Há dois tipos de dor que você pode identificar ao praticar yoga: a primeira é uma dor que podemos chamar de positiva, em que você sente o alongamento dos músculos e suas estruturas sem desconforto. A segunda, que seria negativa, é a que você sente nas articulações quando força demais a intensidade. Articulações, tendões e ligamentos devem ter atenção redobrada, especialmente porque não se trabalha alongamento nessas regiões. A função dos tendões é ligar as extremidades dos músculos aos ossos, e a dos ligamentos é conectar os ossos uns aos outros. Por isso é preciso buscar um alinhamento correto das posturas, ainda que adaptadas, para termos consciência de nossos movimentos e limites.
O conceito de alinhamento envolve a noção dos planos sagital e frontal, ou seja, a divisão nos hemisférios direito e esquerdo, e anterior e posterior. Significa abrir e criar espaço no organismo inteiro, possibilitando que você se torne o ásana (postura), em vez de apenas fazer o ásana. Esse alinhamento, de forma sutil e pessoal, funciona para abrir caminhos para que a energia ascenda. Então, você vai começar a perceber seu corpo em conexão com sua mente e espírito.
O alongamento no yoga é diferente de um exercício físico, pois esse expandir de espaço no seu corpo vem acompanhado por uma consciência da ativação da energia do corpo sutil, um processo que pode ocorrer tanto no alongamento estático como no ativo. O estático é realizado de maneira passiva, na permanência em cada ásana. Já o ativo envolve a movimentação de grupos musculares na fluidez dos ásanas. Em ambos, a concentração na sua respiração e no movimento é essencial. Entre de forma lenta em cada postura, acompanhando sua respiração, e avance gradualmente. A cada exalação do ar, experimente esse avanço, percebendo os seus limites do momento.
A prática do yoga vai lhe ensinar a não ter pressa, pois o yoga não é a postura, e sim, o caminho até a postura. É a descoberta do seu corpo, no modo como respira, nos seus limites e padrões. A pressa para sair de uma postura e ir logo para a outra mostra a nossa ansiedade e revela o que você pode trabalhar para equilibrar suas emoções. É aí que entra o que chamamos de autoconhecimento. Ele está nos mínimos detalhes de uma prática de yoga.
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Hoje em dia enfrentamos um ritmo acelerado e digital na vida moderna, com muito trabalho e tarefas que nos afastam da consciência de nós mesmos. Falta tempo para descansar e até recursos para se alimentar corretamente. Se você puder parar 5 minutos para ouvir sua respiração, poderá desbloquear energias que irão fazer a diferença para mais uma jornada. Não se cobre para uma prática diária, pois respeitar limites significa os limites do seu corpo físico e, também, emocionais. Adapte-se ao seu tempo, assim como se adapta nas posturas para uma prática que não machuque e que traga consciência de seus movimentos e sua energia.