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Afinal, por que mentimos? Vamos explicar isso para você neste Dia da Mentira

Mulher cujo nariz apresenta-se, figuradamente, muito maior que o habitual. Este nariz geralmente é associado à mentira.
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Escrito por Eu Sem Fronteiras

O Dia da Mentira é comemorado anualmente em 1º de abril. Nessa data, é comum que as pessoas contem pequenas mentiras, para divertir os amigos e os familiares. Como isso já se tornou uma tradição, é até difícil enganar alguém. Porém ainda há quem consiga executar esse feito com maestria.

No entanto, nos outros dias do ano, a mentira não é vista com bons olhos. Inclusive a descoberta de uma mentira pode causar dor, tristeza, decepção e raiva. Logo, nós temos consciência de que mentir não é uma atitude positiva, que deve ser evitada.

Apesar disso, continuamos mentindo, inclusive para quem mais amamos. E por que nós fazemos isso? Reflita, a seguir, sobre essa questão. E, com base nisso, investigue quais são as mudanças que você precisa fazer na sua vida e nas suas relações, para mandar a mentira embora.

Existe mentira do bem?

Antes de investigar o que nos leva a mentir, precisamos falar sobre a tal “mentira do bem”. É aquela mentirinha, que parece inofensiva, ou que contamos para não magoar outra pessoa. Será que isso realmente existe? Ou nenhuma mentira é bem-intencionada?

David Livingstone Smith, filósofo e psicólogo, classificou a mentira como uma necessidade para a vida em sociedade: “Sem a mentira, a vida em sociedade entraria em colapso. Se você duvida disso, basta imaginar o que seria a vida se você resolvesse dizer a todos os seus amigos o que realmente pensa de cada um deles”.

Por essa perspectiva, entendemos que as mentiras podem ser inevitáveis. Às vezes, queremos evitar uma situação desconfortável e fazemos um comentário falso, que não trará qualquer impacto negativo. Se a mentira não vai prejudicar outras pessoas, é provável que ela seja inofensiva e, portanto, do bem.

Um boneco de madeira que representa o popular personagem fictício intitulado Pinóquio.
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Ou então, não queremos gastar tanta energia contando uma verdade difícil, que causaria sensações ruins, e optamos por uma mentira mais conveniente, que não vai mudar a vida da outra pessoa. É como dizer que você gostou do corte de cabelo de alguém, mesmo sem ter gostado, só para não magoar esse indivíduo.

Nessa situação, contar a verdade para quem acabou de mudar o visual só traria tristeza, baixa autoestima e desconforto. Por outro lado, a mentira inofensiva manterá a autoconfiança de quem cortou o cabelo, até porque a opinião de terceiros não deveria impactar como ela se sente sobre si.

Mas transformar a mentira em um hábito pode ser perigoso, mesmo quando a enganação não tem um objetivo ruim. Isso porque começamos a adquirir mais confiança e mais habilidade para contar inverdades e podemos perder a noção do que é inofensivo e do que não é. Como consequência disso, passamos a mentir mais, não só para evitar desconfortos, mas para nos sairmos bem em uma situação. Aprenda mais sobre isso, a seguir.

Por que mentimos?

No livro “A Mais Pura Verdade sobre a Desonestidade”, do psicólogo Dan Ariely, entendemos que o comportamento humano é conduzido por dois princípios: “Queremos nos ver como pessoas honestas e honradas, mas também queremos levar vantagem e ganhar o quanto for possível”.

Como esses dois desejos são contraditórios entre si, a maioria das pessoas encontra uma solução inconsciente para eles, também descrita pelo autor: “Ao enganar apenas um pouco, podemos nos beneficiar da trapaça, e ainda nos vermos como seres humanos maravilhosos”.

Ou seja, nós temos a necessidade de tirar proveito das situações que estão ao nosso redor. Para isso, precisamos mentir em alguns casos. Como a mentira é uma atitude recriminável, optamos por uma versão mais branda da enganação, para ficar com a consciência limpa e, ainda assim, conseguir o que queremos.

Um homem de terno entrelaçando seus dedos por trás das suas costas.
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Mas existe outra explicação para o fato de as pessoas mentirem tanto. Para a psicóloga Thaiana Brotto, existem algumas sensações que estão por trás da mentira: ansiedade, insegurança, medo, angústia, infelicidade e incertezas. Sendo assim, nós mentimos para ocultar esses sentimentos negativos, que nos tornam vulneráveis.

Nesse sentido, a mentira é um mecanismo de defesa, e não uma maneira de tirar vantagem de uma situação. Isso não significa que ela é menos danosa, mas é um sinal de que a pessoa que está mentindo precisa solucionar alguns sentimentos que estão se manifestando dentro dela.

Em dois casos específicos, é essencial que quem está mentindo procure ajuda psicológica. Identifique quais são eles:

Mentiras compulsivas

As mentiras compulsivas são criadas por pessoas que sofrem de baixa autoestima. Em geral, elas desenvolvem histórias nas quais se apresentam como heroínas ou como superiores aos demais.

Essa necessidade de se destacar em relação a outros indivíduos engana não só quem convive com os mentirosos compulsivos, mas a eles mesmos. Com a frequência das mentiras, é provável que a própria pessoa que criou a inverdade acredite no que está dizendo.

Em relacionamentos e em entrevistas de emprego, por exemplo, esse tipo de postura pode resultar em frustração e decepção. Afinal, os mentirosos compulsivos não são quem eles dizem ser, e, com o tempo, isso será evidenciado. Logo, a credibilidade e a confiança nessas pessoas serão abaladas.

Mentiras patológicas

Se as mentiras compulsivas costumam prejudicar principalmente quem as conta, as mentiras patológicas são mais graves. O motivo disso é que esse tipo de enganação envolve a manipulação emocional de terceiros, que são enganados por mentiras mirabolantes.

Uma mão manuseando um fantoche de madeira.
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As mentiras patológicas são desenvolvidas necessariamente para que uma pessoa se dê bem em uma situação, prejudicando outro indivíduo. Para isso, ela distorce fatos, cria uma versão na qual ela é vítima das próprias atitudes e faz com que a outra pessoa duvide da própria percepção sobre o acontecimento em questão.

Essa postura compromete a vida em sociedade, a manutenção de relacionamentos duradouros e pode até levar a atos criminosos, que são facilmente justificados pela pessoa mentirosa. Portanto é fundamental realizar um tratamento psicológico para reverter esse quadro.

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Com todas as informações que apresentamos aqui, ficou fácil entender que as pessoas mentem por diversos motivos. Algumas mentem para evitar desconfortos, outras distorcem um fato para obter vantagem sobre as outras, e há aquelas que contam mentiras só para se sentirem melhores sobre elas mesmas. E você? Reflita sobre o que está te fazendo mentir para os outros e, se necessário, procure auxílio psicológico.

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