Imagine olhar nos olhos da pessoa que você mais ama e não reconhecer absolutamente nada nas feições dela. É assim que acontece com as pessoas que têm uma doença chamada prosopagnosia, também conhecida como cegueira facial.
Para explicar tudo sobre essa doença rara, bem como quais são suas causas e seus sintomas, preparamos este artigo. Confira todas as informações e adicione mais esse conhecimento às informações que você já tem!
Direto ao ponto
O que é prosopagnosia?
A prosopagnosia é uma doença cuja principal característica é a incapacidade de reconhecer total ou parcialmente o próprio rosto ou os rostos de pessoas conhecidas, independentemente de qual seja o grau de relação, intimidade e proximidade.
Entre os problemas derivados da prosopagnosia estão a dificuldade de interação social, porque essa pessoa sente dificuldade de reconhecer os conhecidos, e problemas psicológicos como transtorno de ansiedade, por medo das interações.
Causas da prosopagnosia
Prosopagnosia congênita (ou de desenvolvimento)
Boa parte dos casos dessa doença é de pessoas que tiveram problemas durante o parto, em seu nascimento, como paradas cardiorrespiratórias, entre outros problemas neurológicos. Porém pessoas de todas as idades podem desenvolver o problema. Então é preciso sempre estar atento a ele.
Esse tipo de prosopagnosia também pode afetar pessoas que tenham familiares com problemas de cegueira facial.
Prosopagnosia adquirida
Entre as causas da prosopagnosia podemos incluir traumas e AVC, bem como condições neuropsiquiátricas, como o mal de Alzheimer — é comum, inclusive, que, conforme essa doença avança, a pessoa que sofre com ela tenha mais e mais dificuldade de reconhecer os familiares e amigos.
Além disso, outros problemas, como depressão, esquizofrenia e transtornos de desenvolvimento infantil, como autismo ou síndrome de Asperger, podem ser causadores da prosopagnosia.
Sintomas da prosopagnosia
Os sintomas da prosopagnosia são variados e dependem do grau da doença e de qual é a causa dela. Mas os principais são os seguintes:
- Incapacidade de reconhecer feições de rostos, mesmo em fotos e vídeos;
- Problema e dificuldade para reconhecer pessoas conhecida, sobretudo se o encontro for inesperado;
- Falta de capacidade de descrever as características do rosto de alguém;
- Sensação de olhar uma pessoa estranha ao se observar no espelho;
- Tendência a evitar contato visual, por causa da sensação de sempre estar conversando com estranhos;
- Dificuldade de distinguir pessoas que estejam vestidas de maneira parecida ou igual, como um uniforme;
- Dificuldade para assistir novelas, filmes, séries e outras programações, por não reconhecer os rostos das pessoas;
- Sensação de estar “perdido” em ambientes com muitas pessoas.
Prosopagnosia tem cura?
A resposta para essa pergunta é bastante individual e depende do quadro de cada pessoa. Alguns conseguem superar o problema, outros aprendam a lidar com ele, entre outras possíveis maneiras de lidar com a prosopagnosia.
O ideal é que o tratamento seja orientado por um neurologista ou neuropsicólogo, com o intuito inicial de desenvolver com a pessoa afetada por esse problema uma maneira de identificar as pessoas de outra forma, de uma que não dependa exclusivamente das feições do rosto.
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Além disso, o acompanhamento psiquiátrico e/ou psicoterapêutico é essencial para lidar com as consequências da prosopagnosia, como depressão, transtorno de ansiedade, dificuldade de estabelecer e criar vínculos, entre outros problemas nas interações.
Como lidar com a prosopagnosia infantil
Quando o problema é detectado no estágio infantil, é quase consenso entre os neurologistas que é possível adotar algumas medidas que podem ajudar a criança a continuar seu desenvolvimento e diminuir os impactos da doença.
É claro que essas ações devem ser todas orientadas pelo médico que acompanha o caso da criança, mas algumas medidas incluem:
- Espalhar fotos dos amigos e familiares mais próximos (poucas pessoas, as de maior contato), para ajudar a criança a identificar as pessoas com quem mais interage;
- Pedir que as pessoas, até mesmo no ambiente da escola, identifiquem-se quando se aproximarem da criança, sobretudo quando os pais não estiverem por perto para ajudar com a identificação;
- Se possível, pedir que os professores usem ou levem sempre um objeto pessoal consigo, como óculos, relógios, brincos, entre outros acessórios que facilitam a identificação;
- Incluir a criança em atividades extraclasse que permitam que ela interaja com outras crianças e desenvolva seus próprios métodos para reconhecer pessoas, como por meio de vozes e outras características.
Enfim, apesar de ser uma doença rara (entre 1% e 2% da população mundial vive com ela), a prosopagnosia pode prejudicar muito as interações sociais e o desenvolvimento de uma pessoa. Por isso é essencial procurar tratamento e auxílio médico!