Houve um tempo em que eu quase sempre estava ocupada e rodeada de pessoas, sem parar para sentir se eu realmente estava fazendo aquilo que eu queria estar fazendo e se havia realmente uma troca legal entre mim e essas pessoas.
Por anos, vivi assim, e de repente tive que estar mais sozinha com meus filhos, passando dias a fio sem trocar uma palavra com um adulto – me sentia extremamente sozinha às vezes. As duplas e triplas jornadas maternas demandam muito tempo e trabalho, e, às vezes, no tempinho em que eu estava livre, a exaustão era tão grande que o que eu fazia por mim era descansar, e mesmo assim nunca era o suficiente…
Os anos foram passando, e eu fui aprendendo a gostar de estar só, de ouvir meus pensamentos, de estar em minha companhia, e sei que nada é por acaso…
E esses momentos de solidão doloridas se tornaram solitudes…
Hoje eu amo tanto estar só e estar em casa que, quando eu escolho sair e estar com pessoas, penso bem antes. Então, quando estou com essas pessoas que fizeram parte de uma escolha consciente, é o êxtase total. Eu as contemplo e me entrego como uma criança, me permito viver e me deliciar com cada encontro, com um familiar, amigos, cursos, oficinas, enfim, aquilo em que escolho “gastar” o meu tempo.
Hoje eu me sinto pronta para fazer minhas escolhas conscientemente, pois cada escolha é uma renúncia, e, se eu escolho estar com alguém, eu me privo de ficar só comigo, o que eu adoro hoje em dia… Então se eu escolhi estar em sua companhia, estou dividindo com você aquilo que tenho de melhor no mundo: a minha vida, o meu “tempo”.
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Vamos honrar o tempo de cada um, sendo bons ouvintes, bons silenciadores. Vamos selecionar o que falamos para não jogar no outro nossas frustrações, vamos fazer trocas justas e gostosas de ambas as partes, tendo consciência do que fazemos, falamos etc.
E vocês? Estão fazendo escolhas conscientes? Ou simplesmente a sua vida está escorrendo pelos seus dedos?