A tecnologia está presente em todas as áreas de trabalho, e com a medicina não é diferente. Durante este período de pandemia e com as regras de isolamento e distanciamento social, a telemedicina se fortaleceu ainda mais. Mesmo assim, uma parcela expressiva da população brasileira ainda tem dúvidas sobre o assunto e sobre como esse tipo de serviço funciona, por isso, neste artigo, várias dúvidas sobre o tema serão esclarecidas, como o que é telemedicina, quais áreas atuam neste modelo, entre outras questões.
Saiba o que é a telemedicina e como ela funciona
O que é telemedicina?
Basicamente, telemedicina refere-se a toda prática médica feita à distância, abrangendo conversas com o paciente, envio de receita de remédio, emissão de laudos e leitura de exames.
Essa modalidade é regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina e atua tanto no Sistema Único de Saúde (SUS) como na rede privada. Por meio da tecnologia, médicos e pacientes se conectam e se comunicam, podendo integrar atendimento pré-clínico, consulta, diagnóstico, monitoramento do caso do paciente e emissão de receitas médicas por meio eletrônico, que também têm validade tanto no SUS quanto nas redes privadas e suplementares.
Por que ela está tão evidente?
A telemedicina foi autorizada pelo governo devido às determinações de isolamento social para reduzir a propagação da Covid-19, permitindo, ao mesmo tempo, que a população continue tendo acesso a cuidados médicos. Antes da pandemia, apenas profissionais da saúde tinham permissão para usar essa prática para obtenção de aconselhamento.
O termo vem da junção de “medicina” ao prefixo de origem grega “tele”, que significa “distância”. Desta forma, no momento, todo brasileiro com acesso a internet pode se consultar com médicos e receber orientações sobre seu tratamento.
Quais áreas da medicina atendem online?
Mesmo sendo consideravelmente recente no Brasil, muitas áreas foram contempladas pela telemedicina e suas facilidades. Confira algumas especialidades:
Telemonitoramento
Por meio de equipamentos tecnológicos, o médico tem acesso à saúde e a dados clínicos do paciente, uma vez que esses equipamentos enviam relatórios sobre a condição do indivíduo.
É mais utilizado em caso de doenças crônicas, mas também pode ser aplicado em atendimento a idosos, gestantes e outros casos que exigem monitoramento.
Teleconsulta
Em teleconsultas, médico e paciente se conectam à internet e conversam, em tempo real, sobre o quadro do paciente. Neste caso, é fundamental que a internet seja segura e rápida, garantindo que nenhuma informação vaze.
Nessa modalidade, o médico pode pedir exames, receitar medicamentos e analisar os resultados de exames, além de poder pedir opinião de outros médicos.
Teleneuropsicologia e telepsicologia
A teleneuropsicologia refere-se à realização de testes à distância para diagnóstico de transtornos cognitivos.
Já a telepsicologia consiste na prestação de serviço psicológico por meio de videoconferência. O atendimento é bem semelhante ao consultório, mas sem a barreira do medo que muita gente pode ter de ir na primeira sessão.
Tele-enfermaria
É o exemplo de telemedicina mais utilizada em casos que não são urgentes. Nesse tipo de atendimento, enfermeiros atendem à distância, ajudando o paciente e avaliando se os sintomas relatados precisam de acompanhamento médico em hospital.
Telefarmacologia
Farmacêuticos auxiliam pacientes com a prescrição de medicamentos, área importante para evitar a automedicação e em casos de alergias à medicamentos, mas é essencial que o farmacêutico tenha conhecimento das condições do paciente de antemão.
Telepatologia
Médicos patologistas conversam entre si, à distância, com outros especialistas e comparam dados, gerando diagnósticos mais precisos e rápidos. É uma das áreas com maior potencial de crescimento.
Teleoncologia
Médicos patologistas conversam entre si, à distância, com outros especialistas e comparam dados, gerando diagnósticos mais precisos e rápidos. É uma das áreas com maior potencial de crescimento.
Teleobstetrícia
Permite que médicos e futuras mães possam se comunicar com mais frequência, sem precisar do deslocamento. É muito utilizada para sanar dúvidas, avaliar exames e fazer recomendações.
Teledermatologia
Por meio de imagens de alta definição dos pacientes, os dermatologistas indicam se o paciente precisa de algum outro exame ou pode solicitar coleta de amostras de forma presencial. Em casos menos graves, pode servir para dar orientações.
Por que aderir à telemedicina?
