Crescemos ouvindo sobre diferentes formas de amor – o romântico e o familiar são os principais deles. O amor-próprio, porém, é tão necessário e sadio quanto os outros. Há muitas coisas negativas que a falta de amor-próprio pode causar na vida de alguém.
Quer saber mais sobre quais são as consequências da falta de amor-próprio e o que fazer para manter o seu em dia? Continue lendo o artigo!
Direto ao ponto
O que é o amor-próprio?
Entender o amor-próprio em um mundo dominado pela vaidade e pelo egoísmo é complexo, principalmente porque vivemos em uma sociedade que tende a afastar o amor-próprio e a autoestima das pessoas.
O amor-próprio nada mais é do que se amar de forma pura e se aceitar do jeito em que veio ao mundo. É gostar do que vê no espelho, mesmo que a visão não esteja próxima dos padrões impostos pela sociedade. Amar-se é se valorizar, respeitar-se, ser gentil com si mesmo e entender que a felicidade vem de dentro.
Muitas vezes, esse amor-próprio assusta as pessoas, como se amar a si mesmo fosse errado. Para fugir disso, confundem o amor-próprio com egocentrismo e egoísmo e acabam caindo nas armadilhas da autossabotagem. Você pode – e deve – elogiar-se, sentir-se bem consigo mesmo, admirar suas próprias qualidades, sentir orgulho de suas conquistas e de sua inteligência e pensar no que é bom para você.
Por que não consigo ter amor-próprio?
Além da noção errada que é transmitida para nós sobre o amor-próprio desde sempre, há muitos outros comportamentos e fatores que impedem que esse sentimento por si só seja colocado em prática. Confira alguns deles:
Comparações
Sabe aquela expressão que diz “a grama do vizinho é sempre mais verde”? Ela é perfeita para definir a compulsão pela comparação com as outras pessoas. Sempre olharemos com os olhos mais brilhantes para o que o outro tem, ainda mais se cairmos nas ilusões criadas por meio das redes sociais e de outros espaços que estão sempre nos mostrando só a ponta do iceberg.
É um círculo vicioso: você quer o que o outro tem porque não sabe o que essa pessoa realmente passa; outro alguém olha para o lado bom da sua vida sem também saber quais dificuldades você pode estar passando; e assim vai adiante.
O outro é sempre mais bem-sucedido, mais bonito, mais feliz, mais sortudo, mas a realidade é cruel para todo mundo e todos nós somos seres muito diferentes um do outro. Cada um com sua própria jornada, que jamais será igual para todo mundo.
Comparando-se aos outros, você nunca será capaz de se sentir suficiente e satisfeito com o que você tem. Cada migalha de amor-próprio será arrancada de você com força toda vez que você se diminuir para engrandecer, em sua mente, a jornada do próximo.
Pressão sob si mesmo
Há quem diga que a maior e mais dolorosa pressão que podemos sofrer é aquela que vem de nós mesmos. Sabe aqueles momentos em que você cobra de si muito mais do que pode entregar? Além do cansaço e da ansiedade, a frustração pode nos derrubar – e a queda é de grande impacto!
É preciso olhar para a realidade e conhecer os seus próprios limites. A pressão que você deposita em si mesmo pode atrapalhá-lo em muitos sentidos e impedi-lo de se sentir bem até mesmo com os melhores dos seus feitos.
A perfeição não existe, então não aja com injustiça consigo mesmo. Seja compassivo com os seus erros, acolha suas vulnerabilidades e seja gentil com a sua própria jornada. E lembre-se de que é dado um passo de cada vez.
Medo de dizer não
O “não” é uma palavra mágica e, uma vez que se aprende isso, nunca mais se esquece. Essa pequena palavra pode livrá-lo de entrar em situações que não o agradam apenas para agradar o próximo.
Muitas vezes, não nos permitimos negar pedidos, pois ir contra a expectativa alheia parece ser um bicho de 7 cabeças. Pensamos muito mais na vontade do próximo do que nas nossas.
Quando há amor-próprio, você sentirá segurança o suficiente para se privar de atividades e ambientes que o esgotam emocionalmente e fisicamente. Diga “não” sempre que sentir necessidade. Essa é uma das maiores provas de amor que você pode fazer para si.
Falta de autocuidado
Sim, amor-próprio está ligado ao autocuidado. À medida que uma pessoa cuida de sua saúde mental e física, busca o bem-estar e procura atividades prazerosas para fazer, mais essa pessoa está se valorizando e aprendendo a viver de forma mais independente.
