes:
– Xátrias: guerreiros;
– Vaixias: comerciantes e camponeses;
– Sudras: escravos,
– Dalits ou “Intocáveis”: sujeitos a margem até mesmo das castas mais baixas, considerados impuros. São associados à morte e à sujeira. Os intocáveis só podem utilizar roupas encontradas nos corpos de outro mortos.
Castas altas
A casta mais alta é constituída por sacerdotes, religiosos e nobres, e denominada “Brâmane”.
Os bramânes são extremamente respeitados na Índia e apesar da imobilidade social ser conhecida dentro das castas, grupos insistem em práticas como vegetarianismo para se “aproximar” das práticas das castas mais puras.
Luta sem fim
Com o histórico de enraizamento deste sistema no país, torna-se praticamente impossível extingui-lo nos dias atuais. Alguns episódios já foram exemplo de repulsa a este sistema, como a luta de Mahatma Gandhi após a independência da Índia em 1947, ou a ação da ONU e órgão humanitários de todo o mundo.
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Atualmente este sistema de resignação é proibido por constituição, entretanto, ainda é praticado por quase a totalidade do grande país.
- Escrito por Julia Zayas da Equipe Eu Sem Fronteiras.