Aprendendo a lidar com portadores do transtorno de personalidade narcisista
Poucos assuntos se mostram tão recorrentes, atualmente, como o do quadro psicopático conhecido como narcisismo, um transtorno que acomete um significativo número de pessoas aparentemente normais do nosso convívio diário, mas que – quando não devidamente identificadas – podem trazer prejuízos relevantes ao emocional de tantos quanto estão em seu entorno. Contrariamente à ideia de essas mentes doentias só oferecem risco àquelas que escolhem para vítimas, na prática elas causam danos de toda ordem mesmo às que não são o foco de sua atenção num determinado momento, já que toda a rede de contatos – de uma forma ou de outra – acaba sendo envolvida numa esteira de mentiras e manipulações de consequências imprevisíveis para seus componentes, que terminam transformados em vítimas indiretas.
Isso acontece porque, para dar sustentação à teia de mentiras que criam, as pessoas de contato mais próximo vão sendo encaixadas uma a uma na trama, e usadas como instrumento para que o mundo fantasioso do manipulador possa ser mantido, não se convertendo em obstáculos à consecução de seus objetivos. O resultado quase invariável é um rastro de destruição levado à vida de todos que vão surgindo pelo caminho, numa trajetória repleta de conflitos e tramoias que bem caberiam num drama de ficção, com potencial para marcá-las de forma indelével e até impor sérias ameaças à saúde mental de todos os envolvidos.
Dado o grande interesse do público pelo tema, nada mais natural que o leitor do portal possa ter acesso a análises dessas relações conturbadas reunidas por quase uma década, dispostas em formato objetivo e adaptadas à realidade de pessoas comuns, independentemente do nível de conhecimento que já detenham sobre o assunto. Ainda que nossa abordagem não tenha a pretensão de esgotar um assunto tão vasto e complexo – como qualquer outro que trate da psique humana –, ele traduz todo nosso empenho em abordar ao máximo os meandros da personalidade atormentada de um narcisista com potencial de desestruturar o meio social em que se movimenta.
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O dito estudo permitiu-me assim reunir um sem número de informações de extrema utilidade para pessoas que se veem na contingência de conviver com um portador de TPN sem saber exatamente como lidar com ele. A proposta é que, quanto mais se aprofunde no conhecimento do tema, menores sejam as chances de que o leitor interessado se veja incluído no rol de suas vítimas. Mais do que isso, mesmo quando o contato com tais mentes perversas não puder ser evitado em decorrência de algumas situações específicas, não há dúvida de que o conhecimento reunido a respeito possa ser o grande diferencial entre o sucesso das investidas do agressor e uma convivência possível, graças a posturas que reduzam os efeitos de sua atuação ou se aproximem de uma neutralização dos conflitos comuns a esse tipo de relacionamento. E se, ao final desta série iniciada hoje, o leitor já não se sentir na condição de mera vítima das circunstâncias, mas sabedor de como minimizar seus efeitos, a iniciativa já terá atingido seus propósitos e mais gente terá reunido resiliência o suficiente para perceber a tormenta pelo olhar privilegiado de um observador, em vez de posicionado no olho do furação.
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