Pessoas que sabem como cuidar de si raramente aceitam migalhas e estão mais propensas a conhecer seus limites e gatilhos, buscando, assim, preservar-se do que não o faz bem. Isso é muito mais importante do que muitos imaginam.
Quais as características da falta de amor-próprio?
Os comportamentos citados no tópico acima, ao se tornarem hábitos, já configuram a falta de amor-próprio. Com eles, surgem alguns outros sinais como:
- Focar e intensificar os próprios defeitos, mesmo quando são mínimos;
- Vergonha de frequentar lugares com muitas pessoas, como eventos, festas, shows ou quaisquer encontros sociais;
- Síndrome do impostor – duvidando da própria capacidade mesmo em atividades de domínio;
- Achar que não é uma pessoa digna de afeto e de elogios;
- Busca incessável pela aprovação alheia;
- Colocar outras pessoas em primeiro lugar, despriorizando a si mesmo;
- Não estabelecer limites e sempre ceder à vontade alheia.
Como elevar sua autoestima e seu amor-próprio?
A primeira coisa a se pensar para encarar (e vencer) a falta de amor-próprio é: a culpa não é sua e muitas pessoas ao seu redor passam pelo mesmo problema, mesmo quando parece que a vida delas é perfeita. Você não está só.
A autoestima e o amor-próprio andam lado a lado. Enquanto um se baseia na aceitação de si mesmo, o outro vai além – não só se aceite como você é, mas saiba proporcionar a você o amor e o afeto que merece, sem depender somente de terceiros.
Manter essas duas virtudes juntas é fundamental para viver uma vida mais leve, priorizando seu bem-estar físico e mental. Isso influencia também na forma como você vai se relacionar com as outras pessoas ao seu redor.
Veja, aqui, algumas dicas que separamos para que você possa lidar com a falta de amor-próprio e desenvolver a sua autoestima:
Pratique o autoconhecimento
O autoconhecimento, além de uma prática, é uma habilidade que todo mundo pode desenvolver aos poucos. Conhecer a si mesmo é algo muito poderoso e nos permite explorar nosso ser em diversos sentidos.
Com ele, você compreende suas emoções, sabe como definir seus medos, vai a fundo na raiz dos motivos de seus traumas e pesadelos e, principalmente, ajuda-o a acreditar no seu próprio potencial, pois é impossível praticar o autoconhecimento sem se conectar com a sua própria força.
Busque se aprofundar em seu eu com a ajuda de uma terapia com a qual você se identifica. Hábitos como meditação e registro de suas atitudes e visões em um diário também podem ajudá-lo nessa jornada.
Pegue mais leve consigo mesmo
Não é muito legal ficar sempre cobrando a perfeição de si. É possível dar o seu melhor sem ultrapassar suas próprias barreiras e esperar pela obra-prima, afinal nem sempre você vai entregar o que seu perfeccionismo demanda e isso pode paralisar você.
O importante é experienciar, aprender, colocar a mão na massa e ver no que dá. Nessa escalada, você vai se deparar com seus erros e seus defeitos, o que significa que está tudo bem, pois você fez o que pôde e esses processos fazem parte da vida.
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Aprenda a apreciar seus acertos e suas qualidades
Você já parou para apreciar cada coisa boa que fez em um dia ou já comemorou as pequenas conquistas diárias? Você não precisa de muito, basta colocar uma pausa na correria e analisar os seus feitos, orgulhar-se e agradecer por eles.
Pouco a pouco, isso começa a se tornar um hábito e pode ter certeza de que o hábito de apreciar seus próprios acertos e suas qualidades são essenciais para você viver bem consigo mesmo.
Respeite a sua jornada e não se compare
Vivemos em um mundo tomado pela competitividade, ainda mais depois da era digital, em que nossos olhos se encontram vidrados na vida alheia pela internet. Quando menos esperamos, pronto… já nos comparamos com o outro.
Cada caminhada e cada indivíduo são únicos. Uma jornada nunca será como a outra e é por isso que você deve confiar no caminho que está seguindo e se lembrar sempre de que não vivemos em uma competição.
Não confunda amor-próprio com egoísmo e arrogância
Comentamos, neste texto, o quanto o amor-próprio pode ser mal interpretado pelas pessoas, que tendem a confundi-lo com o egoísmo. Essa confusão, no entanto, também pode ser feita por você durante o processo de construção da autoconfiança.
Não se esqueça de que há grandes diferenças entre se amar e amar só a si. Ao beirar o egoísmo, você se torna um daqueles seres que são incapazes de desejar e fazer o bem para qualquer outro fim que não seja em prol do bem próprio.
Ame-se, mas não deixe de transmitir também o seu amor para outras coisas e pessoas ao seu redor.