Em tempos de distanciamento social, muitas pessoas ficaram receosas (não sem motivo) de procurar médicos e contrair a Covid-19, por isso deixaram de buscar atendimento médico. A telemedicina é a forma mais segura de conseguir acompanhamento médico durante a pandemia e foi regularizada justamente por esse motivo. Conheça alguns dos principais motivos para usar a telemedicina:
Consulta online
Além de toda a segurança oferecida (não há vazamento de dados), é a alternativa mais prática e cômoda, uma vez que o paciente não precisa se deslocar para nenhum hospital ou clínica para a consulta, assim não precisa gastar com o deslocamento, muito menos correr o risco de se expor ao coronavírus. Apenas uma boa conexão de internet é necessária.
Acompanhamento constante
Tanto nos casos de Covid quanto em outras doenças e tratamentos, o acompanhamento é essencial, e a telemedicina tem permitido que médicos monitorem seus pacientes sem que eles precisem sair de casa. Há ainda casos especiais em que é necessário acompanhamento multiprofissional, facilmente obtido por meio da telemedicina. Desse modo, paciente e médico estão constantemente conectados e podem conversar com mais facilidade.
Otimização de tempo
Ao conversar com um médico, o paciente pode receber o laudo na hora e em seguida marcar outra consulta virtual com um especialista ou agendar os exames necessários. Ao realizar os exames, o médico consegue acessar os dados do exame de qualquer lugar, poupando muito tempo e priorizando a saúde do paciente.
Em casos de alta complexidade, médicos podem conversar por teleconferência com outros médicos e especialistas e chegar a um diagnóstico de forma mais rápida e eficaz, ou seja, a telemedicina traz benefícios tanto para o paciente quanto para os médicos.
Ela salva vidas
Segundo dados da entidade Saúde Digital Brasil (Associação Brasileira de Empresas de Telemedicina e Saúde Digital), entre 2020 e 2021, estima-se que mais de 75 mil vidas tenham sido salvas com a telemedicina, ampliando o acesso à assistência médica em todo o país.
Mais de 7,5 milhões de atendimentos foram realizados desde 2020, e o número vem aumentando a cada dia. Ademais, a telemedicina veio para ajudar no combate à lotação dos hospitais em casos não emergenciais, visto que 87% desses atendimentos foram a primeira consulta, em que o paciente ainda não sabia se deveria ou não procurar ajuda presencial, de forma que 6,5 milhões de idas desnecessárias ao pronto-socorro foram evitadas.
Pode ser feita em qualquer lugar
Tendo internet, o paciente já pode contar com os benefícios da telemedicina e conversar com um profissional. Essa modalidade é uma excelente estratégia para ampliar o acesso à saúde em lugares distantes ou carentes, levando serviços clínicos a lugares que antes não tinham isso à disposição.
Por que não aderir à telemedicina?
Apesar de todos os benefícios citados anteriormente, nem todas as seguradoras incluem os serviços da telemedicina.
Outro ponto é que, para os que fazem uso do serviço, é muito fácil trocar continuamente de médico para buscar o atendimento mais rápido, mas isso também acarreta redução da continuidade do atendimento, mediante ao fato de que o novo médico pode não ter acesso a todo histórico e às particularidades do paciente. Considerando que as informações estão em dispositivos tecnológicos com segurança antivazamento, é possível que muitas informações sobre o paciente não sejam compartilhadas.
O importante é sempre se cuidar
Com a pandemia, parte expressiva da população deixou de sair de casa para passear e se divertir, mas, além de atividades de lazer, muitos deixaram de frequentar academias ou parques para fazer caminhadas.
Uma pesquisa conduzida pela Inteligência de Mercado do Grupo Abril, em parceria com o instituto MindMiners, entrevistou 4.693 pessoas e concluiu que “medo”, “preocupação” e “insegurança” são as palavras que os brasileiros associam à pandemia.
Justamente por causa do estresse da mudança de rotina, somado aos sentimentos negativos sobre a pandemia é que a atenção com a saúde física e mental é essencial.
Não se deve ter medo ou vergonha de procurar um médico ou psicólogo, porque o importante é sempre cuidar da saúde.
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A telemedicina representa um grande avanço e, por ser um campo ainda muito novo, tem muito a melhorar, mas também muito potencial. É importante ressaltar, porém, que, caso o indivíduo escolha aderir à telemedicina, ainda que a conversa com o médico não seja presencial, para a realização dos exames o paciente terá que se dirigir a um hospital ou clínica. Ao ver o resultado, o médico pode dar uma receita ou explicar como será o tratamento. Nesse caso, o paciente deve iniciar o tratamento o mais rapidamente possível, então a telemedicina não substitui exames nem tratamentos.
Afinal, aderindo ou não à telemedicina, o indivíduo sempre deve cuidar da saúde e fazer exames de rotina.